Quem precisa de mim?
Alguém precisa de alguém?
Alguma vez na vida fiz falta a alguém?
Toda vez que choro choro sem motivo
Não tenho mais a ambição de verter
Uma lágrima para a humanidade
Não tenho mais orgulho nem o
Egoísmo de ser um dos que gostaria
De carregar nos ombros o destino do mundo
Não tenho mais inveja dos seres superiores
Dos seres iluminados estou agora na
Vala comum na cova rasa no
Cemitério dos indigentes sou um
Morto anônimo na mesa do necrotério
Para dissecação a minha identificação
É um número impar amarrado com
Cordão no dedão do meu pé não
Apareceu quem reivindicar
O cadáver não apareceu quem dissesse
Esse corpo é meu vou levá-lo para
Enterrá-lo dá-lhe um pouco de
Dignidade que dignidade
Querem os mortos? deixem-me
Causar o mesmo asco que causava
Em vida deixem-me não peguem
Nas alças do meu caixão não
Gosto que peguem nas alças do
Meu caixão eu mesmo o arrasto
Atrás de mim eu mesmo procuro
O meu escuro não gosto de luz
De vela perto de mim perfume arre
Aroma fragrância bálsamo arre
Não suporto que me embelezem
Nem mesmo quando já cheguei ao fim
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