sábado, 11 de julho de 2015

Portugal, 2949, Hangar 77, 2; BH, 0260702012; Publicado: BH, 0110702015.

Comes o pão bebes o vinho tomas d'água da
Moringa consagrada a noite é longa o
Caminho incerto mal iluminado a noite é
Sem lua sem estrelas não sei aonde foram
Esconder-se os astros que iluminam os céus
Não vi aonde foram dormir os pirilampos que
Iluminavam as estradas os caminhos agora
Estão desertos os vaga-lumes que faziam
Festas aos meninos foram engolidos pela
Escuridão da noite meu avô não desenha
Mais carrancas nem toca viola minha avó
Não conta mais histórias a preta Maria
Vive cega no Rio de Janeiro ninguém mais
Lembra-se deles meu pai já partiu minha
Mãe vive ainda com a viúva do meu irmão
Com quase cem anos penso que a minha
Mãe ultrapassará Saramago Niemeyer
Minha mãe tem minério nas veias de sangue
Mineiro o respeito que o tempo tem com
A minha mãe é de impressionar-me a
Minha mãe é igual Sócrates Homero sabe
Muitas coisas mesmo coisas demais de cor
Mas não deixa nada registrado nem em
Pergaminho feito de couro de lobisomem
Sou o péssimo o pior discípulo que minha
Mãe tem pouco, ou quase nada posso fazer
Para deixar à posteridade os ensinamentos dela

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