sábado, 27 de dezembro de 2014

Alameda das Princesas, 756, 73; BH, 0140902012; Publicado: BH, 02701202014.

Não não faço mágicas não sou o mago
Que tu pensas não não sou mágico
Nem inventor ou descobridor sou só
Este caçador boiadeiro pastor vaqueiro
Apascentador sou só guardador de
Rebanhos com o meu cão de guarda
Cuido das ovelhas não as deixo cabras
Desgarradas nem ficarem presas em
Espinheiros tosquio-as livro-as das
Incômodas lãs mas não dou a vida por
Elas pelo contrário elas que dão a
Vida por mim ao matarem minha sede
Com sangue puro fresco arterial ao
Matarem a minha fome com carne
Virgem não não faço milagres não
Abro mares nem faço chover não
Não tiro leite das pedras tenho o leite
Virginal das minhas carneirinhas tenho o
Mais depurado mel das seivas delas
Saciado as sacio na ânsia de me
Agradar me fazem mil mágicas
Milhares de inventos infinitas descobertas
As mais nobres caças novilhas inúmeros
Milagres no desespero para não me
Ver chorar choram por mim balem
Mugem apaixonadas passam horas
Horas a fio a brincar na relva macia
Pisam de mansinho para não perturbar
Os meus ouvidos sopram na minha nuca
Hálitos de boca aberta para refrigerar
Meu espírito com a minha vara com o
Meu cajado as consolo elas não me
Deixam faltar nada não não no meu
Aprisco não permito a aproximação do
Lobo mau evito que empesteia as
Águas das fontes onde bebem sedentas

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