Acordei parecia que ainda estava a dormir
Meus olhos mesmo abertos pareciam
Fechados para tudo que olhava nada via
Sonâmbulo segui autômato sem saber
Aonde ia pisei em cacos de vidros com pés
Descalços tropecei em pedras pelo meio
Dos caminhos restos de mim ficaram
Pelas estradas para servirem de alimentos
Aos cães vira-latas que perambulam pelas
Ruas de canto ruelas de subúrbios becos de
Favelas cães vagabundos de rabos entre as
Pernas pelos eriçados devido a chuva fria
Que caia continuamente o dia não queria
Começar para mim era então enxotado
Para os muros para as paredes descascadas
Em mau estado desta cidade envelhecida
Pensei em meus poetas pedi socorro à
Poesia era tudo que pedia como
Esmola abria a mão olhava
Para dentro dela permanecia
Vazia como sempre meu coração
Não agia diferente era o mesmo
Comboio frio órgão gélido incapaz de
Pulsar por uma nova emoção ai que
Vontade de dormir eternamente
Acordar noutro tempo longe dessa
Gente que apaga qualquer sonho
Faz do pesadelo seu ingrediente
Enterra vivo o sonhador para
Não o deixar sair do torpor
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