Tu que olhas para mim o que vês?
Uma velha torre em ruínas de
Castelo medieval abandonado
Uma vinha estéril nalgumas
Léguas de terras áridas tu sabes
Que a minha velhice não conhecerá
Nenhum recanto acolhedor o meu
Túmulo será solitário acolherá
Um fantasma disparatado um cadáver
Despropositado como alma que não
Tem propósitos tu que olhas para mim
Pergunto já viste ser mais desmedido?
Com semblante tão desigual que não
É proporcionado ao normal? falas
Conheces ente tão desproporcionado?
Monstruosidade tão desconforme? ou
Os teus olhos são cegos às desproporções?
Ou as faltas de proporções não te assombram? sou
O réu que querem tornar nula a pronúncia
O desprimoroso que querem despronunciar
Dizem que réu não tem primor é descortês
Dizem que réu é desprezível digno de
Desprezo vil abjeto tu te calas
Calo-me pois tu falas por mim se
Até tu agora vens a desprezar-me
Tratar com desprezo a tua carne rejeitar
O teu osso recusar a comida da tua
Boca é aumentar o desprevenir das minhas
Sombras é expor o descautelar da minha
Fortaleza que não soube se prevenir
Deixou o meu fantasma desprevenido acorrentado
Às torres das masmorras dos calabouços deixou
A minha assombração que não se preveniu
Como o acostumado com dinheiro o endinheirado
Sem dinheiro nos bolsos como o descautelado
O feudal nada despretensioso que fechou a porta da
Prisão com muita pretensão sem ar de
Modesto de singelo mandou atiçar mais
Ainda a fogueira embrasar os ferros
Marcar-me com a estigma dos malditos
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