Dez-réis vendi-me foi quanto pagaram-me
Com antiga moeda portuguesa desvalorizada
Correspondente ao centavo ínfima de mel
Coado insignificante de coisa sem valor
Bem feito quem mandou dá uma de Judas
Sair por aí a vender-te assim? não valeste
Nem uma dezena ou um grupo de dez ou
Unidade dalguma ordem dum Judas com final
De dois algarismos em jogo de azar agora
Só em dezembro o décimo segundo último
Mês do ano civil é que espero ganhar algum
Presente por minhas traições falsidades
Mentiras inverdades o perdão já que os
Meus pecados são maiores do que o cardinal
O sinal gráfico que representa esse número
Dez meu erro é pior do que dextrose variedade
De glicose não vira para a direita não é
Dextrogino que desvia para a direita o plano
De luz polarizada a dextrina substância
Viscosa que se extrai do amido consegue
No mercado cotação melhor do que a minha
Até finjo-me de devoto saio por aí de saiote
Piedoso com andar de religioso de amigo
Dedicado de cultor não convenço ninguém
No convento nem a mim mesmo se
Aprendesse ao menos devotar de verdade
A oferecer um voto a consagrar com
Devotamento com dedicação uma oferenda a
Deus oferta de devotado de oferecido viúvo pobre
Com devoção destinado como o que se dedica
Com afinco às suas tarefas porém só sei beijar
Tal Judas devorar engolir tudo que vejo tragar
Comer avidamente com sofreguidão de
Devorador que sou guloso glutão que devora
Insaciável devorante olheis para a minha
Barriga para o meu ventre não há salvação
Para mim é mal antigo desde o devoniano
Do sistema geológico que compreende a
Camadas intermediárias ao sistema
Ao permocarbônico na Inglaterra meridional
Não sei devolver nada à natureza não sei
Recambiar dar de volta e restituir a não ser ao
Vomitar o que lanço para fora é só as minhas
Fezes vômitos todos excrementos fluídos
Imprestáveis que saem das carcaças do meu corpo
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