As pulgas dos ratos que
Nos transmitem a peste bubônica
É justamente a classe política
Principalmente os que representam
A podridão da burguesia
O fedor da elite
Quanto mais os aplaudimos
Mais zombam de nós
Nos subjugam humilham nos deixam
Por baixo abaixo por fora
Fazem de nossas costas carpetes
Onde limpam os pés sujos de lama
Onde fuçam na impunidade
Na ambiguidade na futilidade
Digamos não à essa classe vil
Digamos não de indignação
Digamos não às mordomias
Aos altos salários às imunidades
Digamos não de vergonha na cara
Digamos não de coragem
Digamos não de fé
De luz de falta de covardia
Digamos não de selvageria
De falta de educação
De arrogância de audácia
Mesmo que nunca as tivemos
Digamos não viremos as costas
Desliguemos os rádios as televisões
Digamos não com o coração
Não deixemos entrar
Nem em nossas vidas
Nem em nossas casas
Quaisquer exemplares dessas espécies
Ponhamos sem empregos trabalhos
Matemos de fome e de sede
Não sejamos nós a morrer
Não sejamos nós os indigentes
Ponhamos nos nossos lugares
Vamos para os lugares deles
Na marra na raça
No grito na pirraça
Então mudaremos o nosso destino
Seremos soberanos cidadãos dignos
Cuspiremos nas caras deles
Vomitaremos faremos
Nossas necessidades fisiológicas
Dentro dos pratos em que comem
Seremos de vez respeitados
Na nossa ignorância estupidez
Na nossa simplicidade humildade
Jamais tornarão a fazer
O que já virou rotina tradição
Desde os tempos do descobrimento
O descobrimento da nação
Agora terão que nos cobrir
Terão que nos devolver
Com todos os juros do poeta
Terão que dar as mãos às palmatórias
As cabeças aos cadafalsos
Opescoço aos nós das cordas das forcas
Terão que abrir as pernas
Ao empalamento nacional
Pois aquele povo que
Já estavam acostumados
A sustentar com sobras
Com restos de migalhas
Aquele povo está longe
Na linha do horizonte
A esperar o novo amanhecer
A esperar o brilhar do Sol
O trilhar do caminho
Na clara luz do novo alvorecer (4)
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