Aonde andará a luz útil
Aonde andará a luminosidade?
Tenho pavor das trevas
Tenho horror da obscuridade
Meu terror é viver no escuro
Acorrentado às masmorras
Aos calabouços da ignorância
À dor que causa a falta de conhecimento
O sofrimento que causa o não saber
Aonde andará a fertilidade?
A inspiração que desequilibra
A criatividade que desiguala
Que nos faz procurar a perfeição
Para que tanta solidão na alma?
Para que tanta amargura no ser?
Chega de fel na boca
Chega de esperar a esperança
A hipocrisia é uma criança
Numa marquise num viaduto
Num campo de refugiados
Num acampamento de flagelados
A hipocrisia é um cadáver
Uma mulher agredida
Uma injustiça cometida
Um índio sem aldeia taba
A hipocrisia é um tapa
Um bofetão na cara
Nós não sabemos como evitar
Recebemos toda a descarga
Não sabemos como impedir
Aonde andará o amor?
Que coisa piegas pueril
Aonde andará a paz?
Que coisa ignóbil vil
Não me faças mais o favor
Ou até me faças o favor
De me indicar a saída de emergência
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