terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Alameda das Princesas, 756, 17; BH, 0150802012; Publicado: BH, 0201202014.

Não sou picareta nem cara dura enxada
Ou enxadão não sou espada espadim
Ou espadarte para nada tenho arte
No que faço sou desastre de fracasso
Em fracasso acumulei inúmeras derrotas
As vitórias não tenho para cantar de
Galo os estalos que esperei na vida
Foram os bambus secos os de taquaras
Queimadas os de gravetos nos fogos
Das chapadas perco horas a olhar as águas
A brincar com os ventos os urubus
Em coreografias performances no
Azul celeste perco horas com as coisas
Mais insignificantes como acompanhar
Carreiras de formigas voos de borboletas
As moscas que pairam no ar as
Libélulas que parecem helicópteros não
Sei chegar assim num lugar
Entrar sem ser convidado incomodar
Tenho medo de incomodar
De ser inconveniente a pior coisa é ser
Sem educação grosseiro estúpido
Estorvado percebo que sou não
Corrijo-me por nada não agradeço
Nem tenho gratidão esqueço o bem
Que fazem a mim não retribuo
Mal pagador bom cobrador não
Perdoo uma dívida mesmo quando
Tenho as minhas perdoadas inadimplente da
Silva detesto pagar o que devo se por
Um acaso qualquer materializar-se um
Dinheiro em minha mão o primeiro
Lugar aonde corro é ao bar do Cosme e
Damião aí meu São Jorge meu São
Benedito é beber até cair no chão

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