Será que já é o fim do mundo
Para mim? não queria me sentir
Assim como se o tempo para mim
Já estivesse findo sei que nunca fiz
Nada não estudei não trabalhei
Deixarei de herança apenas as
Lembranças das bebedeiras em que
Tantos aborrecimentos causei me
Sentir assim o mais triste é confirmar
Que não aprendi se ainda tivesse
Aprendido algo uma profissão um
Ofício sido um artesão muitas
Obras estariam espalhadas pelo mundo
Não teria perdido tanto tempo
Como perdi envergonho-me não
Ter sido lógico ético só ter vivido
Com desrazão envergonho-me de
Não ter combatido minha estupidez
Não ter sido referência nem
Exemplo para ninguém o jeito agora
É terminar este resto de vida a
Ouvir minhas músicas a escrever
As coisas que não leio a comer
Meu feijão com arroz pois nem
Sexo faço mais acabou mesmo
Para mim tudo me lembro até
Do meu tio Lourenço quantas vezes
Também deve ter chorado sozinho
Abandonado pelos cantos do asilo a
Pensar nos parentes que teve nos
Pais irmãos primos amigos morreu
Na solidão ninguém para velar seu
Caixão também trago dentro de
Mim esse Lourenço irmão de minha
Mãe sinto que meu destino
Neste meu resto de vida será
O mesmo destino dele
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