segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Sei que a minha vida; BH, 0220602000; Publicado: BH, 01701002011.

Sei que a minha vida
É como um apofisiário duro
Um apofisário calcinado
Difícil de roer; e sei que a
Minha vida não é firme como
Uma apófige como o anel
Que circunda o fuste da coluna
Logo acima da base ou perto
Do capitel nada sustenta minha
Vida um suspiro não chego à
Apódose a segunda parte do
Meu período mesmo que seja
Gramatical em relação à primeira
Partea a prótase cujo sentido é
Complemento na retórica sou a
Figura que pelo absurdo do
Argumento é repelida na
Apodioxe não sou um ser
Evidente um homem
Convincente não permito em
Mim a demonstração da verdade
Nego todo apodietico em mim
Falta tudo de apodítico em mim
Devido a apodia devido a falta
De pés não posso andar na linha
Do horizonte não posso andar na
Corda bamba entre as paralelas
Do infinito já não sei andar nem
Muletas me servem mais não quero
Cadeiras de rodas perdi o faro
Apodengado perdi a audição de
Podengo não sou mais aquele cão
Útil para a caça de coelhos nem as
Pulgas me querem mais sou só agora 
Sempre fruto de toda apodadura humana

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