terça-feira, 27 de março de 2012

Sempre Vivas, 181, 9; CONT, 0260302012; Publicado: BH, 0270302012.

Compensa o status quo o prestígio
As mordomias fazer parte dum
Congresso nacional composto por
Um senado uma câmara de deputados
Repletos de párias parasitas seres
Apátridas desprovidos de espírito
Público? entes que jogam rasteiro
Fazem chantagens vendem os votos
Se beneficiam da pobreza miséria
Desgraça do povo brasileiro compensa
Ser chamado de vossa excelência
Desviar verbas das emendas apresentar
Notas fiscais frias para reembolso das
Despesas sumir com dinheiro da
Merenda escolar saúde educação
Segurança? o que um parlamentar
Desse passa para a família os filhos?
O que pensa ao se olhar no
Espelho ao olhar a sociedade da qual
É um verme a se alimentar dela?
O judiciário com essa justicinha
Nanica que nos envergonha nos
Enche de asco ao depararmos com
As caras inexpressivas dos seus
Criminosos togados? ai Brasília como
Dóis ao povo brasileiro ai outras
Capitais suas assembleias legislativas
Demais cidades com suas câmaras
De vereadores, como desrespeitais o
Povo em geral vale a pena ter almas
Tão pequenas? bolsos cheios grandes
Gordas contas correntes porém
Vazios corações mentes?

Alberto Caeiro, Não basta abrir a janela; BH, 270302012.

Não basta abrir a janela 
Para ver os campos e o rio. 
Não é bastante não ser cego 
Para ver as árvores e as flores. 
É preciso também não ter filosofia nenhuma. 
Com filosofia não há árvores: há ideias apenas. 
Há só cada um de nós, como uma cave. 
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora; 
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse, 
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.

domingo, 25 de março de 2012

Sempre Vivas, 181, 7; CONT, 0240302012; Publicado: BH, 0250302012.

No universo tenho a vantagem do infinito
Prefiro ficar aqui na eternidade
Porque posso escrever meus poemas para
A posteridade no horizonte estou à frente
De todos das coisas até de mim dou
Nome à cada estrela que nasce
Conhecem-me me chamam por meu nome
Dou nome à cada pétala de flor sideral
Não tenho medo de errar se estiver
No meio duma tempestade solar não
Cairei no fundo dum buraco negro
Assoprei o sol bem de perto todos os meus
Pensamentos encarnados entraram no seu
Núcleo de manhã bem de manhãzinha
Antes dele nascer serenei com a lua
Serena a relva mais fresca regada
Pela saliva da menina trazida
Pela aurora boreal contei grão
Por grão a areia de minha ampulheta
Meu tempo não passava pingava gota à
Gota das muralhas do firmamento
No lugar onde caía nascia outro
Tempo era que me revigorava a cada
Época por motivo de estar aqui no
Universo onde estou capitaneei naus
Celestiais caravelas divinais castelos
Medievais suspensos por fios dos bigodes de
Salvador Dali imaginados por
Sua loucura genial materializada
Em telas de paisagens surreais espelhadas
Na careca de Pablo Picasso nos desarranjos
Estruturais de Juan Miró não não quero
Sair maravilhado deste universo encantado

Alberto Caeiro, Primeiro prenúncio; BH, 0250302012.

Primeiro prenúncio da trovoada de depois de amanhã, 
As primeiras nuvens, brancas, pairam baixas no céu mortiço. 
Da trovoada de depois de amanhã? 
Tenho a certeza, mas a certeza é mentira. 
Ter certeza é não estar vendo. 
Depois de amanhã não há. 
O que há é isto: 
Um céu de azul um pouco baço, umas nuvens brancas no horizonte, 
Com um retoque sujo em baixo como se viesse negro depois. 
Isto é o que hoje é, 
E, como hoje por enquanto é tudo, isto é tudo. 
Quem sabe se eu estarei morto depois de amanhã? 
Se eu estiver morto depois de amanhã, a trovoada de depois de amanhã 
Será outra trovoada do que seria se eu não tivesse morrido. 
Bem sei que a trovoada não cai da minha vista, 
Mas se eu não estiver no mundo, o mundo será diferente — 
Haverá eu a menos — 
E a trovoada cairá num mundo diferente e não será a mesma trovoada. 
Seja como for, a que cair é que estará caindo quando cair.

Alberto Caeiro, A guerra que aflige; BH, 0240302012.


A guerra que aflige com os seus esquadrões o Mundo, 
É o tipo perfeito do erro da filosofia.
A guerra, como tudo humano, quer alterar. 
Mas a guerra, mais do que tudo, quer alterar e alterar muito 
E alterar depressa.
Mas a guerra inflige a morte. 
E a morte é o desprezo do universo por nós. 
Tendo por consequência a morte, a guerra prova que é falsa. 
Sendo falsa, prova que é falso todo o querer-alterar.
Deixemos o universo exterior e os outros homens onde a Natureza os pôs. 
Tudo é orgulho e inconsciência. 
Tudo é querer mexer-se, fazer cousas, deixar rasto. 
Pára o coração e o comandante dos esquadrões 
Regressa aos bocados o universo exterior.
A química directa da Natureza 
Não deixa lugar vago para o pensamento.
A humanidade é uma revolta de escravos. 
A humanidade é um governo usurpado pelo povo. 
Existe porque usurpou, mas erra porque usurpar é não ter direito.
Deixai existir o mundo exterior e a humanidade natural! 
Paz a todas as cousas pré-humanas, mesmo no homem! 
Paz à essência inteiramente exterior do Universo!

sexta-feira, 23 de março de 2012

Alberto Caeiro, Dizes-me; BH, 0230302012.


Dizes-me: tu és mais alguma coisa 
Que uma pedra ou uma planta. 
Dizes-me: sentes, pensas e sabes 
Que pensas e sentes. 
Então as pedras escrevem versos? 
Então as plantas têm ideias sobre o mundo? 
Sim: há diferença. 
Mas não é a diferença que encontras; 
Porque o ter consciência não me obriga a ter teorias sobre as coisas: 
Só me obriga a ser consciente. 
Se sou mais que uma pedra ou uma planta?
Não sei. 
Sou diferente. 
Não sei o que é mais ou menos. 
Ter consciência é mais que ter cor? 
Pode ser e pode não ser. 
Sei que é diferente apenas. 
Ninguém pode provar que é mais que só diferente. 
Sei que a pedra é a real, e que a planta existe. 
Sei isto porque elas existem. 
Sei isto porque os meus sentidos mo mostram. 
Sei que sou real também. 
Sei isto porque os meus sentidos mo mostram, 
Embora com menos clareza que me mostram a pedra e a planta. 
Não sei mais nada. 
Sim, escrevo versos, e a pedra não escreve versos. 
Sim, faço ideias sobre o mundo, e a planta nenhumas. 
Mas é que as pedras não são poetas, são pedras; 
E as plantas são plantas só, e não pensadores. 
Tanto posso dizer que sou superior a elas por isto, 
Como que sou inferior. 
Mas não digo isso: digo da pedra, «é uma pedra», 
Digo da planta, «é uma planta», 
Digo de mim, «sou eu». 
E não digo mais nada. 
Que mais há a dizer?

Alberto Caeiro, Hoje de manhã; BH, 0230302012.

Hoje de manhã saí muito cedo, 
Por ter acordado ainda mais cedo 
E não ter nada que quisesse fazer... 
Não sabia que caminho tomar 
Mas o vento soprava forte, 
E segui o caminho para onde o vento me soprava nas costas. 
Assim tem sido sempre a minha vida, e assim quero que possa ser sempre — 
Vou onde o vento me leva e não me deixo pensar.

Sempre Vivas, 181, 6; CONT, 0220302012; Publicado: BH, 0230302012.

Governo demotucano do bizarro Antônio
Anastazia que o povo desinformado omisso
Apolítico de Minas Gerais elegeu para
O poder é uma aberração mórbida totalmente
Apagado sem peso político inimigo público
Número um da educação da cultura da saúde
Do serviço social nem no PIG Partido da
Imprensa Golpista serviçal mineira ou não
O nefasto governador aparece Minas
Gerais que já foi motivo de referência
No Brasil por seus políticos hodiernamente
Vive no ostracismo fora do cenário político
Nacional Aécio Neves que o povo analfabeto
Desconscientizado tinha alguma esperança
Mostra-se um político fraco inexpressivo
Envolve-se em farras outras festas
No Rio de Janeiro bem longe do estado
Que o elegeu Minas Gerais é um estado
Órfão penalizado pelos políticos
Demotucanos com o aval duma velha
Mídia conivente vendida que nada cobra
Deles não pede resultados abafa qualquer
Falcatrua demotucana cometida demagogos
Ambos esse PIG Partido da Imprensa
Golpista inda temos que aturar um vice
Alberto Pinto Coelho que vive de sorrisos
Ganha salários só para rir da cara do
Povo mineiro que o elegeu um vice apagado

Pink Floyd, Another Brick in the Wall; BH, 230302012.


We don't need no education
We don't need no thought control
No dark sarcasm in the classroom
Teachers leave them kids alone
Hey! Teacher! Leave them kids alone!
All in all it's just another brick in the wall
All in all you're just another brick in the wall
We don't need no education
We don't need no thought control
No dark sarcasm in the classroom
Teachers leave them kids alone
Hey! Teacher! Leave us kids alone!
All in all you're just another brick in the wall
All in all you're just another brick in the wall
"Wrong, Do it again!"
"Wrong, Do it again!"
"If you don't eat yer meat, you can't have any
pudding. How can you
have any pudding if you don't eat yer meat?"
"You! Yes, you behind the bikesheds, stand still
lady!"

quarta-feira, 21 de março de 2012

Alberto Caeiro, O mistério das coisas; BH, 0210302012.

O mistério das coisas, onde está ele? 
Onde está ele que não aparece 
Pelo menos a mostrar-nos que é mistério? 
Que sabe o rio disso e que sabe a árvore? 
E eu, que não sou mais do que eles, que sei disso? 
Sempre que olho para as coisas e penso no que os homens pensam delas, 
Rio como um regato que soa fresco numa pedra. 
Porque o único sentido oculto das coisas 
É elas não terem sentido oculto nenhum, 
É mais estranho do que todas as estranhezas 
E do que os sonhos de todos os poetas 
E os pensamentos de todos os filósofos, 
Que as coisas sejam realmente o que parecem ser 
E não haja nada que compreender. 
Sim, eis o que os meus sentidos aprenderam sozinhos: — 
As coisas não têm significação: têm existência. 
As coisas são o único sentido oculto das coisas.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Pink Floyd - Wish you were here; BH, 0190302012.


So,
So you think you can tell
Heaven from Hell,
Blue skies from pain
Can you tell a green field
From a cold steel rail?
A smile from a veil?
Do you think you can tell?
Did they get you to trade
Your heroes for ghosts?
Hot ashes for trees?
Hot air for a cool breeze?
Cold comfort for change?
Did you exchange
A walk on part in the war
For a lead role in a cage?
How I wish, how I wish you were here
We're just two lost souls
Swimming in a fish bowl,
Year after year,
Running over the same old ground.
What have we found?
The same old fears
Wish you were here

Pink Floyd, Time; BH, 0190302012.

 

icking away the moments that make up a dull day
You fritter and waste the hours in an off hand way
Kicking around on a piece of ground in your home town
Waiting for someone or something to show you the way
Tired of lying in the sunshine staying home to watch the rain
You are young and life is long and there is time to kill today
And then one day you find ten years have got behind you
No one told you when to run, you missed the starting gun
And you run and you run to catch up with the sun, but it's sinking
And racing around to come up behind you again
The sun is the same in a relative way, but you're older
Shorter of breath and one day closer to death
Every year is getting shorter, never seem to find the time
Plans that either come to naught or half a page of scribbled lines
Hanging on in quiet desperation is the English way
The time is gone the song is over, thought I'd something more to say
Home, home again
I like to be here when I can
When I come home cold and tired
It's good to warm my bones beside the fire
Far away across the field
The tolling of the iron bell
Calls the faithful to their knees
To hear the softly spoken magic spells

segunda-feira, 12 de março de 2012

Sei que todas às vezes que; BH, 0200402000; Publicado: BH, 0120302012.

Sei que todas às vezes que
Refiro-me a ti não deixo
De anacronizar de referir a tudo
Que diz respeito a ti e chego a
Cometer sem querer o anacronismo
De erro de data de fato de
Incompreensão da anacronia de
Linguagem falada enquanto a
Escrita é entendida por mais que
Tenha conhecimento clássico
Anacreôntico ou tudo mais
Que for relativo a Anacreonte ou à
Composição poética de estilo anacreôntica
Jamais deixarei de ser um ser anacorético
Perdido na anacolutia no anacoluto
Com toda dependência emocional
Toda inclinação para a pessoa de quem
Se depende de tal dependência é
Normal na infância patológica
No adulto de anáclise medicinal
A restar apenas a posição horizontal
Dum doente terminal na cama
Ou na anaclisia em cadeira inclinada
Pessoa que depende ou apoia em
Alguém como se fosse um verme anaclítico
Que à refração da luz da anacloridia
Perde a anáclase indevida
Por um motivo anaclástico ou anacíclico
Com inflexão articular desvio de conduta
Metrificação de troca de lugar
Tudo que acontece entre
A sílaba longa no fim dum verso
A breve no começo do verso seguinte
Que faz o mesmo sentido apresenta
A mesma palavra quer se leia de
Diante para atrás ou vice-versa

Veio para me atrapalhar; BH, 090102000; Publicado: BH, 0120302012.

Veio para me atrapalhar
Para me confundir a razão
Agodelhar meu pequeno coração
Impedir que as agogas de irrigação
Nos canais para escoamento das águas
Usadas nas minas de extração
Escoem minhas lágrimas
Veio ser o meu agogo
Veio do grego agogós
Ser o elemento de composição o
Designativo que me conduz
Dirige-me me guia
À minha exterminação
Não deixei de ser demagogo
Não estudei para ser pedagogo
Nem posso usar o colagogo
Medicamento que excita
A expulsão da bílis na minha adrenalina
Veio para me agolpear
Golpear-me a cabeça o ser
Não quer agomar minh'alma
Deitar goma em mim
Germinar-me no espírito dela
Cobrir-me de gomos rebentos
Só a me deixar cada vez mais
Insatisfeito sedento
Dá-me logo uma agomiada
Mata-me logo com um golpe de agomia
Esfacela meu crânio com o gomil
Esse jarro de boca estreita
Faça de mim um agomil
Deixa-me agomilado desesperado
Acaba logo o agon da luta
Do protagonista da agonia
Não mereço as festas agonais
Dos tipos da antiga Roma
Em honra de Jano
Cuida dos meus funerais
Faça dos meus restos mortais
A tua herança macabra

Seja o meu aglutinômetro; BH, 090102000; Publicado: BH, 0120302012.

Seja o meu aglutinômetro
Meu aparelho para observar
A aglutinação macroscópica rápida
Que se efetua no espaço de três minutos
Sem necessidade de incubador
Pois se misturou a gramática
Na designação do n gutural
Ou do póstero-palatino
Representado em fonética por n
Cortado diagonalmente
Da direita para a esquerda
No agma do agmar da diácope
Elemento de compostos eruditos
Com ideia de fratura dos fragmentos
Resíduos de agmato do tratado da
Parte da medicina da agmatologia
Que o agmatólogo especialista
No tipo de tratamento
Nada mais pode fazer
A não ser a separação
Do parente por agnação
Da variação de ágnato o
Antônimo é o cognato
Agnado na direção
Deformou Noel meu irmão
O samba da agnatia genial
Na ausência do maxilar inferior
Não diminuiu o compositor
Parceiro do agnatício Vadico
Que também colaborou
Agnático relativo ágnato
Até pareciam descendentes
Dum mesmo pai em linha masculina
Agnatos cognados irmãos
O samba tem a ramificação
Da agnominação na repetição
Duma palavra cujo sentido
Varia com a simples mudança
Duma letra ou letras
Na paronomásia na adnominação

Não tenho nada; RJ, 0210501981; Publicado: BH, 0120302012.

Não tenho nada
Nada tenho
Para oferecer a ti
Minha paz
Não vais querer
Minha felicidade
Não vais querer
Meu amor
Não vais querer;
O que vais querer
Não vou ter
O que vou ter
Não vais querer
Tudo que queres
Não tenho
Nada do que queres
Tenho
Tenho o que não queres
Não tenho o que queres
Meu carinho
Não vais querer
Meus beijos
Não vais querer
Meu afeto
Não vais querer
Sou pobre sem futuro
O teu futuro
Não poderei construir
Pois bem sabes
Que não sou nada
Estás cansada de saber
Que não tenho nada
Vais querer tudo
Não posso oferecer
Não posso dar a ti
O que tenho
Pois o que tenho
É tudo teu

Jack Kerouac, Aqui estão os loucos; BH, 012030-2012.

Aqui estão os loucos,
Os desajustados,
Os rebeldes,
Os criadores de caso,
Os pinos redondos em buracos quadrados;
Aqueles que vêem as coisas
De forma diferente;
Eles não curtem regras
E não respeitam o stato quo;
Pode citá-los, discordar deles,
Glorificá-los ou caluniá-los,
Mas, a única coisa que não pode fazer,
É ignorá-los,
Porque eles mudam as coisas,
Empurram a raça humana para a frente
E, enquanto alguns os vêem como loucos,
Nós os vemos como geniais;
Porque as pessoas loucas o bastante,
Para acreditar que podem mudar o mundo,
São as que o mudam.

Allen Ginsberg, O Uivo; BH, 0120302012.

Para Carl Solomon

I


Eu vi os expoentes da minha geração, destruídos pela
Loucura, morrendo de fome, histéricos, nus, 
Arrastando-se pelas ruas do bairro negro de madrugada
Em busca de uma dose violenta de qualquer coisa,
Hipsters com cabeça de anjo ansiando pelo antigo
Contato celestial com o dínamo estrelado da 
Maquinaria da noite,
Que pobres esfarrapados e olheiras fundas, viajaram 
Fumando sentados na sobrenatural escuridão dos
Miseráveis apartamentos sem água quente, flutuando
Sobre os tetos das cidades contemplando o jazz,
Que desnudaram seus cérebros ao céu sob o Elevado
E viram anjos maometanos cambaleando iluminados
Nos telhados das casas de cômodos,
Que passaram por universidades com olhos frios e 
Radiantes alucinando Arkansas e tragédias à luz 
De Blake entre os estudiosos da guerra,
Que foram expulsos das universidades por serem loucos
& publicarem odes obscenas nas janelas do crânio,
Que se refugiaram em quartos de paredes de pintura
Descascada em roupa de baixo queimando seu 
Dinheiro em cestos de papel escutando o Terror 
Através da parede,
Que foram detidos em suas barbas púbicas voltando
Por Laredo com um cinturão de marihuana para 
Nova Iorque,
Que comeram fogo em hotéis mal pintados ou
Beberam terebentina em Paradise Alley, morreram ou
Flagelaram seus torsos noite após noite com
Som, sonhos, com drogas, com pesadelos na vigília,
Álcool e caralhos em intermináveis orgias,
Incomparáveis ruas cegas sem saída de nuvem trêmula,
E clarão na mente pulando nos postes dos pólos de 
Canadá & Paterson, iluminando completamente o
Mundo imóvel do Tempo intermediário,
Solidez de Peiote dos corredores, aurora de fundo de 
Quintal das verdes árvores do cemitério, porre de vinho
Nos telhados, fachadas de lojas de subúrbio 
Na luz cintilante de neon do tráfego na 
Corrida de cabeça feita do prazer, vibrações de 
Sol e lua e árvore no tronco de crepúsculo de 
Inverno de Brooklyn, declamações entre latas 
De lixo e a suave soberana luz da mente,
Que se acorrentaram aos vagões do metrô para o
Infindável percurso do Battery ao sagrado Bronx
De benzedrina até que o barulho das rodas e 
Crianças os trouxesse de volta, trêmulos, a boca 
Arrebentada o despovoado deserto do cérebro
Esvaziado de qualquer brilho na lúgubre luz do Zoológico,
Que afundaram a noite toda na luz submarina 
De Bickford´s, voltaram à tona e passaram a tarde
De cerveja choca no desolado Fuggazi´s escutando
O matraquear da catástrofe na vitrola 
Automática de hidrogênio,
Que falaram setenta e duas horas sem parar do
Parque ao apê ao bar ao Hospital Bellevue ao 
Museu à Ponte do Brooklyn,
Batalhão perdido de debatedores platônicos saltando
Dos gradis das escadas de emergência dos parapeitos
Das janelas do Empire State da Lua,
Tagarelando, berrando, vomitando, sussurrando fatos
E lembranças e anedotas e viagens visuais e choques
Nos hospitais e prisões e guerras,
Intelectos inteiros regurgitados em recordação total 
Com os olhos brilhando por sete dias e noites,
Carne para a sinagoga jogada à rua,
Que desapareceram no Zen de Nova Jersey de 
Lugar algum deixando um rastro de postais ambíguos
Do Centro Cívico de Atlantic City,
Sofrendo suores orientais, pulverizações tangerianas
De ossos e enxaquecas da China por causa da 
Falta da droga no quarto pobremente mobiliado de Newark,
Que deram voltas e voltas à meia noite no pátio da 
Ferrovia perguntando-se aonde ir e foram, sem
Deixar corações partidos,
Que acenderam cigarros em vagões de carga, vagões 
De carga, vagões de carga, que rumavam ruidosamente 
Pela neve até solitárias fazendas dentro da noite do avô,
Que estudaram Plotino, Poe, São João da Cruz, telepatia
E bop-cabala pois o Cosmos instintivamente
Vibrava a seus pés em Kansas,
Que passaram solitários pelas ruas de Idaho procurando
Anjos índios e visionários que eram anjos índios e visionários
Que só acharam que estavam loucos quando Baltimore
Apareceu em estase sobrenatural,
Que pularam em limusines com o chinês de Oklahoma
No impulso da chuva de inverno na luz das ruas
Da cidade pequena à meia-noite,
Que vaguearam famintos e sós por Huston procurando
Jazz ou sexo ou rango e seguiram o espanhol 
Brilhante para conversar sobre a América e a Eternidade,
Inútil tarefa, e assim embarcaram
Num navio para a África,
Que desapareceram nos vulcões do México 
Nada deixando além da sombra das suas calças
Rancheiras e a lava e a cinza da poesia espalhadas
Pela lareira Chicago,
Que reapareceram na Costa Oeste investigando o FBI
De barba e bermudas com grandes olhos pacifistas
E sensuais nas suas peles morenas, distribuindo
Folhetos ininteligíveis,
Que apagaram cigarros acesos nos seus braços
Protestando contra o nevoeiro narcótico de 
Tabaco do Capitalismo,
Que distribuiram panfletos supercomunistas em Union
Square, chorando e despindo-se enquanto as 
Sirenes de Los Alamos os afugentavam gemendo
Mais alto que eles e gemiam pela Wall Street e 
Também gemia a balsa de Staten Island
Que caíram em prantos em brancos ginásios desportivos,
Nus e trêmulos diante da maquinaria de outros esqueletos,
Que morderam policiais no pescoço e berraram de 
Prazer nos carros de presos por não terem cometido 
Outro crime a não ser sua transação pederástica e tóxica,
Que uivaram de joelhos no metrô e foram arrancados do 
Telhado sacudindo genitais e manuscritos,
Que se deixaram foder no rabo por motociclistas 
Santificados e berraram de prazer,
Que enrabaram e foram enrabados por esses serafins
Humanos, os marinheiros, carícias de amor
Atlântico e caribeano,
Que transaram pela manhã e ao cair da tarde em 
Roseirais, na grama de jardins públicos e cemitérios,
Espalhando livremente seu sêmen para 
Quem quisesse vir,
Que soluçaram interminavelmente tentando gargalhar
Mas acabaram choramingando atrás de um tabique
De banho turco onde o anjo loiro e nu veio 
Trespassá-los com sua espada,
Que perderam seus garotos amados para as três
Megeras do destino, a megera caolha do dólar heterossexual, 
Megera caolha que pisca de 
Dentro do ventre e a megera caolha que só sabe 
Sentar sobre sua bunda retalhando os dourados 
Fios intelectuais do tear do artesão,
Que copularam em êxtase insaciável com um garrafa
De cerveja, uma namorada, um maço de cigarros, uma
Vela, e caíram na cama e continuaram 
Pelo assoalho e pelo corredor e terminaram 
Desmaiando contra a parede com uma visão da 
Boceta final e acabaram sufocando o derradeiro lampejo da consciência,
Que adoçaram as trepadas de um milhão de garotas
Trêmulas ao anoitecer, acordaram de olhos vermelhos
No dia seguinte mesmo assim prontos
Para adoçar trepadas na aurora, bundas luminosas 
Nos celeiros e nus no lago,
Que foram transar em Colorado numa miríade de 
Carros roubados à noite, N.C., herói secreto destes
Poemas, garanhão e Adônis de Denver – prazer 
Ao lembrar suas incontáveis trepadas com garotas
Em terrenos baldios & pátios dos fundos de 
Restaurantes de beira de estrada, raquíticas fileiras 
De poltronas de cinema, picos de montanha
Cavernas com esquálidas garçonetes no 
Familiar levantar de saias solitário à beira da 
Estrada & especialmente secretos solipsismos de
Mictórios de postos de gasolina & becos da cidade
Natal também,
Que se apagaram em longos filmes sórdidos, foram 
Transportados em sonho, acordaram num
Manhattan súbito e conseguiram voltar com uma
Impiedosa ressaca de adegas de Tokay e horror 
Dos sonhos de ferro da Terceira Avenida &
Cambalearam até as agências de desemprego,
Que caminharam a noite toda com os sapatos cheios
De sangue pelo cais coberto por montões de 
Neve, esperando que uma porta se abrisse no
East River dando para um quarto cheio de vapor e ópio,
Que criaram grandes dramas suicidas nos penhascos
De apartamentos do Huston à luz azul de holofote
Antiaéreo da luta & suas cabeças receberão
Coroas de louro no esquecimento,
Que comeram o ensopado de cordeiro da imaginação
Ou digeriram o caranguejo do fundo lodoso dos
Rios de Bovery,
Que choraram diante do romance das ruas com seus
Carrinhos de mão cheios de cebola e péssima música,
Que ficaram sentados em caixotes respirando a 
Escuridão sob a ponte e ergueram-se para construir
Clavicórdios em seus sótãos, 
Que tossiram num sexto andar do Harlem coroando de
Chamas sob um céu tuberculoso rodeados pelos
Caixotes de laranja da teologia,
Que rabiscaram a noite toda deitando e rolando sobre
Invocações sublimes que ao amanhecer amarelado
Revelaram-se versos de tagarelice sem sentido,
Que cozinharam animais apodrecidos, pulmão coração 
Pé rabo borsht & tortilhas sonhando com 
O puro reino vegetal, 
Que se atiraram sob caminhões de carne 
Em busca de um ovo,
Que jogaram seus relógios do telhado fazendo seu
Lance de aposta pela Eternidade fora do Tempo 
& despertadores caíram em suas cabeças por
Todos os dias da década seguinte,
Que cortaram seus pulsos sem resultado três vezes
Seguidas, desistiram e foram obrigados a abrir
Lojas de antiguidades onde acharam que estavam
Ficando velhos e choraram,
Que foram queimados vivos em seus inocentes 
Ternos de flanela em Madison Avenue no meio das
Rajadas de versos de chumbo & o estrondo contido
Dos batalhões de ferro da moda & os guinchos
De nitroglicerina das bichas da propaganda & 
O gás mostarda de sinistros editores inteligentes 
Ou foram atropelados pelos taxis bêbados
Da Realidade Absoluta,
Que se jogaram da ponte de Brooklyn, isso realmente
Aconteceu, e partiram esquecidos e desconhecidos 
Para dentro da espectral confusão das ruelas
De sopa & carros de bombeiros de Chinatown,
Nem uma cerveja de graça,
Que cantaram desesperados nas janelas, jogaram-se
Da janela do metrô saltaram no imundo rio
Paissac, pularam nos braços dos negros, choraram
Pela rua afora, dançaram sobre garrafas
Quebradas de vinho descalços arrebentando
Nostálgicos discos de jazz europeu dos anos 30
Na Alemanha, terminaram o whisky e vomitaram 
Gemendo no toalete sangrento, lamentações nos 
Ouvidos e o sopro de colossais apitos a vapor,
Que mandaram brasa pelas rodovias do passado
Viajando pela solidão da vigília da cadeia de 
Gólgota de carro envenenado de cada um ou então
A encarnação do Jazz de Birmingham,
Que guiaram atravessando o país durante setenta e duas
Horas para saber se eu tinha tido uma visão ou se ele tinha
Tido uma visão para descobrir a Eternidade,
Que viajaram para Denver, que morreram em Denver,
Que retornaram a Denver & esperaram em vão,
Que espreitaram Denver & ficaram parados pensando
& solitários em Denver e finalmente partiram 
Para descobrir o Tempo & agora Denver está 
Saudosa de seus heróis,
Que caíram de joelhos em catedrais sem esperança
Rezando por sua salvação e luz e peito até que a 
Alma iluminasse seu cabelo por um segundo,
Que se arrebentassem nas suas mentes na prisão 
Aguardando impossíveis criminosos de cabeça 
Dourada e o encanto da realidade em seus corações
Que entoavam suaves blues de Alcatraz,
Que se recolheram ao México para cultivar um
Vício ou às Montanhas Rochosas para o suave
Buda ou Tânger para os garotos do Pacífico Sul
Para a locomotiva negra ou Havard para Narciso
Para o cemitério de Woodlaw para a coroa 
De flores para o túmulo,
Que exigiram exames de sanidade mental acusando 
O rádio de hipnotismo & foram deixados com sua 
Loucura & e mãos & um júri suspeito,
Que jogaram salada de batata em conferencistas da 
Universidade de Nova Iorque sobre Dadaísmo
E em seguida se apresentaram nos degraus de 
Granito do manicômio com cabeças raspadas e 
Fala de arlequim sobre suicídio, exigindo 
Lobotomia imediata,
E que em lugar disso receberam o vazio concreto da
Insulina metrazol choque elétrico hidroterapia
Psicoterapia terapia ocupacional pingue-pongue
& amnésia,
Que num protesto sem humor viraram apenas uma
Mesa simbólica de pingue-pongue mergulhando 
Logo a seguir na catatonia, 
Voltando anos depois, realmente calvos exceto por 
Uma peruca de sangue e lágrimas e dedos 
Para a visível condenação de louco nas celas das
Cidades-manicômio do Leste,
Pilgrim State, Rockland, Greystone, seus corredores
Fétidos, brigando com os ecos da alma, agitando-se
E rolando e balançando no banco de solidão à 
Meia-noite dos domínios de mausoléu
Druídico do amor, o sonho da vida um 
Pesadelo, corpos transformados em pedras
Tão pesadas quanto a lua,
Com a mãe finalmente ***** e o último livro
Fantástico atirado pela janela do cortiço e a última
Porta fechada às 4 da madrugada e o último 
Telefone arremessado contra a parede em 
Resposta e o último quarto mobiliado esvaziado até
A última peça de mobília mental, uma rosa de papel
Amarelo retorcida num cabide de arame do armário
E até mesmo isso imaginário, nada mais 
Que um bocadinho esperançoso de alucinação –
Ah, Carl, enquanto você não estiver a salvo eu não
Estarei a salvo e agora você está inteiramente
Mergulhado no caldo animal total do tempo – 
E que por isso correram pelas ruas geladas obcecadas
Por um súbito clarão da alquimia do uso da elipse
Do catálogo do metro inviável & do plano vibratório,
Que sonharam e abriram brechas encarnadas no 
Tempo & Espaço através de imagens justapostas 
E capturaram o arcanjo da alma entre 2 imagens
Visuais e reuniram os verbos elementares e 
Juntaram o substantivo e o choque da consciência
Saltando numa sensação de Pater Omnipotens
Aeterne Deus,
Para recriar a sintaxe e a medida da pobre prosa 
Humana e ficaram parados à sua frente, mudos e
Inteligentes e trêmulos de vergonha, rejeitados
Todavia expondo a alma para conformar-se ao
Ritmo do pensamento em sua cabeça nua e infinita,
O vagabundo louco e Beat angelical no Tempo, 
Desconhecido mas mesmo assim deixando aqui 
O que houver para ser dito no tempo após a morte,
E se reergueram reencarnados na roupagem 
Fantasmagórica do jazz no espectro de trompa
Dourada da banda musical e fizeram soar o 
Sofrimento da mente nua da América pelo 
Amor num grito de saxofone de eli eli lama lama
Sabactani que fez com que as cidades tremessem
Até seu último rádio,
Com o coração absoluto do poema da vida arrancado
De seus corpos bom para comer por mais mil anos.

II

Que esfinge de cimento e alumínio arrombou seus
Crânios e devorou seus cérebros e imaginação?
Moloch!
Solidão!
Sujeira!
Fealdade!
Latas de lixo o dólares intangíveis!
Crianças berrando sob as escadarias!
Garotos soluçando nos exércitos!
Velhos chorando nos parques!
Moloch!
Moloch!
Pesadelo de Moloch!
Moloch o mal-amado!
Moloch mental!
Moloch o pesado juiz dos homens!
Moloch a incompreensível prisão!
Moloch o presídio desalmado de tíbias cruzadas e o Congresso
Dos Sofrimentos!
Moloch cujos prédios são julgamento!
Moloch a vasta pedra da guerra!
Moloch os governos atônitos!    
Moloch cuja mente é pura maquinaria!
Moloch cujo sangue é dinheiro corrente!
Moloch cujos dedos são dez exércitos!
Moloch cujo peito é um dínamo canibal!
Moloch cujo ouvido é um túmulo fumegante!
Moloch cujos olhos são mil janelas cegas!
Moloch cujos arranha-céus jazem ao longo de ruas como
Infinitos Jeovás!
Moloch cujas fábricas sonham
E grasnam na neblina!
Moloch cujas colunas de fumaça
E antenas coroam as cidades!
Moloch cujo amor é interminável óleo e pedra!
Moloch cuja alma é eletricidade e bancos!
Moloch cuja pobreza é o espectro do gênio!
Moloch cujo destino é uma nuvem de hidrogênio sem sexo!
Moloch cujo nome é a Mente!
Moloch em que permaneço solitário!
Moloch em que sonho com anjos!
Louco em Moloch!
Chupador de caralhos em Moloch! 
Mal-amado e sem homens em Moloch!
Moloch que penetrou cedo na minha alma!
Moloch em quem sou uma consciência sem corpo!
Moloch que me afugentou do meu êxtase natural! 
Moloch a quem abandono!
Despertar em Moloch!
Luz escorrendo do céu!
Moloch!
Moloch!
Apartamentos de robôs!
Subúrbios invisíveis!
Tesouros de esqueletos!
Capitais cegas!
Indústrias demoníacas!
Nações espectrais!
Invencíveis hospícios!
Caralhos de granito!
Bombas monstruosas!
Eles quebraram suas costas erguendo Moloch ao Céu!
Calçamento, arvores, rádios, toneladas!
Levantando a cidade ao Céu que existe e está em todo lugar 
Ao nosso redor!
Visões!
Profecias!
Alucinações!
Milagres!
Êxtases!
Descendo pela correnteza do rio americano!
Sonhos!
Adorações!
Iluminações!
Religiões!
carregamento todo em bosta sensitiva!
Desabamentos!
Sobre o rio!
Saltos e crucificações!
Descendo a correnteza!
Ligados!
Epifanias!
Desesperos!
Dez anos de gritos animais e suicídios! 
Mentes!
Amores novos!
Geração louca!
Jogados nos rochedos do Tempo!
Verdadeiro riso no santo rio!
Eles viram tudo!
O olhar selvagem!
Os berros sagrados!
Eles deram adeus!
Pularam do telhado!
Rumo à solidão!
Acenando!
Levando flores!
Rio abaixo!
Rua acima!


III

Carl Solomon!
Eu estou com você em Rockland
Onde você está mais louco do que eu
Eu estou com você em Rockland
Onde você deve sentir-se muito estranho
Eu estou com você em Rockland
Onde você imita a sombra da minha mãe
Eu estou com você em Rockland
Onde você assassinou suas doze secretárias
Eu estou com você em Rockland
Onde você ri desse humor invisível
Eu estou com você em Rockland
Onde somos grandes escritores na mesma
Abominável máquina de escrever
Eu estou com você em Rockland
Onde seu estado se tornou muito grave e é
Noticiado pelo rádio
Eu estou com você em Rockland
Onde as faculdades do crânio não agüentam 
Mais os vermes dos sentidos
Eu estou com você em Rockland
Onde você bebe o chá dos seios das solteironas de Utica
Eu estou com você em Rockland
Onde você bolina os corpos das suas 
Enfermeiras as harpias do bronx
Eu estou com você em Rockland
Onde você grita de dentro de uma camisa de
Força que está perdendo o verdadeiro jogo
De pingue-pongue do abismo
Eu estou com você em Rockland
Onde você martela o piano catatônico a alma
É inocente e imortal e nunca poderia morrer 
Impiamente num hospício armado,
Eu estou com você em Rockland
Onde com mais de cinqüenta eletrochoques 
Sua alma nunca mais retornará a seu corpo de
Volta de sua peregrinação rumo a uma cruz no vazio
Eu estou com você em Rockland
Onde você acusa seus médicos de loucura e 
Prepara a revolução socialista hebraica contra
O Gólgota nacional e fascista
Eu estou com você em Rockland
Onde você rasga os céus de Long Island e faz
Surgir seu Jesus vivo e humano do túmulo sobre-humano
Eu estou com você em Rockland
Onde há mais de vinte e cinco mil camaradas
Loucos todos juntos cantando os versos finais da Internacional 
Eu estou com você em Rockland
Onde abraçamos e beijamos os Estados Unidos 
Ssob nossas cobertas Estados Unidos que 
Tossem a noite toda e não nos deixam dormir
Eu estou com você em Rockland
Onde despertamos eletrocutados do coma pelos
Nossos próprios aeroplanos da mente roncando
Sobre o telhado eles vieram jogar bombas 
Angelicais o hospital ilumina-se paredes imaginárias
Desabam Ó legiões esqueléticas correi para fora 
Ó choque de misericórdia salpicado de estrelas 
A guerra eterna chegou Ó vitória esquece tua roupa
De baixo estamos livres
Eu estou com você em Rockland
Nos meus sonhos você caminha gotejante de volta
De uma viagem marítima pela grande rodovia que
Atravessa a América em lágrimas até a porta do
Meu chalé dentro da Noite Ocidental.