domingo, 12 de julho de 2015

Joaquim Francisco da Silveira, 760, 1a; BH, 0120602012; Publicado: BH, 0120702015.

Aqui encontro-me patético passional
Apaixonado pelas coisas que não interessam
Aos normais vasculho o universo onde
Estiver escondido um poema, transfiro-o ao
Papel encardido aqui encontro-me de prontidão
A sondar milimetricamente as pregas
Sensoriais do infinito onde houver o
Eco do grito duma poesia capto-a na
Reverberação da ressonância para imortalizá-la
Como um deus sem céu ou um diabo sem
Inferno é o meu papel sina saga
Eternizar o que não é santo sagrado consagrado
Tirar o belo até duma confraria de
Vampiros dum banquete de mendigos
Ou seita de canibais aqui encontro-me à
Espera da boa vontade da bem-aventurança
Da esperança de ser bem-vindo em
Qualquer meio da matéria de ser
Aceito pelas moléculas átomos prótons
Nêutrons elétrons os três mosqueteiros
Nucleares que disparam-me em direção aos
Mais distantes quasares aqui encontro-me
Dentro da madrugada a soluçar solitário
Sem solucionar a solidão da humanidade
Teimo nessas coisas abandonadas por todos
Teimo nessas metáforas enigmáticas
Nesses universos ocultos misteriosos nada
Tenho o que dizer a não ser que não
Os desprezo como os seres normais
Estimo-os como se fossem o sol a lua o ar
Trago-os à luz ao buscá-los nos ninhos nos
Subterrâneos nos mares encapelados nos
Cascos das naus que deslizaram à flor das águas
Nas pedras sagradas onde ficaram marcadas as
Pegadas dos negros das negras com seus
Corpos vergados sob o jugo do cajado

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