O meu jeito é de apelintrado
Tenho modos ares de pelintra
Zé Pelintra Zé Pretinho só Zé
Ninguém vai me perdoar pelo
Jeito da maneira que sou não
Sou apendiceado à vida a vida
Não tem apêndice em mim não
Consegui fazer a minha
Apendicectomia da morte nem
A extirpação mortal tal o apêndice
Ileo-cecal em mim a vida não é
Apenciciforme só a morte é que
É apendiculada terminada no
Meu prolongamento final a vida
Em mim não é essencial ao todo
A que pertenço não me encontro
Nonada sei juntar a não ser lixos
Ciscos pedras poeiras bolores
Limos lodos lamas nada sei
Acrescentar nada sei apensar
Apendicular à minha felicidade
Sou só este apendículo ridículo
De morte este pequeno apendix
Sem vida que navega cego em
Mar apenedado cujos muito
Penedos vão afundar a embarcação
Gostaria era de ser um poeta
Que fosse levado a sério que
Soubesse interferir na inteligência
Nacional modificar os rumos
Da nação porém sou só um
Pilantra um que ninguém dá
Ouvidos um que ninguém ouve
A voz os poetas de antigamente
Exerceram em muitas transformações