terça-feira, 30 de abril de 2019

Sinto medo; BH, 0501201999; Publicado: BH, 0401202012

Sinto medo
O muro ameado da fortaleza
Não me protege direito
A ruela sobre o muro
É escura e sombria
A minha covardia
Não me deixa ir adiante
Não me deixa acordar
No adarve da minha vida
Tenho que me cobrir
Camuflar-me com alguma coisa
Proteger- me me adarvar
Antes que os fantasmas
Venham me pegar
Tenho medo
Tenho medo dos espíritos
Das almas de adarme
De peso antigo medonho
Igual a meia oitava
Calibre de bala de espingarda
Que me levou para o além
Fez-me esta coisa insignificante
Este falso adargueiro fabricante
De adargas inflamantes
Que se servia habitualmente
Da adarga ignorante
O escudo oval
Formado dum coração
Feito de couro de bicho
De lobisomem ou outros
Que sempre povoaram
O meu sonho de criança

Sei que te devo; RJ/SD; Publicado: BH, 0201202012.

Sei que te devo
Devo a ti
Devo tudo
O amor a vida
A paz a comida
Devo educação
Segurança tranquilidade
Calma serenidade
Não sei como pagar
Não tenho com que pagar
Devo-te a minh'alma
Devo-te meu espírito
Meu ser meu eu
Meu organismo todo
Meu corpo matéria
Devo-te o ar
A terra a água
A natureza toda
O universo belo
Vou morrer a dever
A dever-te o infinito
A borboleta o azul do céu
O firmamento os pássaros
Sou um péssimo pagador
Tenho vergonha de ti
Pois te devo
Não sei como pagar
Perdoa-me esta dívida
Sei que é grande
Mas podes me perdoar
Fico a dever ainda
O perdão que me concedeste

Com a minha insônia; BH, 0501201999; Publicado: BH, 0201202012.

Com a minha insônia
Penso na adansônia
Gênero de planta dicotiledôneas
A que pertencem árvores frondosas
Como o baobá a paineira
O homem adamítico
De mente adamita
Não suporta mais o convívio
Nem com a nudez das árvores
Os membros da seita religiosa
Do antigo século II
Que cujos adeptos
Compareciam nus
Às assembleias
Para imitar
A inocência de Adão
Antes de conhecer o pecado
Proposto por Eva
Hoje só querem acabar
Ao promover a devastação
Em qualquer situação
Matam adamasquinado
Com lavores damasquinos
Até ao próprio irmão
O semelhante relativo a Damasco
Com maestro designativo
Especialmente das armas
Brancas com damascenos
Da Síria ou mesmo desconhecido
Adamascado aparecido parecido
Da cor ou do tecido
Do gosto ou do fruto
Que na hora da morte
Chora adamado
Efeminado de medo
Com o destino encontrado

Chega de mentiras; RJ/SD; Publicado: BH, 0201202012.

Chega de mentiras
De falsificações de demagogias
Chega de doenças
Chega de pestes de epidemias
Chega de depredações
Da natureza da ecologia
Da fauna da flora
Dos mares dos rios
Precisamos criar
Uma nova vida
Precisamos encontrar
Uma nova saída
Sem guerras
Sem bombas atômicas
Sem armas nucleares
Sem robôs sem raios laser
Sem campos de concentração
Sem campos de refugiados
Sem campos de flagelados
Sem campos de extermínios
Sem presídios cadeias
Sem penitenciárias
Sem casas de detenções
Uma sociedade evoluída
Avançada nova
Chega de velhas teorias,
De dogmas tabus
Chega de racismo
De discriminação
Chega de desequilíbrio social
De medo de covardia
É hora de revolução
É hora de renovação
É hora da nova hora
É a era da nova era
 Chega de exploração
Por isso irmão
É muito importante
A tua conscientização.

Meu adail foi quebrado; BH, 0501201999; Publicado: BH, 0201202012.

Meu adail foi quebrado
O cabo-de-guerra antigo vencido
A vedeta derrotada
A sentinela avançada abatida
Estou destruído
Desesperado frágil
Como um adagueiro
Veado novo assombrado
De chifres agudos
Como adagas
Não encontro
No meu adagiário
Coleção da adágios
Provérbios populares
Alguma explicação
Algum pensamento sóbrio
Lúcido racional
Para a minha falta de razão
Meu medo extremo
Covardia compulsiva
Por mais que queira adagiar
Fazer pensamentos
Citar versículos
Sobre minha vida
Não saio do movimento adagial
Não passo para o andamento
Denominado allegro
Prefiro que alguém
Acabe o meu sofrimento
Com uma adegada fatal
Com golpe certeiro de adaga
Que separe minha cabeça do corpo
Tudo que for referente
A este insano louco
Seja eternamente esquecido

Não posso escrever; BH, 0501201999; Publicado: BH, 0201202012.

Não posso escrever
Muito menos segurar uma caneta
Nasci adáctilo sem dedos
Minha adactilia
Minha ausência de dedos
Faz-me semelhante ao macaco
Literalmente não primatamente
Só que o macaco
Ainda tem o rabo
Tem o sufixo ada
Da origem grega de macacada
Indica que tem descendência
Também filiação
Como em Ilíada
Idem no Lusíadas
Sou o que nem para adaba
Denominação de enxada
Na Guiné Portuguesa sirvo
Que nem a adace
Planta medicinal de Malabar sou
Chego a não ser nada
Nem sufixo de vernáculo
Formador de substantivo
Indicador de feito
Não sou nem uma goiabada
Coleção de passarada
Sou próprio da fanfarronada
Só ando produzido por paulada
Bengalada pedrada
Na rua em praça pública
O nariz empinado
De bico pontiagudo
Foi a muito quebrado
Deste acutirrostro mascarado

Um dia meu nome é dum roedor; BH, 0501201999; Publicado: BH, 0201202012.

Um dia meu nome é dum roedor
Da família dos Ciurídeos noutro
Podeis chamar-me de acutipuruaçu
Espécie de acutipuru ou agutipuru
Quatipurus não fiqueis muito
Preocupados em tentar definir-me
De repente começo a metamorfosear-me
Viro-me um acurifólio que é 
Um vegetal de folhas acuminadas ou
Um acutilador que dá pontaços
Um bêbado chato desconhecido
Morto por acutilamento ou esfaqueamento
Fatal na garganta dilacerada
Por onde ainda escorre
Um resto de cachaça
Ninguém sabe quem era
Era um adeleiro
Um daquele que compra
Vende trastes usados
O mesmo adelo ferro-velho
O merca tudo duma vida morte
A adelfa espirradeira
Que tenta se salvar do incêndio
No campo de adelfal
A causar o fim da adelfeira
A planta iricínea
A romper a união dos estâmes
Por meios dos seus filetes
A adelfia explicada na botânica
O adelfo caracterizado irmão
O androceu em parte
Ou totalmente unido

Não sei quando será; BH, 0501201999; Publicado: BH, 0201202012.

Não sei quando ser
A minha entrada
Aproximação inevitável
Acesso irrestrito
À câmara secreta
Dos templos antigos
Dos meus labirintos mentais
Não sei quando será
O meu libertado ádito
Preciso ser mais
Acrescentado de mim
Ler tudo que se juntou
Ao meu texto final
Ver minha soma adicional
No aditício produto
Da minha própria vida
Dar graças a Deus um dia
Pelo fim da minha adiposa
O fim da falta de sede
De inteligência saber
De conhecimento razão
A retirada do adipoma
O tumor gorduroso
O lipoma que sufoca o coração
Por tornar-me o sedento libertário
O faminto pela verdade
A acabar com a mentira
Como a adipocera acaba
Com o tempo a era
A gordura dos cadáveres
Se transforma em pó
Na ádipe animal
No ádipo superficial
No eterno fim triunfal

O que tenho de adicionador de mim mesmo? BH, 0501201999; Publicado: BH, 0201202012.

O que tenho de adicionador de mim mesmo?
O que trago de acrescentador do meu eu?
Se sou vazio tosco opaco homem oco
Menor sem soma diminuto nada 
Tenho para ser juntado nada trago para
Ser acrescentado nada sou para ser
Somado o que tenho na vida que
Pode ser adicionado para causar a 
Felicidade a alegria a satisfação
De qualquer que seja na esperança 
Da adicionação que dá estrutura vital
Ao combalido coração? ao corpo inerte
Morto que a adiapneustia é visível
A supressão da transpiração é logo
Percebida por causa da preguiça
Da falta de ânimo pelo desânimo
Entregação a rigidez adiamantina
Cadavérica que em vida perdeu a
Oportunidade de se tornar brilhante
De se tornar luminoso de se adiantar 
Na verdade na liberdade na
Possibilidade de melhorar a 
Qualidade de vida de 
Sobrevivência semelhante ao 
Diamante na pureza no brilho
Não ser adiantado na dureza.

De que adianta amigo; BH, 0501201999; Publicado: BH, 0201202012.

De que adianta amigo
Ser adinheirado e rico?
De que adianta o que tem dinheiro
Encher o peito endinheirado
Se o homem é débil
Enfraquecido podre?
Sem força perspectiva
Adínamo sem esperança?
De que adianta
Se o homem está prostrado
Debilitado vazio
Adinâmico sombrio oco
Com o coração cheio de trevas?
Não saber nenhum ato
De preencher a alma
Não fazer nada
Para completar o espírito
Viver a falta de adimplemento
Pôr em dieta o amor
Adietar a paz
Adietado até no sexo
Conforme ou não
A dieta médica
De que adianta
Se só é afeiçoado para o mal?
Inclinado ao ódio
Dedicado à ira
Adicto à raiva
Adictício a tudo que tem
Qualidade imprestável
Estúpido sem adicionamento
Hipócrita sem outro acrescentamento

segunda-feira, 29 de abril de 2019

Triste é ser adiáforo; BH, 0501201999; Publicado: BH, 0201202012.

Triste é ser adiáforo
Ser não essencial à vida
Um simples acessório dispensável
Triste é ser adiáfano
Opaco tosco
Não transparente não diáfano
Triste é ter adiabatismo
Ter um estado de sistema
Que não transmite
Nem recebe por política alguma
Qualquer quantidade
Qualidade de calor
Triste é ser um morto adiabático
Impenetrável que impede
A transmissão de qualquer onda
Que venha nos fazer o bem
Triste é não ser um adestro
Não ser o que vai do lado direito
O que vai para preencher uma falta
Não ser o cavalo
Que se conduz com prática
Para mudar no caminho
Triste é não ser um homem adestrado
Treinado para fazer o bem
Ensinado para amar aderir
Destro nas ações nos atos
Experimentado na felicidade
Triste é não ter adestração
Que cadencia o coração
Este órgão que tenta situações novas
Nos fortalecer na razão
Adesista na verdade para
Ter a prática do adesismo
Só na liberdade

O Deus abraâmico me abandonou; BH, 02901001999; Publicado: BH, 040102012.

O Deus abraâmico me abandonou
O Deus do patriarca
Do pai do povo judeu
Deixou-me de lado
Não legou-me a fé
Que legou a Abraão
Nem a força de Sansão a
Coragem de David
A sabedoria de Salomão
Fez-me duma abraçada
Duma braçada de pavor
De medo de covardia
Uma obra sem liberdade
Baía sem saída
Navio fantasma acorrentado
Em ancoradouro secular
Esse Deus que fez-me a bongar
Perder o tino da razão
Endoidecer por não entender
A pequenez de minha fé
Mesquinhez humildade
Qualidades de ser pequeno
Fez o destino aboncar-me
Bater-me com vara cajado
Espancar-me com bengala
Esmocar-me até ao chão
Depois ao ver passar
A primeira manada de porcos
Mandou-me para lá
Cheio de equimoses
Pancadas pela alma toda
Entreguei o corpo à abancadela da terra
O resto já estava perdido

Antigo LIX; Quem se mistura com porcos; Publicado: BH, 02701202011.

Quem se mistura com porcos
Farelo come
A culpa é minha
Que me misturei
Que procurei
Não soube ser seletivo
Não soube escolher
As pessoas certas
Para demonstrar amizade
Carinho atenção
Então acontece
Tudo que tem que acontecer
A mágoa vem não volta
Abate meu ser semblante
A deixar-me à tona
Toda tormenta interior
Faço das tripas coração
Para não deixar o barco afundar
Não consigo sobreviver
Caí em lugar errado
Cercado de urubus
Demorei a ver
Que era presa
Presa de abutres
Aves de rapina
Que em cada bicada
Levavam de mim
Nacos de carne
A deixar-me no fim
As bolotas dos porcos
Para me alimentar
Era o próprio filho pródigo
Demorava a perceber

Antigo LX; O tempo passou; Publicado: BH, 02801202011.

O tempo passou
Perdi o barco da esperança
Pois não soube aproveitar
As chances as oportunidades
Que tive na vida
Aé as mulheres que almejei conquistar
Nem aos pés delas consegui chegar
Por mais que tentasse alcançar
Uma mulher em qualquer altar
Veja aqui então
O meu fracasso com as mulheres
Nunca fui um bom amante
Sempre fui um amante amador
Agora lamento
Pois o meu tempo passou
Perdi todas as mulheres
Que tentei conquistar
Nos meus sonhos
Não olham mais para mim
Não há vestígio algum
Nas minhas mãos
Que faça com que
Notem algo em meu ser
Passo despercebido incólume
Nem sentem nem reparam
Que sou um homem
Posso andar o mundo
O universo inteiro
Por todos os lugares
Por todos os países
Nunca vão saber
Nunca vão entender
Que ss quero todas
Que as desejo todas
Quero morrer nos braços duma mulher
Pois no mundo não existe
Um outro alguém
Para gostar de mulher
Mais do que gosto
Porém agora é tarde
O tempo já passou
Perdi o barco da esperança
Perdi a esperança da vida

Antigo LXI; Não adiantou arderam tanto; Publicado: BH, 02801202011.

Não adiantou arderam tanto
Meus olhos te viram que
Virei cinzas meu coração te
Sentiu que virei pó quisera
Agora ter nascido sem coração
Quisera agora ter nascido cego
Inteira só deu para ver
O balançar das tuas saias
Antes que meus olhos se
Cerrassem para sempre
Inteira toda exuberante
Em minha frente passaste
Adiante não adiantou
O desprezo foi maior não
Olhaste-me quisera ser
Ostomizado para não poder
Sentir tudo o que se passou
Por mim no momento em que
Passaste procuro coisas em
Minha mente para poder expressar
Não encontro o que procuro
Não existe nem ideia do que foi
O momento exato em que olhei
Deparei contigo a voar igual
Pássaro ligeiro pela calçada da
Noite deixaste-me estatelado
Boquiaberto assustado ao
Tentar me recompor ao tentar
Controlar-me não adiantou
Tenho olhos tenho coração
Mais rápido que a luz
Entraram em ebulição uns
Queimaram meu rosto com as lavas
Outro queimou meu peito
Não posso lutar por esse amor
Agora é tarde estou acabado
Não posso começar de novo
Com esse pássaro que não me ama

Antigo LXII; Estou apaixonado; Publicado: BH, 02801202011.

Estou apaixonado
Não posso negar
A minha vida é uma paixão
A minha existência é uma paixão
Sou um eternamente apaixonado
Apaixono-me por tudo que me cerca
A culpa não é minha
Ninguém pode compreender
Só não me apaixono por mulher
Não confio nas mulheres
As mulheres são traíras
Desde os tempos bíblicos
O homem aprendeu
A não confiar nas mulheres
Os faraós diziam aos filhos:
Cuidado com as mulheres
Não confiem enfiem
Faço a mesma coisa
Sou frio calculista
Um homem apaixonado
Nas mãos duma mulher
É um homem perdido
Faz dele o que quer
Vira gato sapato
Sofre até às últimas consequências
Enquanto a mulher ri
Passa com outro
Bem debaixo das barbas
Do pobre diabo
Graças a Deus
Graças aos faraós
Posso até estar enganado
Mas por mulher não fico desesperado

Antigo LXIII; Se estou doido, Publicado: BH, 02801202011.

Se estou doido
Para dar um beijo gostoso em ti
Não posso negar
Falei para uma pessoa
Que era paixão
A pessoa me disse
Que era atração
Que já aconteceu com ela
Que depois passa
Mas comigo não passa
Fica eternamente
Em meu espírito
A martelar o meu ser
Quero deixar a tua boca
Toda inchada
De tanto beijar
Deixar teus lábios roxos
A tua língua
Cheia de calos
Não posso mentir
Este é o meu instinto
O que passa por mim
É isso aí
A minha tortura é esta
Não importam as cáries
O mau hálito
Não importa nada
O que quero mesmo
É beijar a tua boca
Até te arrependeres
De ter me conhecido.

No estudo ou descrição dos cabos; BH, 01401101999; Publicado: BH, 0601202012.

No estudo ou descrição dos cabos
A geografia usa a acrografia
Que a gramática usa nas siglas
Na representação gráfica duma locução
Pelas letras iniciais de cada componente
Que se não fosse tão servil
Aos interesses dos EUA
A ONU já teria espalhado a
Paz pelas nações associadas
Demais nações existentes
Só que para defender
A causa norte-americana
Do imperialismo demais
Super-potências
Fazem vista grossa
À injustiça que impera
Às guerras violências
Miséria genocídios
Fome destruição
Cadáveres conservados
Em aldeídos fórmicos
Composto orgânico igual ao etilênico
Acroleína atômica
Da variedade incolor de turmalina
Acroíta mineral
Que destrói as irradiações
Produzidas por certas lentes
Que não se colorem
Pelos corantes usuais de laboratório
Objeto acromático de qualidade
Acromatismo de ação
Desprovido de cores irisadas
Flores primaveris
De cemitérios esquecidos

Crânio pontudo alto; BH, 01401101999; Publicado: BH, 0601202012.

Crânio pontudo alto
Cérebro pequeno apertado na
Acrocefalia de qualidade de caráter
Onde pensamento é escasso
A mente é vazia
O indivíduo acrocéfalo de crânio acrocefálico
Que apanhou a acrocianose
Ficou com a cor azulada
Nas extremidades do corpo
Devido a sintomatologia da acrodinia
Caracterizada por eritema
Dor nas mãos nos pés
Descendentes do sistema gráfico
Posterior ao dos hieroglíficos
Que já atribuíam um valor
Fonético a cada símbolo
Ou figura do primitivo
Na maneira de representar
A primeira sílaba ou o som
Inicial do objeto ou ideia
Som da natureza viva
Extremidade da acrofonia
Que para sobreviver usa
Aparelho portátil com reservatório
De ar para ser respirado
Nos lugares da atmosfera
Viciada ou deletéria
Acroforo às vezes necessário
Pois tira do sufoco os seres
Que padecem por falta de ar
Ar puro e sem poluição
Oxigenado igual sangue arterial
Livre das toxinas
Livre dos gases nocivos
A inundar o coração

É certo ter o sol todo dia; BH, 01501101999; Publicado: BH, 0601202012.

É certo ter o sol todo dia
Desde quantos milhões
Bilhões ou trilhões de anos
O homem actinomântico
Não sabe dizer
O estudo da radiação solar
Talvez não venha nos mostrar
Através da actinometria
Qual foi o primeiro raio de sol
Que feriu o planeta
Ao rasgar o universo
Na viagem pelas trevas
A criar os primeiros actinomicetes
Cogumelos pré-históricos
Fósseis do gênero Actinomyces
A causar então às almas
A actinomicose adquirida
Aos espíritos a actinomicetose
Doença comum ao homem produzida
Ao animal não homem actinomorfo
De simetria radiada
Pelo nome dado ao isótopo
Actínon não estável do radônio
Produzido por desintegração do actínio
Actinoto anfibólio monoclínico
Metossilicato de cálcio
Magnésio ferro actinolita
Os cães que ladram ao perseguido
Acuado pelo pecado feito caça
Na mão do cão acuador
Perseguidor de almas noturnas
Acuamento por perseguição
Em beco sem saída
Vida sem luz
Esperança sem perspectiva

Tenho pena deste povo amado; RJ, 0250501981; Publicado: BH, 0601202012.

Tenho pena deste povo amado
Pobre vil ignorante
Tenho pena deste povo iludido
Patriota nacionalista
Este povo que não conhece
Os governantes que tem
Não conhece os seus políticos
Os seus exploradores
Tenho pena dó
Deste povo trabalhador
Que trabalha calado
A aguentar tudo
Para pagar as mordomias
Os banquetes as festas
As dívidas internas
A dívida externa
Pobre povo podre débil
Sem lar sem comida
Sem dinheiro sem remédio
Enganado traído
Escravizado preso
Sem liberdade palavra
Tenho pena mesmo
Pena é a única coisa
Que posso ter
Eita povo desgraçado
Povo danado de ruim
Não acorda nunca
Não levanta nunca
Não conhece a força
O próprio poder
Engole tudo
Aceita tudo
Povo submisso humilde
Não aprendeu a rebeldia
A valentia a coragem
Tenho vergonha deste povo amado

Nos banquetes perversos de Nero; BH, 01602001101999; Publicado: BH, 0601202012.

Nos banquetes perversos de Nero
Estirado no acúbito à mesa
Na espécie de cadeira-leito
Em que os romanos se sentavam
Nero cantava com sua harpa
Chorava suas lágrimas de louco
Enquanto Roma incendiava
De ar açucarado guardava lágrimas
De aspecto doce em vidros
Matou a própria mãe
Acabou com a história romana
Ao fazer a própria história
No fogo açucenal
Como plantação de açucenas
Açudador de cinzas da cidade
Fazedor de verdadeiros açudes
Onde almas queimavam
No inferno onde reinava
Açulador de chamas humanas
Instigador de brasas de carvões
No açulamento da devastação
Incitação a banquetes infernais às
Orgias macabras nas fumaças
 Da instigação dos corpos ressequidos
A humanidade o julgou?
Deixou-o no pedestal da galeria?
Que necessidade teve
Essa heresia imperial?
Nem o esquecimento consegue banir
A balofa estrutura de nossa memória
Que os ventos nos trazem lembranças
Os tempos nos mostram a esperança
Nós os homens não aprendemos
Cometemos os mesmos erros
Repetimos os mesmos pecados

Meu negócio é o amor; RJ, 060701981; Publicado: BH, 0601202012.

Meu negócio é o amor
A paz a felicidade
A justiça a bondade
O equilíbrio social
Sem quebrar o contrato social
A justa distribuição de renda
Meu negócio é o amor pelo povo
O país a nação
É a natureza a terra
As nossas riquezas
Os nossos bens
A conservação do que é nosso
Sou a favor
Da expulsão dos invasores
Dos destruidores da pátria
Da flora da fauna
Para mim a Amazônia
Dormiria para sempre
Sem nunca ser desbravada
Destruída poluída
Desonrada e devastada
Vendida entregada
Aos estrangeiros gananciosos
Meu negócio é o amor pelo meu país
Meu povo minha nação
Minha terra meu chão
Quero justiça liberdade
Democracia de verdade
Amor felicidade
Paz bem união
Quero pão para os pobres
Moradia educação
Quero sobreviver
Ser feliz com o meu povo amado
Ninguém tem o direito de sofrer

Quando estava perdido; BH, 02001101999; Publicado: BH, 0601202012.

Quando estava perdido
Sem esperança perspectiva
Um acusma me reanimou
Senti um fenômeno elementar de acústica
Alucinação auditiva
Pela qual jurei
Ouvir no ar o som
Duma voz humana a me chamar
No meio duma orquestra
De instrumentos musicais
Suspirei cheio de emoção
Solucei cheio de sensação
Mas era um acuramento diferente
Uma imputação posta
Não era o sopro da voz
Que alimentava meu coração
Fiquei sem caráter
Fiquei em qualidade
Meus ouvidos não merecem tal acusação
Não saber distinguir o timbre
Que sustenta minha vida aqui
Acusabilidade falsa que me deixou
Na esteira abatido de doente
Acurvado de dor de sofrimento
Curvo sob o peso da mágoa
Que veio acurtar meu tempo
Encurtar a vida do meu destino
Onde sonhava tudo feito
Com muito cuidado de apuro
Amor perfeito esperado
Prazer completo exato
Sentido lógico de acurado
Ser assim enganado
Acumulado de dor
Aumentado de angústia
Acrescido ainda mais
Do fato de estar perdido
Com a falta que me fazes