Não escrevo preocupado com estilo Ou com elegância da mesma maneira que não Preocupo-me em respirar respiro naturalmente Penso que desde que nasci ao esfolhear os Manuscritos ao folhear a esmo não procuro teor De obra literária elevada de obra-prima ou Clássica tento apenas entre algumas coisas insignificantes Outras menos relevantes evitar o esfolhar das Florestas a doença que o homem tem de Tirar folhas de árvores quando o escrever causa-me Um esfolegar o pensar um resfolegar ansioso Chego a arranhar-me de tensão fico no mesmo Desespero de alguém que quer explorar outrem No preço ferir superficialmente o ego tirar A pele do semelhante esfolar o igual em Benefício de si próprio quando é assim Ponho-me à disposição do esfolamento Deito a cabeça no cepo deixo cair a guilhotina É assim o meu ato de esfoladela a ação de Esfolador a ferida que esfola-me não é Superficial a arranhadura que faço é Sem motivos de soltar foguetes o esfoguetear Que demonstro não é o de alegria sim O de tornar-me cada vez mais estouvado Perdi a ingenuidade de menino esfogueteado Travesso nas brincadeiras infantis só soube Apressar-me para a imperfeição afoguear-me Na estupidez a aumentar sempre o esfoguear Da ignorância que me mantém um ignorante Denso com espírito habitado com o censo de Deflorar os jardins antes de desflorar se soubesse Esflorar o enigma que me destrói matar a esfinge O monstro mitológico com corpo de leão cabeça Humana que povoa meus pesadelos causa-me Tanto medo atiça-me tanta covardia que até Afrouxa-me o esfíncter o músculo circular que Serve para apertar ou alargar orifícios ou cavidades Do corpo humano que chego a desfiar nas Calças as necessidades fisiológicas não Precisaria arrancar meus olhos não sei Nem como esfiar corretamente a causa de tanto Pânico que vem reduzir-me a fiapos a esfiapar Meu ser a acentuar a curvatura das minhas costas Mais do que as superfícies esféricas que nem o Esferômetro o instrumento para medir tal Curvatura é suficiente insuficiente para registrar o Formato do esferoide sólido, cuja forma é semelhante à Da esfera que aumenta o peso esferoidal A incidir ainda mais na minha corcunda No esférico da corcova como qualquer corpo sólido Perfeitamente redondo em toda a sua extensão Sou o Atlas que carrega o globo a bola furada do Esfenoide do osso na base do crânio o esfenoidal que veio A ser dividido em fatias à pauladas no esfatiar do Beco escuro da rua sem saída não dá nem para Sentir o dilacerar do cérebro o rasgar a alma como Se rasga papel o fazer em farrapos o ser o esfarrapar O espírito de mendigo maltrapilho de escrito sem Consistência ou coerência texto de esfarrapado é Duro abrir farpas na rocha viva esfarpar o rochedo Com os dentes esfarelar as pedras com os dedos Reduzir a farinha com as mãos meu Deus não Esfarinha o meu corpo no precipício o ente é um farelo Uma migalha um corpo que feris com facada a Vítima do esfaquear fatal do despedaçar da Carne do reduzir a fanicos os nervos esfanicar os Ossos não ficar satisfeito herdou o esqueleto Negro olhou o corpo esfanicado até extenuar-se Ao extremo mas agora chegou a hora de cansar Em excesso de odiar de sentir raiva rancor Ira devemos esfalfar-nos de vez de fazer o Mau basta ser bom não causa esfalfamento Efeito do esfaimar de privar de alimentação Não impede a resistência se causar fome a Alguém só a fome de amar a de esfomear por Amor faminto por paz esfaimado em fazer o bem Hoje deparo com as notícias dos aviões que foram Lançados contra prédios nos USA nem a empenagem a Parte traseira do avião sobrou dos que se Espatifaram contra as torres gêmeas da peça de Madeira que vai do frechal à cumeeira tudo Virou pó poeira fuligem de paineira Da empena parede lateral cabeceira Dum edifício só fumo fumaça labaredas Por mais que tentemos tapar com pedras Empedrar nossas memórias cobrir com pedras Nossas lembranças como se faz com o solo Penso que não esqueceremos jamais cenas Tão infernais as torres viraram a parte das Estradas que tem pedra britada entulho É com olhar empedrado insensível Cruel que sinto o petrificar do nosso futuro Sinto o empedernir da nossa esperança Um sentimento que não manifesta arrependimento Ou remorso um sentido empedernido que quer Envenenar a humanidade contaminar com Peçonha a raça humana ao empeçonhar com o Terrorismo os atos do radicalismo do extremismo Suicida o estorvo da paz obstáculo à felicidade Impedimento à liberdade empecilho à democracia Não quis chorar pensei que não deveria chorar Mas todo o meu espírito chorou minh'alma Chorou meu ser chorou até empanturrar-me De indignação encher-me demasiadamente Da comida do fel a causar-me um empanzinamento Silencioso um empanzinar sem voz sem arrotos mas Não quero odiar vingar quero ir mais além só perdoar |
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sábado, 29 de julho de 2017
Não escrevo preocupado com estilo; BH, 06070100110902001; Publicado: BH, 0150102014.
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