Podem martirizar-me confesso mereço-o
Podeis lacerar as minhas carnes já estão podres
O escarnificar-me para mim não representa nada
Sou vítima dum escarninho tudo em mim reflete no que
Há de escárnio sou vítima constante dum escarnimento
Perseguido por um escarnecedor só assim penso que irei
Pagar as minhas faltas só assim pretendo um dia ver-me verme
Livre dos meus pecados erros falhas só com muito escarmir
Com mais escarnecer fora disso o castigo de subir uma escarpa
A carregar um rochedo encosta íngreme acima do alto do escarpado
Ver a rocha despencar ter que buscá-la de novo para outro escarpar
Para o próximo cortar de certo enfiar a mão na escarradeira no vaso
Em que se escarra onde é depositado o escarro coletivo retirar a moeda
Suja todo aquele que vier escarrar mesmo o indivíduo muito parecido com
Outro lançar na minha cara o seu excremento sou contido por natureza
Submisso não sei nem escarranchar-me ou assentar montar a abrir
Muito as pernas não sei escarrapachar-me nem cair ao comprido ao
Estatelar-me de cima do meu andor de meus pés de barro caio sempre
De ponta cabeça mesmo sem ter cabelo para pentear nem mistério
Para desvendar nem história para escarrapichar não fujo de quem
Quer escarrar no meu rosto todo aquele que vier expectorar na minha
Face darei o outro lado é expelir o escarro em todos os lados da minha
Cara usar toda matéria mucosa que se expectora do peito pois sou uma
Coisa uma pessoa desprezível uma madeira que não serve escarva
Para encaixe por onde se unem duas peças de carpintaria o escarvador
Não escarva no meu nó o instrumento para escarvar para carvar
Superficialmente não faz efeito na minha matéria endurecida pois
Começa a escassear em mim os sentidos tornar-se escasso os meus
Sentimentos a falta de elementos morro pela escassez de capacidade
Pelo poder escasso da qualidade de competência sinto que há pouco em
Mim de vontade é mais raro ainda o ânimo já fui incluído várias vezes no tratado
Acerca dos excrementos nomeado na doutrina das coisas que deverão acontecer
No fim do mundo pois meu destino é escatológico a escatologia é a minha ciência
No futuro na escavação que virá no fim dos tempos não encontrarão vestígios
Meus no desentulho geral meus simulacros estarão desaparecidos será em vão
Qualquer investigação em busca de meu fóssil podeis partir em cavacos meus ossos
Podeis escavacar meu esqueleto investigar escavar meus restos mortais só
Encontrareis o oco o pó a poeira do escaveirado o pó muio magro o osso
Descarnado olho no espelho e estou semelhante à uma caveira nada mais poderá
Escaveirar nem escaxelar este mendigo a parteira vi-o alquebrar-se ao nascer o
Legista vi-o desconjuntar-se ao morrer rescindir a morte da vida separar a vida da
Morte cortar a alma do corpo escindir o espírito do ser esclarecer o ente no claro
Pensamento no compreensível da mente no explicar da memória alvorecer a
Lembrança informar o ocorrido instruir o ignorante levá-lo de encontro ao
Raciocínio podeis zombar quero deixar douto o cadáver dotado de ilustração
O cego de esclarecido o estúpido podeis rir porém quero o esclarecimento para
Todos uma explicação lógica uma elucidação racional uma informação completa não
Tenho medo de esclerosar-me tornar-me um escleroso de crônica esclerose qualquer
Endurecimento dos tecidos dos vasos orgânicos em virtude de moléstia podeis alar mas a
Pior moléstia é a falta de virtude não a esclerótica a da membrana externa do globo ocular
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