Falo falo falo sou o primeiro
A viver desenganado a viver mudo
Longe de ser desiludido livre de
Enganos ilusões vivo desencantado
Fiz quebrar o ajuste com a firma
Com a pessoa com que estava engajado
Fiz-me desengajar-me do tipo militar
Que reside fora do quartel desobrigado
Livre do engajamento do compromisso
Falo falo falo sou o primeiro a viver
Desengajado a desenfurnar a tirar
Das furnas dos seus lugares os mastros
Dos navios fantasmas dos seres ocultos
Falo falo falo não verás enfurecer-me
Falo falo falo porém não sou de arremessar-me
Com ímpeto de tomar o freio nos dentes não
É comigo se tirar o freio fico no lugar
Tenho medo de desenfrear de viver desconhecido
De ser arrebatado vivo já que não tenho freio
Sou desenfreado mas a covardia não
Deixa-me soltar-me não dá para tirar objeto
Algum daquilo que estava enfiado no meu coração
Se tirar o fio da meada se desenfiar o meu ser
Verás esmaecer-me na fímbria
Sem fazer exercícios movimentos articulares
Como se nada servisse para tirar a minha ferrugem
Como se nada fosse possível
Para o total desenferrujar do meu desenfado
Basta de sossego de divertimento
Chega de alívio do enfado não venhas desencravar
Despregar as ferraduras firma o cravo
Firma o objeto cravado
Não há mais tempo para desencavar
Escavar a rocha com as unhas
Descobrir ir buscar longe com esforço
Fazer surgir do esquecimento da dor
A dor é para ser esquecida
Para que nunca seja sentida
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