domingo, 9 de junho de 2013

Por favor não venhais perguntar-me o que pretendo; BH, 0270302000; Publicado: BH, 090602013.

Por favor não venhais perguntar-me o que pretendo
Pois não pretendo absolutamente nada não almejo
Voar não almejo nadar nas fronteiras dos limites interestelares
Das profundezas do universo há bilhões de bilhões de quilômetros
Justamente porque me dá a sensação de que estou
A andar em círculos à volta de mim mesmo
Às vezes até tento me descobrir em algo me encontrar
Tal qual a maioria dos mortais depois desisto
Perco-me nas minhas perdições perco-me no meu
Encobrimento passo despercebido a ser evitado
Pelos semelhantes que às vezes se surpreendem com
A minha aparência até os parentes próximos
Ficam surpresos com a performance desenvolvida por mim
Pois sei que os ETs nada mais são do que as almas
Os espíritos dos terráqueos que morreram não
Chegaram nem ao céu não chegaram ao inferno
Ficaram por aí a andar em discos voadores naves
Espaciais outros tipos mais de objetos meios os
ETs somos nós mesmos no futuro no fim da
Nossa saga da nossa história aqui no mundo
Não espero nada de mim pois como já disse um
Certo erudito toda esperança é hipócrita
Sou o representante máximo da hipocrisia
Sou a falta total de esperança de perspectiva
O meu alimento maior é a hipocrisia a falsidade
O medo da verdade da liberdade a fuga constante
Por isto preservo a mentira a falta de estilo
De interesse a falta de estímulo a incompetência
Se me olhasse encontrasse em mim alguma
Qualidade palpável alguma qualidade louvável
Até mesmo ficaria satisfeito comigo
Até mesmo me elogiaria sairia por aí
A provar a todo mundo que também sou
Capaz de exercer alguma coisa sensacional esplêndida
Mas por mais que procure não encontro nada
Por mais que tente imagine que um dia
Vou olhar para mim mesmo me achar bonito
A me apaixonar tal Narciso por minha própria
Imagem disforme repelente banhada de banha
Caio em pranto de choro interminável eterno
Sem descobrir o mistério do infinito sem
Descobrir afinal o caminho que terei que traçar
Derramo as minhas lágrimas contínuas a sós
Solitário abandonado a imaginar-me sem tempo
No relógio da parede da cozinha no latido incontido
Do cão do vizinho que escolheu justamente a entrada
Dos meus ouvidos para fazer os seus solos recitais caninos
Imagino-me na louça da pia da cozinha
Na cesta coletora de papel higiênico usado do
Banheiro na cesta de lixo na porta da casa
Quero lavar limpar essas coisas todas me encontro
Na contingência de ser impedido por minha demência
Incontrolada demência que é a doença crônica
Sórdida hereditária à qual passei aos meus
Descendentes sem poder evitar uma colônia de
Seres acéfalos amentais desintegrados decadentes
Não encontro a minha beleza perdida desde
O primeiro dia que nasci não encontro mesmo
A luminosidade para ferir mortalmente o
Lago de trevas no qual nado internamente
Toda a minha resposta é negativa toda
A solução encontrada é em vão só me aparecem
As sombras das minhas silhuetas dos meus vultos
Meus fantasmas ocultos minhas assombrações medonhas
Que povoam me metem medo no meu sonho
De criança de menino de homem inacabado
Macabro mórbido que não tem mais nada para dizer
Não tem de onde mais retirar tentativa de cultuar a inteligência
De procurar encontrar a genialidade a inspiração
A sabedoria essenciais à eternidade à felicidade
Estou esgotado devido ao meu limite estou exausto
Devido ao meu pobre vernáculo estou impedido
Devido à falta de vocabulário de pensamento de
Ideia lúcida para desenvolver um ideal de causa razão
Estou parado de coração de carinho de beijo devoção
Estou parado de amor da paz o inferno levou
Vejo minha vida num quadro de desolação
Numa fotografia de Sebastião Salgado pelos caminhos
Visitados pelas lentes mecanismos de suas máquinas
Nos quatro cantos do mundo até hoje não entendi
Como o mundo pode ter cantos se o mundo é redondo
Não é quadrado quadrado é o homem sou
A falta de poesia a falta de poema ode elegia
Antigamente o homem era mais inventivo
Mais criativo tudo que fazia era para
Melhorar a condição de vida felicidade da
Humanidade hoje é só destruição é só extermínio
Matança corrupção prostituição infantil
Campo de concentração de flagelados refugiados
Vítimas de todas as espécies de todas as causas
As coisas singelas simples as coisas frugais
Naturais ficam esquecidas relegadas à distância
Aos tempos idos passados profanados que não
Voltam mais por maior que seja a medida
De influência tudo leva à carência à depressão
Ao distúrbio ao desequilíbrio medo covardia
Só não quero é esquecer não ser esquecido
Só não quero é sofrer de amnésia deixar
Com as minhas pessoas faltas falhas não quero
De jeito nenhum ser perfeito sem defeito não
Pretendo deixar de ser humano não pretendo
Abrir mão da minha condição apesar dos defeitos
Penso que tenho conserto vou concertar uma
Maneira de levar uma vida amena com
Menor profundidade de erros vacilos quebras etc
Vou levar daqui para adiante uma vida sem
Decepção enganação todo o tipo de ilusão
Têm homens que não se vendem não vendem
As suas obras mesmo que seja por milhões
Pois sabem que homens não têm preço
Sabem que por maior que seja o preço
Se foi vendido vai ficar muito além
Do que realmente vale pois o homem que
Se vende ou que vende a sua cultura
Geralmente recebe muito mais do que merece

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