Como um triste animal, coberto de poeira,
Acorrentado, uivando ao sol, todo ferido,
Ostente quem quiser seu coração partido,
Em tua cena vil, ó plebe carniceira!
Para implorar teu riso ou compaixão grosseira,
Iluminar-te, em vão, o olhar embrutecido,
Lacere quem quiser o véu de luz tecido
Do divino pudor e da paixão fagueira.
Em meu orgulho mudo e inglória sepultura,
Devesse devorar-me a eternidade escura,
A ti não venderei meu êxtase, meu mal,
Não exportei minha vida à tua vaia,
Tampouco dançarei em teu palco banal,
Com prostitutas e histriões de tua laia.
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