Passo tão desapercebido pela vida
Que às vezes penso que até sou um
Animal microscópico um ser
Animálculo de alma de espírito
Inertes que não podem ser
Animalistas se não represento o
Artista plástico especialista em
Esculpir ou em pintar animais da
Minha vida nada faço de
Animatográfico pois sei que
Nada tenho em mim que seja fruto
De cinematográfico um cadáver
Que não se pode animar um corpo
Que não é suscetível de ser animado
Meu ânimo não é animável nem
Como fantoche fico ali jogado no
Sótão esquecido num baú do
Tempo a clamar para ser acalentado
Para ser ninado por um calor aninado
Por uma paixão qualquer uma loucura
Que venha me embalar que venha
Acalentar meu choro ninar meu sono
Mórbido preciso mais é de alguém
Para me aninar eternamente num
Ninho de aninha de lã de aninho
Uma mulher que saiba como
Ninguém anisar um beijo preparar
Com anis numa boca dar sabor de
Anis a uns lábios me sentirei mais
Seguro que uma aninga mais
Enraizado que uma aningaçu
Planta da família das Aráceas
Mais rígido do que uma aningapara
Que vegeta às margens pantanosas das
Várzeas dos lagos nas depressões do meu
Coração aningal este terreno ocupado
Por bosques densos de aningas que
Passo tão desapercebido pela vida
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