Em que cismas, poeta? Que saudades
Te adormecem na mágica fragrância
Das rosas do passado já pendidas?
Nos sonhos d'alma que te lembra? - A infância!
Que sombra, que fantasma vem banhado
No doce eflúvio dessa quadra linda?
E a mente a folhear os dias idos
Que nome te recorda agora? - Arinda!
Mas se passa essa quadra, fugitiva,
Qual no horizonte solitária vela,
Porque cismar na vida e no passado?
E de quem são essas saudades? - Dela!
E se a virgem viesse agora mesmo,
Surgindo bela qual visão de amores,
Tu, p'ra saudá-la bem do imo d'alma,
Diz-me, poeta - o que escolhias? - Flores.
E se ela, farta dos aromas doce,
Que tem achado nos jardins divinos,
Tão caprichosa machucasse as rosas...
Diz-me, meu louco, o que mais tinhas? - Hinos!
E se, teimosa, rejeitando a lira,
A fronte virgem para ti pendida,
Dum beijo a paga te pedisse altiva...
O que lhe davas, meu poeta? - A vida!
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