Vixe, virge, ô xente, o que é que veio interpor-se
Aqui, entre eu e mim? o que é aquilo a entrepor-se
Num dia e numa noite? como entre uma perna e
Outra, entrepernas do tempo e do não tempo, com a
Pausa intermediária, o ido e o não ido, na entrepausa
Do homem e do não homem? é algo indistinto distinto;
Dá para ouvir de modo confuso, Confúcio; o entreouvir
Do surdo e do não surdo; tenho medo de olhar assim
Mudamente e nada enxergar, no entreolhar do cego;
Trago o ângulo de visão que está parcialmente nublado;
O tempo entrenublado no meio das sobrancelhas e não
Desatei o nó que não foi feito no espaço entre dois
Nós de um tronco, no entrenó dum caule; adiante
Não dar para entrever; deixar entremostrar o futuro;
Entretanto não é muito seguro; enquanto isso falta
Esperança; entrementes clamamos por segurança pelo
Menos nas mentes; pouca renda entre as duas peças
Lisas e ocupar o espaço entre os dois extremos e misturar
No entremeio, alternar o crepúsculo matinal; pôr
Permeio na entremanhã e não entremear e sim só
Compreender, deduzir algo que não consta expressamente
Em um texto e clarear o espaço entre duas linhas e
Elucidar a entrelinha, é bom dedicar-se ao bem;
E deixar de possuir e passar a ser; render-se à utopia,
Submeter-se à dialética; não atraiçoar a filosofia;
Denunciar o retórico; ceder à razão; confiar na justiça;
Dar é melhor do que receber; restituir em dobro,
Ainda é melhor; entregar-se para integrar-se ao amor e
Valorizar o entregador das missivas da paz; aquele
Que faz as entregas, mas não de bombas, ogivas, canhões,
Tem o senso entrefino, que não é fino e nem grosso
E nem é de se entrefechar com o ignorante e nem de
Fechar incompletamente adormecido, o que não está entredormido
A sonhar monologar em voz baixa; entredizer para cruzar
A fala, dizer entre si para entrecruzar a informação
Que é boa a carne entre as costelas de Adão, e do animal junto
Do espinhaço, do entrecosto dos animais; e é com
Reforço de madeira entre os costados anterior e
Interior do navio com o entrecostado que espero
Trazer a determinação, para não interromper a ida
À vitória, e dividir com cortes a derrota e entrecortar
A perda e suceder um fato novo no intervalo de
Outro, de outros, correr entre todos, entrecorrer sem
Medo de nada, e conhecer-se sem covardia, é um
Sonho; se entreconhecer vagamente sem ânsia, agonia
Ou angústia no choque entre dois corpos; sem o
Pânico na ação de entrechocar, sem pavor no entrechoque,
E chocar-se ao ver a derrubada da parte interior da
Casca das árvores e dos frutos, a morte da entrecasca;
O remédio para o entojo, o nojo que sente a mulher
Grávida com desejo extravagante experimentado
Durante a gravidez; a repugnância não é pelo feto;
O entojar não é pelo filho; o fruto do amor não é
Entojado; é o esperado cheio de si; o que vem bem
Vaidoso, que não pode ser entocado, como algo
Que não se pode meter em toca e ocultar num canto
Esquecido; logo logo vem começar a dar o tom; a
Entoar uma fala; inflexão destoada, entoamento sem
Canção, com o tempo pega a entoação, com modulação
Na voz para bem exprimir fala de entidade,
E do mais que constituir a essência de uma coisa;
O ente do ser, a sociedade, a associação de implicar
Para ganhar; provocar para vencer; enticar para deixar
De ser um fraco; o tíbio cai mais cedo; prostrar por
Terra é o resultado de entibiar e qualquer entestar
Treme; confrontar dá vertigem; defrontar pede arreglo;
Confinar para acumular riqueza é deixar de ser feliz;
Juntar tesouro seca a fonte do coração; e para entrecruzar é
Teimar com a alma; não ceder ao espírito; tornar-se
Teso com o necessitado e enrijar com o pobre; esticar a
Indiferença e entesar-se sem tesão pela mulher amada;
Riqueza é funeral; é o ato e o efeito de se enterrar vivo;
É o próprio enterro ao esconder-se; passar a ter crédito e
A perder o prestígio; comprometer-se com a burguesia e a elite;
Cravar profundamente o lucro acima de tudo; soterrar a vida;
Sepultar a alegria; por debaixo da terra; enterrar o enternecimento.
A ternura e a compaixão que nos mantêm vivos...