O homem deveria andar de costas,
Sempre de ré, e a dar passos para atrás;
Tudo que pensamos, não realizamos; e
Se prometemos, não cumprimos, e
O que é determinado para fazermos,
De uma maneira, fazemos totalmente,
Ao contrário; o homem, deveria ser ao
Avesso; quando é para falar a pura
Verdade, mente; quando é para agir sem
Medo e covardia, demonstra que não
Controla nem um e nem outra; quando
É para falar, fica mudo; e para agir,
Fica inerte; no exato momento que é
Para ir para a frente, vai para atrás; por
Isso penso que o homem deveria sempre,
Viver de costas, viver de ré, e viver
Atrás; todo feito dele é inverso do que é feito;
Não faz nada na hora certa; quando
É para rir, ele chora; e quando é
Para chorar, ele rir; eu mesmo não
Sei porque o homem é assim; não se
Importa com nada com que
Deveria se importar; se chega a
Ocasião própria para viver, quer morrer;
E se chega o dia certo da morte,
Quer viver, se agarra a tudo para viver;
E aí, não há mais o que fazer, o
Jeito é morrer mesmo; e aí morre sem
Deixar uma letra impressa, sem deixar
Uma palavra escrita em alguma pedra,
Ou nalgum pensamento acorrentado no tempo,
Em algum rochedo; o homem está sempre
Do lado de fora, sempre do lado selvagem,
Marginal, a buscar o que não encontra,
E quando chega, já passou a hora dele;
E senta nos calcanhares e agora chora
Feito criança a pedir uma boa infância.
Nenhum comentário:
Postar um comentário