Antigamente música era emoção,
Vinha do coração; hoje é ganha
Pão; minha terra, meu irmão,
Tem palmeira e sabiá, tem
Cutia e tem preá; e no fim
Da tardinha e início da noitinha,
Os morcegos vêm voar,
Passam por entre as copas das
Árvores, dão rasantes, perto dos
Meninos, a meter medo nas
Meninas; antigamente, nós
Víamos, com mais constância,
Paca, tatu e teiú; hoje tudo
Sumiu; a música e a poesia,
Viraram cifras e ficaram vazias;
Acabou-se a liberdade e ainda
Apodreceu-se a democracia;
Matou-se a cultura e ninguém se
Importa mais com a verdade e a
Esperança; deixa que a mídia
Lança e o povo com a sua gastança,
Irá consumir para se sumir na
Intolerância, com a inteligância e a
Sabedoria só a sustentar a ignorância
E a estupidez do indiferente, com a
Sua morbidez de estúpido crônico
E ignorante inveterado, que faz
Questão de morrer nas trevas e
Não viver na luz da realidade;
Minha terra meu irmão, tem palmeira
E sabiá, capivara e tamanduá, e é por
Isso, que todo dia, só de alegria,
Fico bêbado igual a um gambá.
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