Contemplando uma janela fechada
À frente de minha mesa de trabalho.
Nada vejo através dela
Apenas ouço sons
Sinto cheiros
Crianças que gritam
Mulheres que conversam
Talheres que batem nos pratos.
O barulho do trânsito mais adiante
Diz que está passando um automóvel
Tudo me faz recordar meus dias de infância
A comida da Negra Virgilina
O velho fogão à lenha
Que crepitava silenciosamente.
E todo esse tempo ganho/perdido
Passa diante de meus olhos opacos
Sinto-me assim como se um gênio fosse
Como o mais imprescindível dos mortais
Que a história deixa passar anônimo.
Mas não ligo, não
Afinal, para que serve a história
Senão para registrar o fracasso da espécie humana?
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