Hoje tive um sonho
E vou contar a todos
Que sonho mais estranho
Sonhei que era um homem
Que tinha um certo poder
E no uso desse poder
Ordenei que todas as armas
E todos os tipos de armas
Fossem destruídas
E ordenei que ficassem defeituosas
Todas as bombas atômicas
Todas as bombas nucleares
E mísseis e objetos de guerra
Declarei em edital
A inutilidade dos exércitos
E demais forças armadas
E fechei e mandei desmontar
Fábricas de munições
E bases militares e usinas
E declarei a paz
E decretei o amor
E destituir todos os presidentes belicistas
E acabei com as intervenções
E deixei que cada povo
Vivesse à sua própria moda e
Ordenei a liberdade e
Acabei com a fome e
Com a pobreza e a miséria e
Acabei com a infelicidade
E com a violência
E com os crimes e
Anistiei todos os presos e
Abri as fronteiras e
Acabei com as perseguições e
Campos de refugiados e
Campos de flagelados e
Proibi crimes religiosos e
Discriminações raciais e sociais
E mandei que cada um adotasse
Um menor abandonado e
Abri escolas e hospitais e
Faculdades e universidades e institutos
E criei empregos e trabalhos e
Acabei com a Ilusão do capitalismo e
Ordenei que no mundo todo
Exercesse só o socialismo ou
Vivesse uma vida boa no comunismo
E digna dum ser humano na humanidade
E acabei com a solidão na raça humana e
Com os problemas do humanismo e
Com as depressões pessoais
E as falsidades e as mentiras
E preguei somente a verdade
E a fé e o otimismo
E bani os assaltos e os
Roubos e os furtos
E ordenei a tranquilidade
E a calma e a segurança e
A garantia e a confiança
E estabeleci a vida e
Espalhei a alegria
No rosto de cada um
E fiz com que
Todos vivessem sem medo
Do futuro e de viver e de ser feliz
E acabei com os impossíveis e
Fiz com que só a realidade
Fosse a ética e a lógica
E só bondade e a união
Imperassem sobre os homens e
Não conseguia acordar
E continuei a sonhar
Que andava por um caminho reto
E livre com placas de liberdade
Espalhadas pelas orlas
E seguia desacorrentado
E banido de mim mesmo
Leve como uma pluma na brisa
Sem grilhões nos pés
E sem algemas nos braços
Meu sangue fluía vivo
E sadio e quente
Como uma hemorragia crônica e infinita
E a vida não me esvaia
E a vida não me deixava
E muito pelo contrário cada vez mais
Enchia-me de vida
E vi meu filho
E vi minha mulher e
País e irmãos e amigos e inimigos
E vi todas as pessoas
E vi todos os seres humanos
A falar uma única linguagem
A cantar o mesmo canto
A sonhar o mesmo sonho
E a perguntar onde está a dor?
A nossa dor sumiu
Onde estão os problemas?
Os problemas se transformaram
Viraram soluções
E agora somos outros
Seres novos restabelecidos
E vivemos de verdade felizes alegres
Nada mais nos mete medo
Nada mais nos detém
Estamos preparados
E aprendemos a superar
As nossas próprias limitações
Aprendemos a nos conhecer
E a nos ver melhor
E desvendamos nossos olhares
E desobstruímos nossas mentalidades
E um pensamento novo
Vibrou na nossa insanidade
E não somos mais loucos
E agora somos sarados curados
E com novas mentalizações
Voltadas a outros rumos
De fontes de luz
De claridade e pureza
E fé e energia e força vitais
Esperança de realidade e glória.