Tenho que transpor
Uma barreira muito grande
Alta infinita
Uma armadilha de concreto
Aço cimento armado
Tenho que abrir uma trilha
Um canal de escape
Uma saída de emergência
Tenho que abrir uma clareira
No meio da mata virgem
De selva hostil desconhecida
Tenho que lutar
Numa guerra interminável
De batalhas perdidas
Lutas cotidianas
Onde derrotas sucessivas
Prostram-me por terra
Deixam-me estendido
Sem mão compreensiva
Para poder levantar-me
Todo o limite
Sou eu mesmo
Todo obstáculo
É a minha mente
Que consegue dominar-me
Algema-me amarra-me
Ao não deixar-me libertar-me
Dela ou de mim mesmo
Até hoje não compreendi
Certas coisas que acontecem comigo
Não sei se acontecem com todo mundo
Só sei que não consigo decifrá-las
Não consigo superá-las
Atingir o meu ideal
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