sábado, 11 de julho de 2015

Portugal, 2949, Hangar 77, 3; BH, 0260702012; Publicado: BH, 0110702015.

Minhas personagens habitam-me habituam-me
A ser moradia querem fazer de mim casa lar
Doce lar acompanham-me todas as noites
Não posso oferecê-las tranquilidade pois sou
Intranquilo nem posso oferecer serenidade
Pois sou ansioso angustiado desesperado
Minhas personagens querem segurança logo
Com o sujeito mais inseguro do mundo à
Noite em que não dormem também não me
Deixam dormir nem posso dormir pois
Preciso velar por minhas personagens os
Aviões passam rasantes a assustá-las as
Conforto da melhor maneira que posso
Digo que são aviões de brinquedo mas
Minhas personagens têm muito medo de
Aviões nunca voaram em vida voam agora
Com as névoas da noite com as brisas os
Orvalhos os serenos voam com as aragens
Noturnas com os sons silenciosos da noite os
Sussurros os rumores da madrugada mas os
Aviões as assustam pensam que são vozes de
Assombrações a maioria são índios pretos
Velhos pretas velhas escravos escravas
Antepassados dos meus avós dos meus pais
Essas coisas modernas metem-lhes sustos
Medos não minhas personagens voam
Pelos universos convidam-me a ir com elas
Quando estão em repouso nos seus templos

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