E o certo é que todo mundo chega ao final
Com vitória mas como sou diferente e
Chego ao final sem vitória e sem história
E para que história se toda história é
Uma mentira? e para que vitória
Se todo vencedor é um perdedor? e
Chego ao final animal sem ideal
E sem ideia e que não evoluiu e
Nem revolucionou e nem modernizou
O universo e chego ao final conservador
E preconceituoso e misógino e
Homofóbico e reacionário e capitalista
E neoliberal e globalizado e imperialista
E nazista e direitista e anticomunista
E anti socialista e racista e religioso
Fundamentalista armamentista e nacionalista
E contra os sem tetos e contra os sem terras
E contra os índios e os indígenas e ambientalistas
E contra os quilombolas e patronal e
Patriarcal e chego ao final irracional
A queimar mendigos debaixo das marquises
A exterminar população de rua e a
Atropelar animais abandonados e a
Ser conivente com a pedofilia e os
Estupros e a violência contra as mulheres
E confinamento de favelados e
Suburbanos e discriminação dos mais
Pobres e chego ao final a pensar na meritocracia
De louros para mim e os meus maus
Pensamentos e mandamentos e
Argumentos e desmandamentos
E mórbidos sentimentos e medonhos
Sentidos e macabras direções e bizarras
Realizações e bisonhas falações e monstruosos
Comportamentos e chego ao final sobrenatural
Com minhas assombrações sem limitações.
BH, 02001102020; Publicado: BH, 0280602022.
(FIM DA APOSTILA DE ESTUDOS POÉTICOS E
PROSAICOS NÃO TÃO POÉTICOS E NEM TÃO
PROSAICOS ASSIM.)