A maior tristeza para mim é não perceber
Interpretar a maior pobreza é a falta de percepção
Todo choro derramado é pouco para justificar
Toda lágrima caída é insuficiente para
Regar um terreno arenoso desértico morto sem
A beleza da vida simples sem ostentação
A estranheza causada pela burguesia a falta
De respeito causada pela elite ricaços cruéis
Caiam em mim todos os raios dos céus todas as
Descargas elétricas da natureza todas as lavas
Dos vulcões em atividades no mundo que
Não quero mais existir sem perceber não
Quero mais sobreviver sem percepção quero mais
A inanição a morte quero mais o meu fim
A ter que levar uma vida assim crua pobre
Longe dos tesouros escondidos dentro de mim
A credito nos prazeres que estas minas
Mais ricas que as minas de Salomão podem
Causar-me acredito nestes achados nestas
Emoções nestes princípios em tudo mais
Que puder desvendar dos meus mistérios
Vós não sabeis como fico chateado de
Todo dia de toda hora ter que usar sou
Meu minha mim me um ego doente
Pela limitação de não ter um maior
Conhecimento uma maior expansão
Sair deste ciclo de limitação de egoísmo
Quero chegar de ser assim bastar de só falar
De mim na própria pessoa quero me bater comigo
Num duelo mortal para ver qual dos lados
Vai sobreviver para continuar a legenda
Continuar o epílogo o epiteto o prefácio
Chegar ao prólogo fazer tal profissional
Especialista frio calculista sem sangue
Nas veias sem coração no peito só aço metal
Mercúrio nitroglicerina ácido sulfúrico outros
Determinantes que não determinam nada só a morte
A viver assim seja que bem-vinda mansa
Suave desesperada tormentosa negra ou clara
A viver assim não viver é o caminho não
Existir é a única solução a inexistência a única
Forma de existência dar a mão à solidão nos levar
De olhos vendados por mares nunca dantes navegados
Sem nada a descobrir de novo de recente debaixo
Do azul infinito do céu da gente que só
De levantar os olhos para olharmos chegamos
À conclusão do tamanho da nossa insignificância
Penso que nada existe menor do que esta
Partícula que tenta escrever agora
Aqui neste exato momento nada
Existe no universo menor do que o homem
Quanto maior na ganância de querer ser de
Querer poder de querer ser grande mais pequeno
Vai se tornar aos olhos dos semelhantes
Tudo por culpa duma sociedade insana
Que só tem olhos para o ter para o consumo
Para o possuir ou do contrário passa despercebido
Passa desiludido desenganado perante a
Todos que não veem outras coisas a não ser
O verdadeiro valor guardado dentro do peito de cada um
Nessa ansiedade de grandeza sede de poder
Não passa nem perto de Deus não passa
Nem perto das estrelas dos astros que
À noite embelezam os nossos céus
Na perdição do egoísmo inchado fica
Plúmbeo não tem o azul do firmamento
Digo que é uma pena que é digno
De pena de caridade de compaixão de dó
É digno de orações preces de rezas pedidos
De fé paixão pois perdido não sabe
Qual o caminho da mão da contramão
Da estrada que os pés com firmeza
Com segurança vão pisar o chão sem o
Perigo da areia movediça do lodo do
Pântano dos dissabores da tentação amargos
Não importa a sinceridade não
Incomoda a falsidade não envergonha
A mentira sustentada com todas as pilastras
O pilantra sobrevive a pensar que é o
Centro das atenções o ouro dos metais o
Cobre usado pelos manufatureiros o bronze
De qualidade usado pelos escultores nas obras
Imortalizadas pelos talhes detalhes do classicismo
Verifica então que é terra é barro areia
Lama pó poeira digressão geral letal fatal
Desmorona cai desintegra numa só ruína
Que se algum dia for encontrada não terá
O valor histórico de Pompéia doutras ruínas
De valores incontestáveis para o patrimônio humano
Aí vem o arrependimento a tristeza de
Perder o tempo no fim sem um fim definido sem
Um final adquirido na construção da
Ponta sólida eficaz necessária a transpor
O rio caudaloso tenebroso traiçoeiro
Que leva os incautos das margens de todas
As margens como a verdadeira força de
Atração dum buraco negro faminto
Obeso devorador que não deixa escapar
Nenhum lapso de percepção nenhum fio de
Razão a abranger tudo como se fosse uma
Pororoca descontrolada a devastar as
Vegetações ribeirinhas tal o jacaré que dá
O bote pega pelo focinho o descuidado
Que vem à beira tentar matar a sede
Acaba por ser morto por um que estava
Ali a tentar matar a fome ao acabar
Assim o que não era para ter sido do homem (1)
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