sexta-feira, 31 de maio de 2013

Perscrutei na perspectiva de ampliar o raio; BH, 0280102000; Publicado: BH, 0310502013.

Perscrutei na perspectiva de ampliar o raio
Que descia do céu diretamente sobre a cabeça
Que trazia em cima dos ombros presa no pescoço
Era até uma cabeça prezada com duas orelhas um
Nariz dois olhos míopes uma testa com têmpera duas
Sobrancelhas uma vasta carequeira que ia até depois
Da curva traseira do crânio alguns fios ralos raros de
Cabelos nas laterais um queixo barbado um bigode
Debaixo do grande achatado nariz em cima de dois
Lábios grossos grandes de sola dentro desta caixa
Que às vezes quer comandar os destinos só encontrei
A limitação da verborrágica do vernáculo nos léxicos
Consultados não encontrei sinônimos só antônimos
Antagônicos fora do ângulo da dialética cismei que
No discurso prevalecido sobreviveriam a ética a razão
A noção da metafísica já abandonadas por falta de teor
Filosófico na sabedoria atual porém as forças contrárias
Ocultas que impedem a formação da inspiração da
Criatividade são justamente os percalços que barram a
Entrada do raio luminoso na treva abissal que envolve
A fonte do pensamento ao chegar a mim a informação
Que o filho do Caetano Veloso Moreno Veloso não ler
Nem livros nem revistas cheguei à conclusão que
É afirmativamente essa a resposta que a burguesia
Quer ouvir das bocas profanas é justamente essa
A solução esperada pela elite alguém a falar para a
Mídia o que o povo tem que fazer se comportar
Ai dos livros que já são tão esquecidos tão solitários
Tão abandonados abominados pelos que não têm
Opiniões pelos que não têm oportunidades de
Tê-los nas mãos ainda surgem os que têm
Opiniões as têm veiculadas na mídia para
Fazer apologia descaso à falta de leitura
Aos livros que noutros tempos mereciam
Destaque respeito hoje não merecem nada
Nem de quem poderia se esperar uma palavra
De apoio de conforto de incentivo de ânimo o
Tiro sai precisamente é pela culatra o coice vem
Por trás uma patada na nuca que desfalece o
Mais brioso ativo leitor que desmaia o antigo
Fã o admirador que fica triste por não esperar
Comportamento tão lúcido contra a cultura dos
Livros quando vejo nos jornais que a chuva
Arrasou estruiu matou fico só a pensar há
Quanto tempo não existe uma política habitacional
No país do futebol do carnaval mas o governo
Que não é nada bobo só pensa que quem é bobo é o
Povo que o banca o sustenta inda fica a pensar
Para que me preocupar com política habitacional
Para que me preocupar em fazer casa popular
Para a população mais desfavorecida se no
País o que mais tem é viaduto marquise
Morro barranco valas negras à luz do dia?
É só o povo se dividir direitinho um bocado
Vai morar viver debaixo dos viadutos um outro
Bocado vai para debaixo das marquises um resto
Arma barracos nos morros o que sobrar faz
A casa nos barrancos pontes estamos combinados
Quando vier a tempestade de chuvas dou
Uma rasante de helicóptero pensa o governo
Apareço a rir para as televisões sujo os pés
Nas lamas das enchentes prometo acabar com as
Moradias precárias de risco prometo liberar
Verbas não faço nada ainda subo nas pesquisas
Esse é só o perfil dum governo inteligente
Que se preocupa em resolver os problemas
Do povo do trabalhador do aposentado não
Os problemas dos banqueiros da burguesia da
Elite não os problemas dos deputados dos
Senadores com liberação de verbas pagamentos
Por apoio ou votação é o perfil dum governo
Que não se preocupa com a gringada da
Ciranda financeira internacional nem
Banca a venda das empresas estatais nem
Doutras nossas grandes empresas só faz tudo
Pelo povo para o povo deixa o povo na pele
No pelo pelado com as mãos nos bolsos vazios
É um governo vadio que só gosta de passear
Viajar para longe conhecer novo lugar
Não gosta de ficar aqui aqui pensa que
Não é o lugar dele o lugar dele é onde tem
Castelo imperador reis rainhas palácios
Aqui só tem gente que não gosta de leitura
Não ama os livros nem gosta de ler
Aqui só tem gente que faz jus ao governante
Que tem ao presidente que tem tanto quanto
Faz jus ao governo que ACM Antônio Carlos
Magalhães Toninho Malvadeza foi na Bahia
Junta o par Caetano Veloso que ama o ACM o
Filho Moreno Veloso que odeia os livros
Nunca leu nada nem gosta de ler o
Brasil não vai mudar nunca a nossa
Herança a nossa história a nossa opinião
Serão sempre formadas por esses pequenos
Homens esses pigmeus sórdidos que mantêm
Sempre o povo na distância na ignorância
Para que possam desfrutar sempre dos
Louros da escuridão da nossa nação
Só me resta pedir piedade por esses homens
Só me resta ter pena desses mamíferos,
Dessas ervas daninhas que só contribuem
Para o enterro o funesto o funeral o velório
Do povo não sentem vergonha não sentem
Remorso inda têm o descalabro de usar a mídia
Para espalhar a mesquinhez de espírito

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Já parei de olhar para essas crianças que passam por mim; BH, 0180102000; Publicado: BH, 0240502013.

Já parei de olhar para essas crianças que passam por mim
A estender a mão a pedir uma esmola um pedaço de pão
Parei de olhar essas mães que não têm nos peitos o leite
Suficiente necessário para alimentar o filho não olho mais
Para os recém-nascidos que são esquecidos em sacolas de
Supermercados ou em lixeiras de edifícios de luxo escadas
De incêndio já parei de olhar para os menores de rua os
Adolescentes delinquentes maltratados torturados
Assassinados seviciados nas dependências da FEBEM
Não olho mais para as crianças exploradas pelos pais
Pelo país nas frentes de trabalho escravo nos meios dos
Catadores de lixo dos bolsões de miséria parei de olhar
Para os meninos meninas que vivem longe dos bancos
Das merendas escolares os Brasileirinhos da Rocinha
As Martas do Dona Marta outros que são arrebanhados
Desde a tenra idade pelo tráfico de drogas o vício não
Olho mais para meus olhos que são um deserto meu
Olhar é uma pedreira de iceberg um abismo entre meus
Olhos o quadro atual que vejo existem cordilheiras de
Montanhas precipícios morros picos intransponíveis já
Decidi não passa mais pelo meu ângulo de visão o
Abuso sexual contra as crianças a violência o extermínio
A agressão o espancamento já parei de olhar por essas
Vítimas desta sociedade desequilibrada injusta não olho
Mais para essas prostitutas infantis agora quero olhar é
Para a burguesia política religiosa quero olhar é para a
Elite representativa para o senado a câmara dos deputados
Quero olhar é para a sede da presidência da república a
Cúpula de ministérios que pululam na mordomia quero
Olhar é para os banqueiros empresários os mega
Especuladores os sonegadores impunes só quero olhar
Agora é para a ciranda financeira os navegadores na internet
Seus derivados os usuários da telefonia móvel a modernidade
Quero olhar é para o futuro fazer igual ao representante do
Povo trabalhador brasileiro que disse na festa de fim de ano
Que enquanto repórteres fotógrafos apanhavam da polícia
Do exército que deixasse isso para lá falasse em coisas boas
Que era época de festas de comemorações não quero mais
Olhar para quem ganha salário mínimo é aposentado
Vagabundo só vou olhar agora para aquele que ri enquanto
Tira o solário dos trabalhadores acaba com a aposentadoria
Dos aposentados vende a preço de bananas as nossas riquezas
Empresas entrega os nossos minérios as nossas energias já
Parei de olhar por este povo que vive na ilusão do carnaval
Do futebol não olho mais para este povo sem perspectivas
Esperança confiança que tem que buscar a fé a luz na doação
Dos dízimos à Igreja Universal do Reino de Deus não olho
Mais para esses doentes que correm aos postos de saúde
Com receitas nas mãos voltam com as mãos vazias sem os
Remédios não olho mais para esses que vão às farmácias
Que mais parecem supermercados mercearias de remédios
De droga  onde o paciente não tem vez está nas mãos dos
Laboratórios das grandes multinacionais dos remédios que
Nunca servem para aplacar a dor ou curar as doenças do
Afligido agora só olho para os chiques dos famosos os
Que vivem na mídia da mídia para a mídia só olho para os
Sadios bonitos arianos brancos de olhos azuis cabelos lisos
Bem tratados já parei de olhar para aqueles que sofrem
Com o preconceito racial sexual social parei de olhar para a
População de rua para os que vivem debaixo das marquises
Sem tetos sem um lar sem casa para morar sem terra parei de
Olhar também para os que não têm trabalho para cultivar vida
Melhor só quero olhar agora é para os latifundiários os
Madeireiros os que de motosserra em punho põem abaixo
Milhares de milhares de hectares de mata virgem expulsam os
Índios das aldeias de reservas tomam as terras dos agricultores
Pobres plantam maconha com o apoio do governo que nunca
Tivemos que sempre nos enganou que nunca olhou para nós
Já parei de olhar agora só vou olhar como se estivesse a olhar
Para uma poça de vômito um monte de fezes um cadáver em
Decomposição não olho mais para os problemas os desequilíbrios
Sociais olho agora para os causadores dos efeitos colaterais olho
Agora para aqueles que concentram em suas mãos a renda o
Dinheiro distribuem ao povo os restos das sobras das mordomias
Dos banquetes das orgias lucram com a dor do povo lucram com
As lágrimas com o choro as lamentações lucram com a fome sede
Com a violência a miséria lucram com a desgraça a pobreza o
Abandono lucram com tudo com as mazelas as sequelas da seca
Das enchentes de toda a falta de estrutura que empurra o povo para
O abismo sem fim empurra o povo para longe do lazer da felicidade
Empurra o povo para a morte precoce ara a ignorância a falta de
Educação saúde cultura toda infraestrutura que poderia deixar por
Herança um pouco de ar puro nos pulmões estourados feridos
Manchados por toda poluição causada por aquele que só sabe ver
Lucro ganho não sabe doar nem ceder não sabe oferecer já parei de
Olhar não quero ficar com pena não quero ficar deprimido nem me
Indignar agora só vou olhar para quem não me olha olhou para mim
Não olho mais vou virar o rosto para o lado olhar lá doutro lado a
Virar a face ao avesso vice-versa se estiver na face direita viro para
A esquerda se estiver na face esquerda viro para a direita para mim
Já acabou esta angústia extrema acabou esta agonia terminal sem razão
Em pior situação estão os leõezinhos os filhotes que morrem de fome
Ou devorados os passarinhos que caem dos ninhos em pior situação estão
Os animais no meio das queimadas ambientais assassinas os peixes que
Estão encalhados nos rios que estão a secar os peixes presos nas lamas
Nas água poluídas sem o oxigênio para a sobrevivência mudei o meu
Olhar para outra direção para outra meta outro rumo de situação mudei
Meu olhar de mão de sentido não fico mais constrangido compungido
Abatido desesperado não fico mais renegado a querer a cobrar soluções
Resoluções a querer a cobrar respostas transformações revoluções é
Deixar tudo como está pois está bom demais não me preocupo por não
Ser capaz por ser incompetente inoperante impotente não me preocupo
Se não vou avante se não acredito nem tenho fé a casa já caiu o muro
Ruiu a lava a lama do vulcão frio invadiu a sala o quarto a cozinha o
Quintal não ficou nada para aproveitar a minha vontade era a de só
Tomar um banho para tirar a lama sair nu igual São Francisco ir
Para o campo conversar com as pedras os passarinhos nada mais temos
A falar com os vivos o que interessa agora são os mortos os cadáveres
Os defuntos se não encontramos respaldo amparo no meio dos vivos
Devemos procurar no meio dos mortos os mortos têm a fazer que os
Vivos não fazem pois os vivos estão mais mortos que os próprios mortos
Pretendo sair do meio dos vivos procurar uma oportunidade no meio dos
Mortos os mortos não ateiam fogo em pessoas a dormir debaixo de
Marquises ou bancos de praças os mortos não pleiteiam as aposentadorias
Dos aposentados não abandonam crianças recém-nascidas não fazem a
Guerra e nem fazem a intriga não mentem nem são falsos ilusórios já não
Quero mais estar no meio dos vivos vivo trai mente engana mata rouba
Vivo é a pior coisa que a humanidade deixou aqui na face da terra vivo
Não presta bom só quando está morto vivo bom é vivo morto mas não
Quero matar não vou matar mas com os chamados vivos não pretendo
Mais viver não pretendo mais ser vivo agir igual ao vivo fazer como um
Vivo cansei de levar porrada tapa na cara chute no saco cansei de levar
Botinadas bicudas na bunda cansei de perder o vigor o brio por temor
Por pensar que como um vivo poderia chegar lá no destino da evolução
Mas que nada agora estou mais morto do que nunca nem com o por favor
Volto a pertencer a respirar o mesmo ar dessas pessoas que não sabem amar
Nem viver a vida em paz em harmonia se depois que passar para o outro
Lado para o lado dos mortos não conseguir escrever mais nenhuma frase
De poema vou arranjar uma pessoa para psicografar para mim minhas
Poesias mensagens que não forem tão ruins piegas pobres chinfrins
Por isso que antes preciso enriquecer meu pobre vazio espírito irrequieto
Por isso antes preciso encher a minh'alma tirá-la do vácuo da solidão fazer
Com que doutro lado encontre o espaço dela o respeito a admiração que
Não recebeu em vida aqui no espaço de cá que lá ponha em prática pense
Tudo que não pensou aqui nem soube colocar em prática quando pensava que
Lá a inteligência dela seja louvada tanto quanto a sabedoria o conhecimento a
Mente que aqui nunca funcionou a memória que aqui só falhou a lembrança
Que aqui nunca existiu lá juntamente com a expressão da alma sejam
Sensacionais colossais maravilhosas a mandar frutos flores folhas galhos
Através das mensagens do além do além do além do mais distante confim do
Infinito onde não se tenha conhecimento nem do conhecido o desconhecido
Seja a incógnita a desvendar se falarem para mim que não adianta que na hora
Agá fico com medo que a coragem vai me abandonar que a covardia vai me
Entregar digo que podem falar já sou surdo não posso mais escutar podem
Gritar já não sou mais carne nervos ossos já não sou mais um ente vivo
Faço parte do mundo dos duendes do mundo dos fantasmas dos espíritos

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Não quero pensar gostaria dalgo agora que não me fizesse pensar; BH, 0200102000; Publicado: BH, 0230502013.

Não quero pensar gostaria dalgo agora que não me fizesse pensar
Pensar é para quem não tem dor de cabeça crônica igual a que tenho
Pensar é para quem vive em paz tem amor no coração não para
Quem é infeliz triste medíocre pobre de espírito sem uma só
Capacidade humana por mais remota que seja por menor que seja
Não estou incluído no grupo de classe que tem alguma capacidade
Alguma condição algum vestígio de competência ética razão só
Fico envergonhado comigo mesmo fico frustrado desiludido é que
Tenho uma dor de cabeça aguda que age lá dentro do cérebro não é
Uma dor comum é extrema profunda infinita parece que estão a
Marretar minha testa com marteletes de abrir buracos nos asfaltos das
Ruas da cidade num dia de calor a única coisa de bom que tem esta dor
É que não me deixa pensar como decidi que não quero mais
Pensar ajuda a espantar os pensamentos que querem à toda hora se
Manifestar em minha cabeça em minha mente em minha memória em
Meu crânio cérebro ou outra coisa qualquer que chamem o conjunto
Encefálico falido escondido vazio retroagido tivesse conteúdo
Não estaria agora a escrever assim estaria agora a me vangloriar a
Glorificar-me por saber com perfeição o que é que existe dentro de mim
Como não sei escrevo sem saber sem pensar sem me importar com
Críticas opiniões reclamações exclamações decisões benéficas
Oportunas para pelo menos aliviar um pouco a pressão que sinto como se
Estivesse com um elefante com a pata afundada em cima do meu pescoço
Um tigre de dente de sabre a me apertar a garganta com a boca os
Dentes enterrados nas minhas jugulares como se fosse um vampiro
Tudo porque a depressão tomou conta do meu ser não me deixa existir
Ver ouvir falar não me deixa entender compreender acreditar interpretar
Matou as sobras dos restos de esperança confiança bonança deixou-me
Sem fiança sem finança sem crédito no meu descrédito não sinto a
Força do vento nos caminhos estradas não percebo eficiência da luz do
Sol na natureza sou um ser da cruz da penumbra da sombra projetada da
Lua ou do Sol num eclipse total geral que causa toda a escuridão que me
Mete medo me assombra repele aflige magoa machuca todo o meu
Interior a deixar como se estivesse a chover chuvas seculares a me encher
De enxurradas cascatas cachoeiras quedas d'águas de grandes abissais
Alturas jamais imaginadas esperadas só cataratas nebulosas que arrastam
Tudo que encontram com forças de monstros pré-históricos dinossauros
Tiranossauros Rex mastodontes outros que só sobrevivem dentro do meu
Clima paleontológico de pedra lascada de eras vulcânicas primórdios da
Criação formações primitivas que resistem sem querer mudar acabar por
Um fim em tudo que for doutras eras que sobrevive dentro de mim sem
Importar o estrago que podem me causar o furor a ira que cavam o buraco
Sem luz que impede a permanência a convivência harmônica do dentro
Com o fora como se fosse uma cópula onde não está satisfeito dentro
Muito menos satisfeito fora satisfeito por qualquer motivo ou satisfeito
Por motivo algum ou insatisfeito mesmo só não quero é pensar não
Quero pensar em nada até pago para continuar aqui indiferente isolado
No meu casulo sem a necessidade iminente de pensar seja lá o que for
Tenho pavor tenho horror tenho bolor tenho estupor só de pensar
Que um dia terei que parar para pensar determinar qual a atitude
Tomar rumo meta reta tema direção de sentido de todos os sentidos
Que me faltam já que não tenho nenhum tenho só esta dor de cabeça só
Este medo só esta covardia abusiva covardia perplexa que deixa
Qualquer um que me conhece de boca aberta pasmado abismado com
O comportamento inadequado que apresento no dia a dia de minha vida
De meu destino de minha morte do meu fim o que quero deixar
Claro é que pretendo buscar pretendo encontrar um meio de sair do
Isolamento de sair desta muralha intransponível que me impede de
Acelerar meu progresso desenvolvimento apesar de sofrer todo o
Bloqueio toda a ansiedade juro que tento desesperadamente como
Se fosse um peixe a lutar a nadar contra a corrente se poder desovar
Dar continuidade ao ciclo vital da espécie não tenho nenhum imã de
Magnetismo por mais que me agarre a algum positivismo meu poço é
De negativismo não me concebo a ideia de que vou sair do afogamento
Salvo não não me concebo a ideia de que vou sair do nevoeiro inteirinho
Novinho em folha não como se fosse vulto da imaginação vulto da falta
De percepção da falta de tudo que pode ser encontrado em qualquer exemplar
De ser humano simples normal definido a buscar apenas a viver na felicidade
Ao não se preocupar em pensar em ser o melhor em usar a inteligência a
Sabedoria o conhecimento para que usar estas coisas se não sabe nem viver?
Para que querer usar genialidade se não sabe ser? é um absurdo querer pensar
Que pode mudar melhorar o mundo evoluir normalmente duma hora para a
Outra assim sem mais nem menos porém posso dizer que é difícil quase
Impossível posso dizer que o universo acaba mas não muda o mundo acaba
Não deixa de ser mundo porque essa preocupação com o óbvio imutável?
Porquê resistir a esta dor latejante ofuscante que bambeia tonteia a afastar
De vez qualquer tentativa de aproximação salvaguarda qualquer tentativa de
Mostrar com atos que pode ser normal morrer normalmente na ocasião certa
Sem desespero de causa não pode continuar assim com a mesma ladainha a
Encher a paciência das pessoas a tentar iludir com mentiras falsas verdades
As mentes os ouvidos os corações acostumados na verdade na luz que não
Conhecemos nem queremos nós não queremos a luz pois nascemos nas trevas
Nosso resultado são as trevas a escuridão que imploramos buscamos corremos
Atrás fazemos questões de demonstrar nas nossas ações os homens iluminados não
São assim são como o Sol como a Lua as estrelas os quasares nós os vemos
Todos os dias mas não os temos não os atingimos devido a grandeza a distancia
Devido a vergonha que sentiremos a despeita a inveja os homens iluminados estão
Com os pés no chão na lama no barro da terra nos estercos dos bois dos cavalos
Os homens iluminados são antigos remotos arcaicos gostam de aparentar o contrário
Daquilo que gostariam que fossem gostam de brilhar naturalmente choram
Demonstram a sensibilidade a pureza d'alma não são coniventes com a pobreza de
Espírito com a burrice a tolice a demonstração de ostentação material supérflua
Inócua bem-aventurados os iluminados porque deles é a saúde mental física
Intelectual bem-aventurados os que só desejam navegar na inteligência na sabedoria
No conhecimento porque não ganharão um centavo valerão milhões bilhões não
Adianta tentar olhar com olhos comuns não adianta enxergar que nós nunca teremos a
Oportunidade de relacionar comunicar ou encontrar com um iluminado são raros
Como os cometas são rápidos como a luz estão distantes como o infinito nem a
Sorte nos faz encontrar um iluminado num bar a atravessar uma rua a falar sozinho na
Calçada a olhar as mulheres que passam belas elegantes a notar as crianças as
Poesias ambulantes hoje em dia não é mais comum o iluminado hoje em dia é comum
O iluminado por holofotes por luzes de refletores spots de luzes de estúdios hoje em
Dia é comum iluminados na lanterna por flashes por lâmpadas artificiais esses são
Os iluminados artificiais da mídia têm os cérebros podres as mentalidades putrefatas
As memórias em decomposições as mentes decadentes os homens iluminados não são
Assim são porém como memórias de elefantes como os vaga-lumes como os pirilampos são
Como as taruiras os calangos as formigas são como as abelhas os maribondos as vespas são
Como os camelos os dromedários dos desertos os homens iluminados são assim como o
Capim a terra molhada pelo orvalho a mata o jardim uma borboleta pousada uma mariposa
Colorida uma lagarta sentimental uma cigarra querida o próprio pensamento sem a
Vontade de pensar a própria dor que o faz sentir dor deveras só se um dia Deus me der
O privilégio de adentrar para a galeria só quero que a minha poesia esteja lá não eu
Não mereço tanta ousadia audácia não mereço tanta euforia contentamento que
Estejam o meu lamento a minha lamúria a minha lamentação que esteja o meu coração
Se Deus me der o dom da condição que seja a sombra dentro da penumbra o vulto da
Silhueta o buraco da ampulheta por onde escoasse a areia do tempo da imensidão se
Deus me der o dom reconhecido não importa onde eu seja inserido mesmo depois de
Incinerado quero minha obra com respaldo de local arejado ar oxigenado puro sem
Poluição poderei perguntar se chegou a razão? se chegou por fim para mim o fim do
Trovão? poderei perguntar se poderá haver modificação? a luz possuirá o meu torrão na
Madrugada na noite ou no entardecer? poderei perguntar obter as respostas salvadoras?
Ou continuarei sem amplitude? continuarei mesquinho insignificante? ou terei vez de me
Sobressair junto com os iluminados? ou serei relegado ao segundo plano inferior? farei
Uma fogueira com os meus retalhos farei uma fornalha com os meus ossos queimarei nas
Cinzas das minhas cinzas arderei na árvore da minha árvore cantarei como um rouxinol
Cantarei como um índio na mata como um uirapuru apaixonado cantarei até às últimas
Forças energias até a garganta se fechar para sempre não mais poder beber na fonte
D'água viva água sobrenatural espectro manancial para lavar de vez este pensamento
Teimoso que não sabe banir para longe a dor não sabe distinguir o joio do trigo não
Sabe separar pedra de pão vinagre de água vinho de sangue comida de cobra vou
Acabar não vou ganhar meu dom vou sumir meu dom não vai existir não vai
Aparecer em mim nada do que projetar ser para o futuro cheio de luz de luminosidade
Iluminação de iluminado não romperei a rampa das trevas sórdidas sólidas
Condensadas que me achatam fazem de mim uma pasta um verme um suco onde a única
Luz resplandecente é a do sol que vai secar torrar tudo quando na tarde o vento soprar
Vai levantar a minha poeira que pousar nos telhados das casas abandonadas nas paisagens

Quero expor-me ao expor nestas laudas destes fragmentos; BH, 060102000; Publicado: BH, 0230502013.

Quero expor-me ao expor nestas laudas destes fragmentos
Todo o teor latente da pulsação da veia perdida que foge
Do meu peito frio a partir a zombar do fundo de dentro
De mim quero abrir-me ao abrir nestes manuscritos destas
Linhas todas vazias iguais todos os meus pensamentos
Cansei de os ver fugir de mim como se fosse um diabo
Ou um demônio ou um vodu que metesse medo nos
Cristãos apesar da cruz cansei de me abominarem de me
Pisarem exorcizarem meu ser amaldiçoarem minha
Alma não preciso mais que meus pensamentos me
Excomunguem que falem mal de mim que me lancem na
Cara o vômito podre dos restos da sociedade viciada
Dilacerada sustentada pelos padrões da elite ignóbil
Bancada pelos escândalos da burguesia vil se na luz não
Nos resta mais nada de novo de novidade interessante
Moderno temos então que buscar nas trevas na
Escuridão é só fecharmos os olhos que vão nos
Envolver por completo infinitamente pois não saberemos
Como nem poderemos tirar do nosso interior a escuridão
Avassaladora enviar o brilho veloz da luz prendê-lo no
Fundo do nosso íntimo nas nossas entranhas permanecer
Nas trevas é muito mais fácil o difícil é permanecer na luz
Ser iluminado não conseguir a condição da luz de
Iluminado não conseguir a condição de mutante evoluído
Em todos os átomos que compõem o universo em todas as
Moléculas que compõem o ar só essa matéria disforme
Frágil flácida inútil que não serve nem para esterco de
Terra infrutífera nem para estorvo de entulho de lixo
Mesmo assim nos pensamos maiores do que nós mesmos
Superiores do que os nossos semelhantes primatas nos
Pensamos avançados completos mesmo com toda a
Mediocridade toda a obtusidade opacidade que a
Humanidade herdou não sei de quais foram os seres só sei
Que não foi dos trogloditas não foi dos homens da caverna
Pois pelo menos na sobrevivência se superaram a nós
Só estamos aqui hoje graças a dar graças aos competentes
Da pedra lascada que nos deu a centelha a obstinação
A teimosia a ousadia a audácia graças a um pouco dessas
Qualidades que muitos trazemos dentro de nós que impede
Duma vez a total destruição ruína da humanidade não quero
Entregar-me para não dizerem que não quis me integrar
Quero mais é me integrar me integrar ao barro que a chuva deixa
Integrar-me à lama aos insetos ao sol à lua à toda natureza
Que ainda não consegui transportar para dentro de mim quero me
Integrar às estrelas aos astros que compõem o firmamento a
Imensidão morro para não me entregar entregar é morrer na
Perdição sem salvação respostas soluções entregar é morrer
Sem desculpa sem perdão é privar de levar ao coração o que
Por ventura a bem-aventurança venha trazer pois infelizmente se
Olharem-me em mim não enxergarão nada nem encontrarão
Nada pois por mais que procure também nunca tive a
Capacidade de encontrar em mim ou não o algo que seja o elo de
Minha emancipação pois sou como a musicalidade sou como a
Música a melodia quem não tiver o dom, não adianta quem não
Nascer com elas jamais terá a criatividade a inspiração que
São necessárias para compor uma bela canção uma bela estruturação
Sinfônica melodiosa que nos traga o conhecimento que não temos
A nascermos do útero da nossa mãe temos que agir como se
Estivéssemos num celeiro de fundo de quintal o que procuramos é a
Agulha que acabamos de nos perder no palheiro pois somos esta
Própria agulha que procuramos somos nós os que nos procuramos
Sem saber às vezes só nos encontramos aflitos em frente ao
Espectro do espelho escondido só nos encontramos numa imagem
Falsa que não nos representa a nossa realidade não nos lança na cara a
Nossa verdade ao não nos fazer sair da mentira da podridão da ilusão
Da falsidade perdemos com pena a própria liberdade perdemos por
Perdidos que somos não queremos nos notar de dor não queremos
Nos notar em nós de vergonha de acanhamento nos cobrimos com
Eventos inúteis nos cobrimos com enfeites vãos que pensamos que
Nos escondem da vergonha da nossa nudez a mesma que envergonhou
Adão a mesma que acanhou Eva que já estavam nus não sentiam
Foi preciso as trevas para que enxergassem os corpos um doutro
Foi preciso a escuridão para notarem que eram um homem uma mulher
Descobriram o que descobrimos bem mais tarde que o pecado
Acompanha o desenvolvimento da humanidade para justificar as matanças
De civis os extermínios nos campos de refugiados todas as ações
Transviadas que cometemos em nome duma justiça duma religião
Duma liberdade ou duma razão haja sangue para derramar haja
Carne humana para ser comida queimada destruída haja seres para
Ser entregues aos que não são saciados com amor aos que não são
Satisfeitos com a paz com a vida a beleza que emana duma gota de
Leite dum peito de mãe a amamentar a criança nascida a curar com a
Fé os males da ferida lavei-me neste banho de exposição livrei-me dos
Grilhões das amarras lancei-me fora de mim nos meus percalços
Deixei de ser o histrião o lauto deixei de ser o tolo o estúpido
Agora sou apenas este fragmento sou apenas esta lauda de frases de
Palavras de letras pensamentos sou apenas esta tentativa espero
Que seja boa que traga coisa boa junto com o belo que corro atrás
Que a minha lembrança de mim me faz voltar à toda hora ao seio
Donde almejo desejo me ver lançado nas graças da felicidade
Toda vez que bato no peito uivo para mim mesmo que agora
Vou voar volto ao meu próprio peito volto à minha vil
Mesquinha condição volto ao meu estado fisiológico volto à minha
Falta de metafísica de existência de razões de noção volto ao
Meu estado bruto de matéria sem ética sem lógica sem filosofia
Estado de morto apenas de vácuo sórdido igual eco que bate nas
Paredes das cavernas aos gritos uivos como se fossem de morcegos
Porém não representam a vivacidade a alegria da voz que o lançou
Fica só o efeito determinante que fere o ouvido no quadrante a iludir o
Cérebro amante que gosta de ouvir o canto dos oráculos nos seus
Ovantes lavo as mãos neste sangue derramado não sou o Pilatos
Histórico bíblico lavo as mãos neste sangue venoso expelido
Deste negro coração doentio lavo-as estas mãos sujas decepadas
Que nada mais podem segurar que nem um rosto de criança natimorta
Têm a veleidade de afagar têm o dom merecedor acariciar prendeis
Estas mãos nas algemas esqueceis-nas nos calabouços da loucura

Na continuação do tempo aquele que não o acompanha; BH, 0160202000; Publicado: BH, 0230502013.

Na continuação do tempo aquele que não o acompanha
Não encontra a evolução nem sai da pseudonímia pois o
Nome não representa nada a pessoa em si nem se refere
Nem tem referência caractere identificador sangue com fator rh
Conhecido a estrutura óssea que sustenta toda a massa de carne
O quebra-cabeça do corpo que para integralizar canalizar
Com as diretrizes mentais abala todo o canto tirado da
Carne toda a poesia criada pelo esqueleto assombrado
Do deserto árido de ideias porções de metamorfoses silenciosas
Conversação de alto nível entre surdos mudos admirações
De obras da arte moderna por todos os cegos conhecidos da redondeza
Até os pés os portadores de deficiências mentais indivíduos
Que não possuem o corpo caloso como sou um às vezes querem sair
Por aí a querer mudar o mundo a dar murro em ponta de
Faca a pensar que venceu que pode endireitar o
Universo que é o maioral o grande da banda o xerife
O rei de Roma aí entra o tempo a trazer toneladas às nossas
Costas toneladas invisíveis que não distinguimos só
Obedientemente obedecemos nos curvamos trememos todos frágeis
Escorregamos caímos ao quebrar as pernas somos levados
Para hospitais donde só sairemos mortos de lá é
Aí me passa pela cabeça a ideia de grandeza do homem
Onde o homem se apresenta grande se cada vez mais
É diminuto insignificante nem mesmo as ações
Conseguem o engrandecer mais permanece a vergonha
Permanece o medo a covardia a fanfarronice bobagens tolices
A mentira da felicidade a falsidade do dia a dia
O desencontro entre o destino a vida que cada
Um gostaria de levar viver em contentamento
Viver em alegria de vida a
Ausência incômoda da morte própria ou semelhante
Para mim cada vez que morre um semelhante não tem
Jeito fui o que morri fui o que virei cadáver virei
Defunto faço questão de não ter sepultura não ter sepulcro
Não ter cova outro tipo de lápide a não ser me ficar
Exposto à luz do sol tipo os animais que morrem de sede
De fome nos desertos são esquecidos ali à voracidade das
Moscas dos vermes dos urubus quero mesmo só a armação
Esquelética intacta para ficar de decoração na sala de qualquer
Residência dalguma amante do macabro que por acaso sou ou
Tenha tido no tempo em que vivi sem aprender a viver
Passei por muitas terras só trouxe dissabores não semeei
Amores ninguém ficou com saudades de mim ninguém
Sentiu falta de mim até hoje por onde vago
Não deixo um vago continua vago o coração que
Nunca foi meu que trago aqui dentro do peito
Já está doado só espera a hora para ser transplantado
Para um outro peito que seja melhor peito do que
Este peito que trago aqui no meu peito que não
É meu é do coração que foi doado até hoje espera
Ser transplantado tais quais os olhos que apesar de serem míopes
Podem ser aproveitados em quem é cego completamente
Apesar de estar perdido de ser um perdido não gosto
De me prender nos fragmentos na composição dos
Eventos nunca falei com alguém tu me perdeste
No entanto sou é o que sou o perdedor pois sou
Toda a minha vida sou só o que perdi não aprendi
Nem soube perder perdi por perder por merecer
Não fazer por onde merecer por alguns segundos
Posso até ser interessante por alguns minutos posso até
Ser atenção logo em seguida já querem me atar
Querem me atar a uma árvore ao pé duma
Fogueira à uma pedra preste a ser lançada ao rio
Meu Deus clamo do meu buraco como é difícil
Existir como é difícil ser como é difícil pensar
Como é difícil viver se fosse só respirar beber comer
Tudo seria bem mais fácil quero algo além
Disso algo além de só respirar beber comer
Quero pensar também raciocinar ter ética lógica
Quero ter razão também usar a inteligência
Fazer parte do grupo dos iluminados dos abençoados
Será que não mereço? será que não vou
Ter a oportunidade que espero desde criança?
Será que só depois de morto é que a minha
Inteligência vai entrar em ação? será que só
Depois de morto é que vou conseguir reconhecer 
Dar valor à sabedoria que trago dentro de mim?
Se é que por acaso trago alguma coisa dentro de mim
Pois se nem mesmo acredito que trago
Realmente algo dentro de mim preciso acreditar
Meu Deus como é difícil acreditar como é difícil ter
Fé cega ter paixão ter coragem força na luz
Só me tornarei feliz quando deixar saudades em
Alguém quando souber que causei saudades
Até hoje nunca ninguém sentiu saudades de mim
Ninguém nunca sentiu minha falta ausência
A necessidade de estar do meu lado
Nasci em Teófilo Otoni Minas Gerais nunca tomei
Conhecimento de alguém que tivesse sentido
Falta saudades de mim morei em Governador
Valadares foi a mesma coisa depois mudei
Para Belo Horizonte de Belo Horizonte fui para o
Rio de Janeiro morei vinte seis anos no Rio
De Janeiro voltei para Belo Horizonte continuo
Na sensação de que não ficou em nenhum
Dos lugares por onde passei um coração a chorar
Por mim não precisa necessariamente ser um
Coração de mulher pode ser um coração de homem
Também dum homem amigo irmão como
Penso que sou fui demonstrei por onde passei
Penso não tenho a absoluta certeza que sempre
Demonstrei ser amigo irmão apesar de sempre
Quebrar a cabeça no quebra-cabeça da vida mas
Não me arrependi se puder estou sempre aí
Para continuar a ajudar aos amigos aos irmãos
Se Deus quiser vou deixar de chorar de lamentar
De sofrer de correr atrás da felicidade pois vou
Encontrá-la um dia espero só que ainda
Esteja vivo não nesta dúvida sem saber se
Estou vivo ou morto a dormir ou acordado
A sonhar ou a viver a realidade real
Pois agora já até temos a realidade virtual mas
A que quero viver é a real a que possa
Sentir deixar de procurar as respostas as eternas
Soluções que nunca consigo atingir no meu frenesi
Nas minhas alucinações lapsos que me deixam
Fora da atmosfera perdido no espaço desconectado
Do meu meio de convivência relacionamento
Sem a atormentação da procela mental sem a
Tormenta do furacão espiritual do ciclone da
Alma os turbilhões das minhas vagas de lágrimas
Choradas derramadas durante todo o tempo que
Passa que passou não está mais em mim
Só está em mim através dos cabelos brancos raros ralos
Da vasta careca dos falhos dentes da pele enrugada
Cheia de traças envelhecida morta é só
Assim que sinto o tempo em mim
O peso das toneladas que tenho que arrastar
Um velho réptil alligátor lagarto encafurnado
No lodo da toca da solidão de brancas esperanças (2)

terça-feira, 21 de maio de 2013

O tempo já está a passar é o meu tempo que já está a passar; BH, 0140202000; Publicado: BH, 0210502013.

O tempo já está a passar é o meu tempo que já está a passar
Vejo-me na contingência de continuar na minha peregrinação
Por estes pergaminhos de papiros que trago de lembrança das
Catacumbas dos faraós do antigo egípcio suas pirâmides
Por sentir que o meu tempo já está a passar não está mais do
Meu lado já estou a transpor a barreira do final tento
Correr atrás do tempo perdido não verifiquei o perigo em
Que me lancei sem experiência sem determinação sem força
Sem coragem fé até a luz que era a minha alucinação se
Apagou me vi nas trevas sombrias infinitas bárbaras
Cada determinante do meu ser se perdeu cada componente do
Meu caractere genético entrou em pane se fundiu os meus
Cromossomas não foram necessários para a criação dos meus
Neurônios até o meu corpo caloso foi gerado deficiente a
Dificultar-me o relacionamento o raciocínio a percepção
Das coisas boas do bem da vida não sei me comunicar não
Sei falar não sei ver nem sei ouvir tomar banho sozinho
Ou escovar os dentes não sei entender nem compreender
Nem sei amar não tenho paz interior até pareço um
Energúmeno em crise em transe devido a quantidade de
Entidades que habitam minha alma meu espírito faço uma
Devassa em mim não encontro vestígio de nada não
Encontro sobras de restos nenhuns tento dar de mim cem
Por cento porém como cem por cento de nada é nada nada
Posso dar de mim nem as minhas respostas que tento fazer
Com que saiam com inteligência consigo nem as
Soluções que tento encontrar com sabedoria vêm caem
No vazio na canoa furada no vácuo da imensidão da minha
Inexistência que o tempo me arrasta houve uma época em que
O tempo a era a razão estavam do meu lado não soube
Acompanhar a oportunidade me vi totalmente perdido
Escondido de medo de covardia fraqueza fragilidade
Inconsciência abstrata pobre de conteúdo de modernidade
Contexto racionalidade mas ou minha cabeça vai explodir
Um dia ou um dia minha cabeça vai implodir alguma coisa
Precisa acontecer alguma coisa precisa inverter o processo
Para que possa passar a me considerar a acreditar em mim
A me aceitar deixar de ficar suspenso por qualquer tolice
Imbecilidade burrice asneira próprias ou alheias já que
Fui abandonado pelo tempo meti os pés pelas mãos me perdi
No mar de erros de mentiras de falsidades cabe a mim me
Procurar me estabelecer impor as condições necessárias
Aprender a escolher a separar o joio do trigo assim evitar
As turbulências os transtornos os percalços tudo mais que
Possa gerar depressões mal estar desânimo saiba que a
Minha angústia é justamente por não conseguir crescer sozinho
Saiba outra vez que a minha agonia é a falta de composição
De definição a falta de todo qualquer componente de
Independência de verdade de conotação não tenho a
Contenção verbal a moderalidade textual a linguagem linear
Repetitiva já está saturada não encontra mais eco nem
Respaldo nem no meio literário nem no meio de material
Impresso mas continuo na luta na busca na saída honrosa
Continuo na perseverança, na diligência na criação na
Criatividade então é o que se pode chamar de mãe mãe do
Perseverante mãe do audaz do corajoso que nada o intimida
Nada o faz tremer vacilar a conseguir segurar um pouco
O meu tempo a superar os temores que me balançam me
Sentirei recompensado realizado pronto a ser feliz fora
Isso é só o buraco que quer me engolir é só o emaranhado
Que cada vez mais se enrosca em mim se embaraça nas minhas
Pernas prestes a me fazer cair tenho que me agarrar em mim
Qualquer ilusão tenho que me segurar em qualquer mentira
A me sustentar assim mesmo a me manter flutuado em estado
De levitação hipnotizado em concentração transcendental para
Não repetir os mesmos erros os mesmos defeitos falhas que
Podem por fim definitivo a todas as vidas valiosas que deveriam
Ser preservadas não ceifadas abruptamente longe do horizonte
Distante do sol da lua das estrelas de todos os astros do
Coração do peito que poderiam dar o amparo a guarida a força
Que faltam que falham quando pensamos que vencemos que
Somos vitoriosos e seguimos avante, apesar das pedras e dos
Espinhos, não podemos é chorar eternamente, clamar e reclamar,
Sem o empenho da luta, sem a batalha e a guerra; o sabor do sangue
Derramado, o gosto do suor, a dor do parto, a dificuldade de quebrar
O elo da corrente, de vencer a fortaleza e transpor todos os portões;
Muros e muralhas que querem nos enterrar aqui no abstrato, na
Insignificância, na inexistência; doer com certeza vai doer e a dor
Não é efêmera, é real, efêmeros somo nós, que não temos e pelo
Menos sei que não tenho, o escrúpulo de dizer que amo, sem a
Ridicularidade da pieguice e a sova da crítica contumaz que destrói
Qualquer obra, por mais clássica e prima que seja e que pensamos
E sabemos reconhecer, até por onde impera a ignorância, a
Falta de vontade, de reciprocidade e atenuante
Lógica contida  na ética que eleva o moral,
A autoestima, a dissipar toda a dúvida, toda
Depressão, sensação de desvario, remorso e peso na
Consciência, frieza na barriga, calafrio na espinha;
O tempo está a passar e é o meu tempo que 
Estou a perder e sem recuperação, a perder e a
Não encontrar a atitude certa, o lugar certo, na hora
Certa, a valorizar e a preocupar com a formação do
Futuro; a preocupar com a composição química
E física, e material, sem no entanto esquecer
A metafísica. a espiritualidade a filosofia que
Todos conhecemos que foi a base de todo tipo
De formação da humanidade desde quando o
Tempo não passava o homem só perdia o
Seu tempo com o pensamento ao tentar desvendar
Os mistérios do universo das leis das teorias
Das teses que compõem tudo que se manifesta
Debaixo do sol acima do sol do lado claro da
Lua do lado escuro da lua do fundo dos
Mares doutro fundo que tem debaixo do fundo
De todos os mares que é o fundo mais profundo
Dos oceanos do mundo a maneira de chegar lá é só
Através do tempo se o tempo estiver do nosso lado nós
Não estivermos flagelados em campos de refugiados
A apodrecer em calabouços masmorras a ferros em
Bastilhas torturados depois esquecidos sem a alma
Da liberdade que é o maior dom bem bom do homem (1)

Nada melhor do que clamar pelos espíritos; BH, 0170102000; Publicado: BH, 0210502013.

Nada melhor do que clamar pelos espíritos
Nada melhor do que clamar pelas almas dos
Celebres dos privilegiados na poesia na literatura
Nos poemas nas odes nas elegias nas óperas nas operetas
Sinfonias sonatas qualquer outro exemplo
De manifestação clássica erudita genial
Nada melhor do que receber o prana da inteligência
O carma da sabedoria da genialidade dalgum nirvana
Espírito de alguém que admiramos que só está
A esperar uma luz de nossa parte para se manifestar
Nos trazer grandes heranças teorias teses outros
Tipos de manifestações culturais sábias sensoriais
Espero confiante que um dia consiga
Atingir a evolução a modernização a futurização
De receber em primeira mão em total canalização
As mensagens de qualquer forma de tipo por aqueles
Que queiram se comunicar com a humanidade
Mesmo aqueles que a humanidade foi culpada
Pelas mortes pelas humilhações pelas exterminações
Mesmo aqueles que queiram mandar para o mundo de cá
Uma mensagem de ira de raiva tipo Sócrates
Que morreu injustamente a beber cicuta
Galileu que foi perseguido Copérnico também bem como Bruno
Não adianta falar em nomes pois são
Inúmeros milhões o papel não caberia
Nem lembraria o nome de todos
Por isso generalizo no meu pedido de contato
Na minha colocação à disposição
Desses espíritos de almas que quiserem me
Usar para passar alguma participação de sabedoria
Conhecimento filosófico razão ética metafísica
Geometria matemática história astrologia pintura
Música religião qualquer outro assunto
Que abranja o bom desempenho da humanidade
Não admito ficar sem me comunicar sem vós
Não admito ficar sem receber uma comunicação
Talvez assim consiga sair deste limite
Deste estado de limitação obtusidade
Deste estado de opacidade falta de luz
Deste caminhar na escuridão das trevas
Sinto que posso conversar convosco
Sinto que através de vós venha
Aprender muitas coisas que não encontrei
Aqui no meio dos mortos desta humanidade
Porque na verdade os vivos são vós os mortos
Somos nós que ficamos aqui sem aprender a viver
Sem aprender a morrer até hoje com medo
De almas de espíritos de cães de infernos
Com traumas de pecados de salvação
Com traumas de fé de ilusão de falsidade
Não aguento mais viver no meio de mortos
Não suporto mais viver na mentira na dor
Gostaria de aprender se vale a pena continuar
A gotejar aqui nesta humanidade de mortos de
Mortos podres perdidos sem sepulcros sepulturas
Sem amanhecer ocaso sem crepúsculo anoitecer
Não me preocupo com a minha aparência de
Minha existência aqui se não posso levar
Uma vida espiritual como se fosse ou tivesse
Um espírito uma vida de alma como se
Tivesse uma alma uma mente uma memória
Gostaria de viver assim só na lembrança
Na consciência no pensamento no cérebro
Não gostaria mesmo de ter esta vida física
Material vazia longe dos padrões de emoção
De sensibilidade de inspiração
Longe de criatividade de luminosidade
Quero é uma vida de silêncio de surdo de nascença
Uma vida de cego de nascença uma vida de mudo
De nascença porém onde o bojo de complexo
Sensorial seja a morada de todos os espíritos dos
Deuses do Olimpo seja a morada de todas as almas
De todos aqueles perseguidos queimados pelas
Fogueiras da ignorância da inquisição mortos nas
Câmaras de tortura dos suicidas linchados os que
Esperam a vez no corredor da morte que seus
Espíritos encontrem refúgio no meu interior
Que me contem suas histórias dramas
Seus fatos boatos suas verdades mentiras
Se vós não vierdes me espereis aí irei breve
Minha vida meu tempo minha era
Minha passagem por aqui é pequena é
Efêmera frágil como um voo de borboleta
Espereis-me aí que breve irei ao encontro
Breve irei gozar convosco da imensidão do
Universo deixarei de ser este morto entre
Os mortos da humanidade pronto a abraçar
Todas as almas todos os espíritos que queirais
Receber-me aí onde estais ou se quiserdes
Podeis vir me buscar a me ajudar na
Minha transposição na minha metamorfose
Na minha viagem de ida para o mundo dos vivos
Pois os vivos estão aí não aqui entre nós
Se não quiserdes mandar mensagens
Recebais as minhas me espereis logo logo
Estarei aí para conversarmos trocarmos
Ideias sobre cultura realizações de ideais
Quero ser o primeiro membro desta humanidade
A manter correspondência real espiritual
Sensorial com espíritos almas que querem
Continuar a contribuir para a evolução
Desenvolvimento purificação da humanidade
Não faço isto por mim pois quero deixar de
Existir no plano material quero deixar de
Existir como matéria humana só
Existir de verdade em espírito em alma
Só existir de verdade na verdade
Na liberdade de existir sem compartilhar
Da ruína da destruição deste bem
Que não sei quem deixou a povoar o universo (2)

Não sei como é que a humanidade continua a existir; BH, 0170102000; Publicado: BH, 0210502013.

Não sei como é que a humanidade continua a existir
Se tivesse o dom da pergunta perguntaria à humanidade
Como é que ainda existes não te destruístes nem foste destruída?
Pois desde que o primeiro ser humano colocou a cabeça para fora
Da cavidade vaginal da primeira mãe a dar à luz a humanidade
Perdeu-se no vácuo na maldade na imperfeição eternas
A iniquidade tomou conta o pecado é a meta traçada
Por cada clone de primatas que chamamos de seres humanos
Tanto já destruiu fez por destruir que é quase impossível
Ficar sem obter respostas mesmo o que não tenho o dom da pergunta
O único culpado do próprio extermínio extremo é mesmo o ser
Humano que cava ao crepúsculo o sepulcro onde faz questão de lançar
Os restos apodrecidos de toda a história que não soube contar
Triste vergonhosa é a saga desde o berço o primeiro suspiro
Tantos homens vieram com ilimitação grandeza espírito incomum
Com limitação da própria vida à felicidade não conseguiram
Sensibilizar um componente sequer desta vil ignóbil humanidade
Como não tenho dom nenhum nem quero ter
Pois já carrego o meu fardo não é leve já carrego o meu legado
Pesado como se fosse feito de chumbo que chega a me vergar
As costas a coluna a me sufocar a dificultar o respirar
Não vejo a maneira de salvar de libertar esta turba
Antigamente na época da inquisição quem queria
Ser salvo pagava à Igreja Católica uma certa remuneração
Recebia um certificado assinado por alguma autoridade eclesiástica
Que garantia a salvação hoje tem gente que acredita que se pagar o
Dízimo às igrejas evangélicas já está garantida a salvação eterna a
Prosperidade aqui na terra a libertação dos jugos
Já penso totalmente ao contrário quem quiser
Que dê de dízimo até os olhos doei todos os meus órgãos
Quando fiz a minha carteira de identidade
Não espero ir para o céu por isto fiz por obrigação
Era o mínimo que poderia fazer por esta humanidade
Apesar de pensar que todos não merecemos mesmo ser salvos
Merecemos o que nós todos estamos cansados de saber que merecemos
Nem é preciso repetir o óbvio e a lógica do nosso final
Quem tiver capacidade que inverta a situação natural
Quem for competente que se salve duma vez no seu destino
Pois já estamos cansados de nos ver perdidos abandonados
Iludidos pela mentira pela falsidade longe
De atingir de verdade a liberdade total que
Nos fará nos libertar de todos os preconceitos
De todos os dogmas de todos os tabus de
Todos os complexos mazelas mandingas amarrações
Macumbas despachos trabalhos de feiticeiros
De bruxarias de missa negra de magias de encantos
Se para melhorar evoluir o homem é capaz de
Se voltar contra si mesmo ir ao fundo do nada
Espojar na lama vender a alma pagar ficar a dever
O bom é procurar dentro de si mesmo as respostas
As soluções as resoluções que o tirará da meta final
Do paredão de fuzilamento da morte por enforcamento
Do precipício do abismo colossal donde nem
A alma nem o espírito sobreviverão para contar
A história do era uma vez uma humanidade
Ninguém poderá modificar o final triste desta história sem fim
Ninguém poderá atingir o âmago da razão da sabedoria por mais
Que se pense digno de possuir a chave da genialidade da ética
Do equilíbrio emocional do controle das tempestades
Interiores das procelas furores que atormentam
Causam o nosso desespero as nossas depressões infinitas
Não nos deixam adquirir a paz essencial o amor
Que não sejam o elo da pieguice do temor de quem
Não quer amar por sentir vergonha pudor pudibundo
Em ser feliz espalhar a felicidade no peito onde bate
Um coração danificado em compasso com demais órgãos
Desenvolvidos na áurea da luminosidade plena totalmente preparada
Para inverter o fio da meada na tentativa de somente querer
Ver com os olhos não ver sentir com o coração
O que o coração não quer sentir nem perceber nem entender
O que vem a ser o maior marco da ignorância da brutalidade da
Falta de delicadeza bom-humor calma tranquilidade
Serenidade mansidão em saber ouvir o embrião
Saber ouvir o lauto sem se deixar influenciar por qualquer
Que seja a razão apresentada
Quem manda é o conjunto do comboio que nos
Comanda nas horas mais incertas não nos abandona
Não vai nos trair nem vai nos decepcionar jamais
Já que perdemos tudo não podemos perder a esperança
Não podemos perder a confiança cada vez mais
Fortificá-las para o nosso próprio bem pois quem espera
O sonho cair do céu se tornar realidade não consegue
Tem é que ir atrás tornar a realidade realidade a água
Que mata a sede do perdido no deserto desconhecido
Sonhar realmente não custa nada ficar só a sonhar
Também não se consegue nada em vez de dormir
É melhor sonhar acordado a fazer por onde merecer
Que seja transformado realizado sem interferência
Sem ingredientes outras perplexidades reflexões
Em busca da boa sorte do fim do azar a da ajuda de
Deus que está no céu que vai mudar a tua vida
A te endireitar para que sejas feliz quando morrer
Já que não quero ser feliz quando estiver morto
Não quero mais nada depois que morrer
Pois passeia a minha vida a chorar a sonhar a
Orar a lamentar a pedir a Deus ajuda
Passei a minha vida a ir atrás das coisas que
Nunca poderia encontrar para me satisfazer realizar
Não acordei ainda não tirei de mim o estigma
De sonhador inveterado que espera a sorte a
Oportunidade que nunca vou conseguir
Não dinamitarei a barreira formada por pedreiras de
Milhões de cordilheiras que carrego dentro de mim
Passariam gerações mais gerações não conseguiria
Dinamitar as montanhas os picos os morros as ladeiras
Que trago dentro de mim recobertas por chumbo por
Concreto armado sustentados por vigas de aço
O dia em que me livrar vou dar uma festa
Uma comemoração de contentamento alegria
O dia em que me ver liberto vou convidar
Toda a humanidade para comer beber às minhas custas
Não quero ninguém a reclamar nem de sede
Nem de fome nem de tristeza nem de dor
Quero só todo o mundo a comer a beber numa festa
Um banquete mundial sem fim onde nada de ruim
Poderá acontecer só a participação de todos
Para que seja um acontecimento épico clássico
Tipo um poema de Homero de Virgílio ou doutro
Grande poeta da galeria das celebridades eternas
Dos quais conclamo os espíritos as almas
Dos quais conclamo os fantasmas as mentes
Que estão por aí no além ou no limbo ou no aquém
Avisem-me onde procurar para ser os convidados
Mais importantes mais esperados dos banquetes que
Pretendo fazer no dia em que a liberdade me atingir (1)

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Não chegamos a conhecer a cor do sangue de Frank Sinatra; BH 0120102000; Publicado: BH, 0200502013.

Não chegamos a conhecer a cor do sangue do Frank Sinatra
Da mesma maneira que nos chocamos com a cor
Do sangue de John Lennon vermelho vivo quente
Igual toda a trajetória da vida que levou
John Lennon é um dos pedaços que me basta
Até hoje John Lennon é um dos pedaços com que fico satisfeito
Usou abusou da inteligência da sabedoria
Mostrou a sensibilidade a genialidade à flor da pele
Criou usufruiu da cultura não fez mal
Não se sentiu mal nem infeliz ao falar em amor
Ao uivar pela paz mesmo sem ser ouvido
Se estivesse vivo ainda hoje tenho a certeza
Que estaria a incomodar Boris Iéltsin pelos bombardeios
Estaria a abominar o Vladimir Putin por causa da Chechênia
Estaria a bradar contra: as crianças mutiladas
Os campos de refugiados abandonados as guerras
A morte de John Lennon calou a voz que feria
Os ouvidos daqueles que odeiam a paz amam a guerra
Até hoje desconheço outra voz que ocupe o seu lugar
Muitas vozes se levantam gritam uivam ladram
Mas não têm a profundidade a ferocidade
Que tinha a voz de John Lennon voz de fé de luz
Que fazia tremer o mais poderoso dos poderosos
Que o fazia sentir vergonha dos seus atos
O mais alto componente da aristocracia inglesa
Ou norte-americana ou mesmo mundial
Nunca pegou numa arma nunca deu um tiro
Este meu pedaço foi embora com cinco tiros
Mas ficou a metralhadora da sua música
Ficou o tiroteio dos seus versos os torpedos
Da sua língua da suas poesias ficou o estouro
Causado por todo o seu comportamento
Ao juntar todos os pedaços dos meus pedaços
Quero me formar um dia numa muralha
Numa pirâmide ou numa ponte donde
Atravesse para encontrar os outros que
Seguiram adiante não me esperaram
Tenho fé que irei para lá também
Fortalecido como se fosse de luz do sol
Esclarecido nas trevas como se fosse de luz da lua
Embevecido como se fosse um gênio
Possuidor da chave da garrafa da libertação
Onde souber que existe um pedaço,
Num palheiro ou no fundo do mar
No Inferno de Dante ou no céu de sombras
Lá estarei para buscar aonde o vento não for
Aonde a chuva não chega onde o pensamento
Jamais poderá habitar habitarei para trazer
A pedra que não quer ser removida
Da porta do sepulcro por causa da ferida
Que em toda despedida choramos de dor
Na cavalgada não encontramos o apaziguador
Só o triturador dos nossos ossos corações
Os incineradores alto-fornos onde centenas de almas
Transformaram-se em cinzas fumaças de incensos
Macabros esquecidas pelo tempo pelas mentes que
Já se ocupam com futilidades perderam
A capacidade de buscar na memória o horror
De todos os grandes crimes hediondos cometidos
Pela humanidade em nome da humanidade
Não suporto mais a continuidade dos fatos
Ver a história se repetir à toda hora na nossa cara
Ver que os mutiladores de crianças estão impunes
Os assassinos de almas inocentes estão impunes
Os senhores das guerras continuam com seus intentos
Não sentem nem remorso nem vergonha
Por espalharem cadáveres na superfície do planeta
Chega de morticínio em vão sem causa
Chega de matança indevida por nada
País nenhum tem o direito de manter outro país
Sob o seu jugo a ditar o destino a regra do povo
Todo país tem o direito de ser livre à liberdade
Liberdade para a Pátria Basca Cuba liberdade
Liberdade para a Chechênia para a Palestina liberdade
Liberdade para Serra Leoa para a Cashemira liberdade
Liberdade para todas as províncias colônias
Que por acaso vivam sob a tirania de
Qualquer potência que deseja queira
Mandar na vida  social econômica liberdade
Deixeis que os povos tracem seus próprios
Destinos caminhos estradas soluções
Só um pedaço me basta não quero mais do
Que um pedaço desta pedra para derrubar
Os gigantes que querem nos esmagar
Que ao nos juntar todos nós formemos uma
Imensa uma grande barreira para não deixar
Que a nossa água flua pelos dedos
Nossas canções se percam no vento sem
Chegar aos ouvidos sedentos por canções
De amor de justiça de paz de felicidade
Nas cabeças deles só as nossas pedradas
Para que por onde passemos consigamos
Atingir os nossos objetivos deixar as nossas
Mensagens escritas com os nossos sangues
Nas cascas das feridas crônicas que não
Poderemos suportar mais sem nos manifestar
Pelo fim da infelicidade da ignorância
Pelo preservação da cultura do bem da boa educação
Pela preservação das histórias dos nossos heróis
Que nossos filhos sintam orgulhos como nós
Aprendam a fazer história a criar a cultura
A saga a meta traçadas no horizonte
Com a glória com a honra com o destemor
Firmeza na voz no espírito
Rochedo onde a alma encontre segurança (2)

sábado, 18 de maio de 2013

Só um pedaço me basta não quero mais do que um simples pedaço; BH, 0120102000; Publicado: BH, 0180502013.

Só um pedaço me basta não quero mais do que um simples pedaço
É só isto que quero não cabe em mim mais nada além disto fico
De verdade sem mentira de olhos fechados satisfeito
Pareço mas não sou guloso a barriga é grande mas não
Cabe muita coisa um simples pedaço deixa-a cheia
Se exigirem um pouco mais pode até estourar
Seria um desastre total para mim talvez
Para a humanidade inteira que espera um dia
Também o seu pedaço de felicidade almejada em vida
Se me falarem que terei a felicidade só depois
Que estiver bem morto e enterrado e não vou querer
Prefiro ser um morto triste infeliz do que ser
Um vivo infeliz a esperar a morte para atingir
Um pouco do pedaço da felicidade no além
Se me derem um tijolo inteiro com esse tijolo
Não levantar nem o começo do meu pedestal
É porque só vivi na bobagem na tolice
Na mesmice na idiotice na ignorância que
Cobrem-me de trevas me cegam os olhos a não me deixar
Seguir um palmo além do nariz sem tropeçar cair
Joguei fora no lixo todas as oportunidades vezes
Que tive em obter um lugar ao sol entre os mortais
Joguei na sarjeta a minha família todos os
Meus descendentes antecedentes também
Pois nunca soube honrar o nome dos meus pais
Não mereço tudo justamente porque nunca
Quis construir para mim nenhum pequeno pedaço
Se constatar que ficou um pedaço para mim
Mesmo que não tenha movido para isso
Uma pequena palha na minha estrada
Chorarei lágrimas de satisfação contentamento
Não soube construir meu futuro nem soube
Respeitar as condições em que vivia no passado
Agora no presente carrego pedras para tentar
Desobstruir os abismos que querem me engolir
Tento erguer uma plataforma no precipício para
Não me despencar de cima dele me despedaçar mais
A minha plataforma é a alegria de poder
Deixar para a posteridade estas linhas de palavras
Estas frases de léxicos de verborrágicos vernáculos
Estes pensamentos que me deixam livre leve a
Flutuar como se estivesse em estado de levitação
Como se estivesse hipnotizado fizesse mil façanhas
Escrevesse mil fábulas mil contos mil histórias
Como as de Sherazade em As Mil Uma Noites
Este é o pedaço que quero que seja reservado
Para que venha superar a minha mediocridade
Para que possa olhar para mim ver a verdade
Ver a liberdade a segurar minha mão
O fogo da paixão ao arder no peito a
Mentira morrer afogada em minhas lágrimas
A injustiça a fugir apressada a justiça
De balança espada a conquistar a razão
A habitar o coração dos homens para que os que
Sofrem os dissabores da vida melhorem seus destinos
Não posso mudar o mundo os homens
Todo aquele que quis mudar o mundo os homens
Foi sacrificado pelo mundo pelos homens
Todo aquele que se indignou contra a injustiça
O desequilíbrio social a exploração o racismo
A desigualdade a discriminação a fome
A miséria a desgraça a humilhação
Foi lançado nos calabouços das masmorras
Foi assassinado covardemente até entregue
Por traidores às mãos de seus algozes só para
Lembrar o nome de alguns Ernesto Che Guevara
Capitão Carlos Lamarca Carlos Marighela
Joaquim José da Silva Xavier o Tiradentes
Felipe dos Santos Zumbi dos Palmares Gregório
Bezerra outros que derramaram o próprio sangue
Perderam a própria vida por acreditar que poderiam
Fazer o milagre de mudar a cabeça do homem
O comportamento de toda uma humanidade que
Só se preocupa em no que vai comer no almoço
Não merecemos nossos mártires heróis
Nós que deveríamos morrer no lugar deles
Por respeito à coragem à valentia ao brio
Por respeito à liberdade defendida à autonomia
Nunca aprendemos a seguir os exemplos
Deixados por esses valorosos homens de almas de
Espíritos fortalecidos na razão na força
Da mente da memória privilegiadas
Não sabiam o que eram a covardia o medo
Não sabiam o que era a vida só sentiam
Às costas a presença da morte a alcançá-los
Mesmo assim não abriam mãos dos princípios
Morreram nos legaram seus nomes histórias
Com este pedaço de mim pretendo construir
A minha história a minha saga biografia
Pretendo construir o leito da minha estrada
A cama em que repousarei meus ossos quando
Chegar o dia da minha morte que não terá
O brilho do dia da morte dos meus heróis
A minha morte não terá o brilho da morte
Dum Ernesto Che Guevara dum Capitão Carlos
Lamarca morrerei talvez até pior do que um rato
Igual à uma barata ou esmagado como a uma pulga
Ou como a um piolho mas deixarei minhas impressões
A respeito das coisas deixarei meus registros
Anotações para as outras eras estarei nos tempos
Vindouros nas formas que mantiver construídas
Explicadas nas frases estilos nas teorias teses
Que não servirão para foguetes não servirão para
Bombas atômicas satélites não servirão para
Programas de computadores telefonia celular outras
Parafernálias mais das eras dos futuros linguagem
Moderna mas que para mim servem como afirmação
Como valorização pessoal autocrítica auto-análise
Frank Sinatra cantava representava porque eram
As únicas coisas que sabia fazer além de falar inglês
Impressionava as mulheres com a voz os olhos azuis
Porém não entrou para a história da humanidade
Como um homem que derramou o próprio sangue entrou
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