quarta-feira, 8 de abril de 2015

Desgraçado que sou a cometer tantos desaforos; BH, 020102013; Publicado: BH, 080402015.

Desgraçado que sou a cometer tantos desaforos
Perder o decoro pudibundo merecia era
Levar um coro aí ai malgrado meu meu
Rei senhor é a cara de choro que
Restou-me viver de lamentar depois
De aprontar tem que apanhar em
Silêncio como as folhas que caem
Das amendoeiras em silêncio
Mortal como as sombras das folhas
Que caem das amendoeiras que
Envergonhado acabei pisado por
Calcanhares ávidos em esmagar
Crânios como marretas em bigornas
Dinamites em pedreiras
Bate-estacas em construções
Infeliz de mim perdi-me na mata
Selvagem impedido de encontrar-me
Por algum motivo que desconheço o
Sentido desconheço o conhecido o
Conhecido desconhece-me ambos
Sabemos da existência da inexistência
Um doutro da consciência da
Inconsciência um doutro da
Loucura dos dois a loucura é individual
Pessoal intransferível com cada um
A querer ser mais louco do que o outro
Cada um maluco para ver quem chega
Primeiro ao infinito o que mais faz
Questão em chegar é o que inda
Não vive infinitamente para chegar
É importante já estar a viver aqui
Como se aqui fosse lá lá fosse aqui

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