Curioso e o que estou a fazer?
Que ergunta indiscreta, para quê
Tu queres saber? estou a matar
O tempo a escrever o que tu
Nunca vais ler; e escrever é
Algo abominável, e sou o
Abominável homem das escritas;
O homem do pé grande, que
Acreditam, andava na região
Da Patagônia; como ninguém
Nunca viu esse mito, também
Não me verão; e tu, porque não
Vais trabalhar? tomar conta da
Vida dos outros, não é trabalho
E nem rende sustento de vida;
Antigamente, dizia-se, que, quem
Pergunta quer saber e mexerico
Quer fazer; espero que não seja
Assim contigo, meu perguntador
Curioso, que não pode ver alguém
Num canto a ruminar com os
Seus intestinos, a tentar organizar
Os seus organismos, a sincronizar
Os seus movimentos, ou a cadênciar
Os seus elementos; e é isso, meu
Curioso, que eu tento fazer, e a
Não me meter na vida e nas
Coisas do alheio, e a cuidar
Da minha saúde, que a minha
Vida já está em tuas mãos;
Que mais queres saber antes
De partires, pois já dei-te até logo
E adeus e tu estás aí parado,
A olhar-me com essa cara de
Corno manso, que Deus deu-te
Em bom tempo e também em ruim.
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