Dói meu coração apuado
Que tem puas trespassadas
Objetos pontiagudos o perfuraram
Está cravado de puas
Não tenho aptitude de vida
Aptidão para ser feliz
O medo que me assalta
Sobressai meu aptialismo
Na ausência de saliva na boca
Caio por ser aptério de areia
Um edifício sem colunas áptero
Inseto sem metamorfose
Desprovido de asas
Sofro por não poder voar
Por ser um aperigoto solitário
Não ando sequer aprumado
Não fico posto a prumo nem
Perfeitamente na vertical
Pareço um lagarto a rastejar
Não sou correto altivo
Homem teso decidido
Não sou o aprovisionador
Morro de fome de frio
Por não ser aquele que aprovisiona
Que come guarda
Para servir duas vezes
Não sou prevenido
Não valho por um
Quanto mais por dois
Dói meu coração chagado
Ferido em carne viva
Sangra meu coração na escada
Cercado de arame farpado
Encurralado por cardos no espinheiro
Dói meu coração dói
Quando quiser para
Que vou morrer
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