segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Alameda das Princesas, 756, 29; BH, 0230802012; Publicado: BH, 0801202014.

Acelerado é o tempo que vem de bandeira
Desfraldada acelerado a passar ventania
Correria disparada foi-se a era da
Calmaria bonança de tarde serenidade
De manhã é época de agonia época
De angústia de não ter tempo de viver
Dentro do tempo o tempo passa vendaval
A despregar roupas do varal a amontoar
Entulhos nos monturos a encher
Nossos olhos com o cisco do quintal
Acelerado o tempo é trator pelotão de
Fuzilamento rolo compressor não é mais
Paz de fundo de mar todas aquelas coisas
Que o tempo nos trazia avôs avós tias não
Temos mais conhecimento nem na poesia o
Tempo é vilão bandido malfeitor revela-nos
A nós mesmos aos nossos semelhantes
Antes de nascermos não esperamos mais os
Nove meses a gestação o parto a parturiente
O resguardo a canja de galinha não esperamos
Mais acelerado o tempo levou de furacão
Telhados janelas portões portais acelerado é
O poema acelerada é a poesia tão rápido é
Tudo que estamos sempre sem nada para
Refletir todo o mecanismo do organismo é para
Nos inibir concordemos ou não todo o nosso
Jogo com prorrogação tempo de acréscimo
É com impedimento os gols são anulados por
Favor um minuto de atenção uma palavrinha
Não tenho tempo para isso não é o que
Ouvimos no cotidiano acelerado acelerado
Serão hora extra plantão não vai dar tempo
Velório sem choro ladainha sem velório o
Defunto incinerado para não perder tempo
Olha a fila precisa andar acelerado celerado

Nenhum comentário:

Postar um comentário