segunda-feira, 8 de junho de 2015

Rio Grande do Norte, 916, 35; BH, 06072012; Publicado: BH, 080602015.

Nenhum pai foi pai igual ao meu pai foi pai
Era negro de descendente de escravos
Soube como criar a filharada tentou
Naqueles tempos idos ensinar onde não
Havia fonte do saber raciocínio inglês
Educação apesar de semianalfabeto era
Autodidata de bom nível intelectual
Interessava-se por tudo relativo à política
À cultura universais ostentava um inglês
Que o diferenciava do meio comum era
Notado por ser simpático ao comunismo
Incomodado pelo governo militar da
Ditadura foi preso operário ferroviário
Trabalhador metódico convivi com o
Meu pai posso afirmar que o conheci
Duro disciplinado calava-nos com um
Único indefinido olhar entendíamos
Ninguém ousava contrariá-lo amigo
Consolava-nos quando chorávamos
Partiu também pegou o trem que sempre
Falava que mineiro não perdia sumiu
Nas nebulosas embrenhou-se nos
Universos fora foi fazer morada nas
Dunas cósmicas sedimentadas nas
Calmarias das tempestades solares
Partirei um dia ao encontro do meu pai
Num desses trens de estradas de ferro
Que fazem parada no nascedouro das
Linhas que contornam as serras de Minas

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