No espaço os raios crus, relumbra a pino o fausto
Do sol. A terra esturra ... O vegetal, exausto,
Se estorce, sopesando a ramaria a custo!
Alastra o amplo deserto a estagnação de um susto.
Algares e álveos nus soltam, na ânsia de um hausto,
O bafo bochornal, que exsica o solo infausto.
Tudo estarrece ao sol, num sofrimento augusto!
Um boi galgaz estrinca, ao longe, a agra caatinga,
Numa heroica ilusão, vingando todo o estôrvo,
Em busca de um marnel, onde água, enfim, distinga!
E por sobre a amplidão do panorama torvo,
Num sarcasmo feral, porque o sol já se extinga
Surge a noite à feição de um formidável corvo!
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