A vagar pela estrada fora
Encontrei a deusa da poesia
Encontrei o deus do poema
Com voz embargada
Trêmula de emoção indaguei
Em sensação mestres me ensineis
A criar uma obra-prima?
Ai me ensineis a escrever um clássico?
Uma obra de arte em forma de versos?
Qual a tua idade meu pobre esfomeado?
Quarenta dois anos
És muito jovem
Para aprenderes os segredos do belo
Para aprenderes a criar obras-primas
Clássicos de verdadeiras artes
Vós não criastes vossos poemas
Com menos idades do que sou?
Criamos meu pobre mendigo
Mas nós não saímos por aí
A pedir a quem quer que seja
Para poder nos ensinar
O verdadeiro poeta
É aquele que olha ao redor
Do nada tira tudo
Do tudo não tira nada
Nasce formado cheio de sentimento
Coração latente pulsante sensível
Visão infinita lógica apurada
Sigas estrada fora
Tropeces nas próprias pernas
Caias nas próprias pedras seixos
Cures tuas próprias feridas
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