domingo, 7 de junho de 2015

Rio Grande do Norte, 916, 33; BH, 060702012; Publicado, BH, 070602015.

Passo as noites a escrever nada tenho para dizer
Não tenho sono não tenho sonho não tenho
Ideia não tenho ideal passo as noites a escrever
Não tenho diversão mulher para beijar filho para
Criar neto para brincar passo as noites a
Escrever haja montanhas estrelas planetas rios
Haja cometas gametas borboletas haja
Lagartas larvas casulos bichos não tenho
Assunto não tenho com quem conversar não
Tenho o que beber passo as noites a escrever
As noites são cheias de mistérios segredos
Sombras silhuetas simulacros coisas ocultas
As noites são boas companheiras como não
Tenho reflexão meditação passo as noites a
Escrever quero imitar o homem da pré-história
Imortalizar nas paredes das noites meus
Caracteres indefinidos rupestres minhas figuras
De retóricas metafóricas quero perpetuar
Rabiscos garranchos que talvez não durarão
Tanto quanto duraram os registros dos homens
Pré-históricos a noite em que descobrir os
Segredos os meus registros também poderão
Entrar para a posteridade mas por enquanto
Passo as noites a escrever até encontrar algo
Interessante que um dia me faça viver

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