Rolling Stones@Fully Finishied Studio Outtakes

LONDON CALLING - THE CLASH - FULL ALBUM:

 

The Doors - L.A. Woman (Remastered) [Full Album]

amanhã de manhã quando for no mar manhã

amanhã de manhã quando for no mar manhã

seguirei o sol tal qual todo poeta segue girassol

porém só amanhã de manhã quando for no mar manhã

de manhãzinha bem cedinho devagarinho pois gosto

de acordar cedo passarinho no ninho pergaminho

manuscrito cansei de ser proscrito agora sou só 

basta de ser outra coisa sem causa sem razão

sem noção agora sou repleto completo predileto

ninguém nem sabe de nada finge não saber finge

que não quer saber porém não importa à veia

aorta se alguém sabe ou se não sabe que haverá

um amanhã quando será no mar manhã que 

seguirei o sol tal qual todo poeta girassol a 

coisa mais bela que deus já colocou na terra

aí vem a guerra a paz se desespera pois a terra

fica ensanguentada arena de sangue de crianças

sangue de mulheres sangue de homens cinzas

que mumificam cadáveres a terra não fica mais 

bela a tela não é mais de óleo sobre tela só

cabeças cortadas de meninas que poderiam ser

mona lisa cabeças de mulheres que choram 

seus filhos relógios derretidos pararam no tempo 

amanhã de manhã não será no mar manhã nunca mais

BH, 060802024; Publicado: BH, 0280802024.

vivi pouco morri muito

vivi pouco morri muito

continuo a viver pouco a morrer cada vez mais

falta de sapiência presença de insipiência

ausência de incipiência de atitude dalgo de

virtude tais ânimo de luta marcha marcial de

pensamento rigorosa inflexivelmente audaciosa

triunfal porém quem vive pouco

não é alguém morre todo dia é morto

o ninguém é morto o dia por não

ganhar a vida não ganhar a sorte a 

perder o que se busca a luz do amor

perfeito que os goivos que trago no

peito me deixam com defeito por

atonalidade que olvidei porém

aconteceram no meio das perpétuas

que me deixaram saudades

lembranças lambanças lambuzadas memórias

retorcidas recordações perdidas nos 

pântanos do morto que gerou outro morto

que morreu já morto doeu mais do que vivo

não houveram ópios papoulas fumos álcoois 

que entorpecessem o drama ao fim

de cada ato não acabou a cena

o cine continuou infinito

sem câmara na mão ideia na cabeça

só geleia geral gelatina parafina brilhantina

vaselina no cu da menina malina albumina

mamãe não está em casa está no shopping

papai foi trabalhar matei aula hoje

vim para cá quero te dar

para te fazer feliz

mas morreste desde ontem

BH, 080802024; Publicado: BH, 0270802024.

portugal a reclamar do nosso português

portugal a reclamar do nosso português

pois bem devolvamos o português a 

portugal porém que portugal nos

devolva tudo que já surrupiou de nós

ouro sangue mar lágrimas extermínio

de nações indígenas vidas negras 

assassinadas na escravidão então não

façamos questões do português de 

portugal façamos questões de todos os

tostões que historicamente nos

roubaram temos o guarani o yanomami

temos tantos idiomas dialetos tantas

línguas de tantas nações remanescentes

agradeçamos a portugal sua gente mas

queiramos de volta nossa história 

intata sem intromissão da colônia da 

coroa do colonialismo  religião nada

queiramos as nossas nudezes sem nos 

envergonhar das nossas vergonhas de

fora caminhas camões sardinhas

caramurus todos os vilões violões violas

fados fatos boatos aseus ao portugal sem

mares marinheiros nos viraremos por 

aqui do jeito que tivermos que nos virar

nós aqui portugal lá além-mar detrás dos

montes a esperar o rei que um dia pode

ser que volta nós já somo o futuro

BH, 0230802024; Publicado: BH, 0260802024.

RODA DE SAMBA DO ALMIR GUINETO - Sim, é Samba!

que palavras fenecidas porém

que palavras fenecidas porém

de letras defectíveis que reverberam

como sinos infernais em meus tímpanos

em meus ouvidos olvidos ecoadas pelas

trompas rebatidas pelas bigornas

marteladas pelos martelos retumbantes

remasterizadas nos túneis tubulares

antes tivesse ouvidos de mercadores de

indiferentes de desprezadores répteis de

sangues frios corações de couraças de 

encouraçados de aços antes fosse um surdo

de nascença que não tivesse escutado esse

absurdo mas escutei ouvi auscultei senti

as batidas do bate-estacas senti a mão de 

pilão senti a bofetada o soco na cara a

porrada em cheio no meio do nariz fui a

nocaute no meio da avenida alma 

ferida tingida de sangue lágrimas 

que criaram o mar vermelho sal do

meu corpo grosso que matou o 

mar morto que pingavam estalactites

junto às estalagmites formavam a estátua

de sal oh dia mais negro de minha vida 

de negro oh dia que nunca acabou  oh

madrugada fatídica que não deveria ter

acordado infelizmente acordei para o 

pesadelo nunca mais fui feliz só 

desespero que não sei como porei fim

como que às vezes não ser surdo não

ser cego não ser mudo podem causar

tanto mal a quem não é forte é  fraco

covarde medroso como que às  vezes

viver custa tanto pode vir a óbito a

qualquer momento porque fui ouvir dizer?

BH, 050802024; Publicado: BH, 0220802024.

aleatoriamente diferente desta época

aleatoriamente indiferente desta época

dou loas à toa à toa ao não fazer nada

em benefício das praias que querem

privatizar a vale deixou as lamas 

soterrar vivas quase quinhentas

pessoas em o que de boas finjo que

não é comigo a justiça cega do

judiciário cego fingem que não é com

eles não mandaram indenizar ninguém

que sofreu com as lamas matadoras pelo

contrário protegeu a vale exterminadora

o estado não se levantou a sociedade se 

calou a mídia que viveu das verbas das

mineradoras baba mais do que a cadela 

no cio do fascismo quando ver um pote

de dólares no fim do arco-íris já as 

famílias a natureza os rios todos estão 

mortos os que conseguiram sobreviver

estão ao deus dará depois que a capital o

estado o país acabaram de abraçar de

vez a extrema-direita agora já com

outras barragens prestes a estourar serras

prestes a queimar para fazer outras

barragens para exterminar o que sobrou

de mateuzinhos mariana noutros locais

vem a tal pec das praias que a mesma

extrema-direita cisma em tentar 

privatizar para satisfazer bilionários

em detrimentos a nós que querem fazer

de otários pois depois que privatizarmos

tudo seremos privados de tudo não

mais teremos a quem reclamar o povo

trabalhador brasileiro da nação trabalhadora

brasileira teima em votar em políticos 

que detestam políticas progressistas

BH, 040602024; Publicado: BH, 0200802024.

Best of Brahms - Classical Music Gems

Black Sabbath - Best of Black Sabbath Collection and Top Collection

deixarei para atrás vestígios teus

deixarei para atrás vestígios teus

resquícios teus nas paredes nas portas

nas janelas deixarei detalhes teus

nos encostos nos portais nos portões

lembras dos lugares onde encostavas?

lembras onde tuas sombras foram refletidas?

deixarei estas pequenas coisas no passado

as vezes quando chegavas em frente ao espelho

as vezes quando chegavas à passarela de entrada

não saias às ruas quando saias era para voltar logo

na última vez que saíste foste de vez

nunca mais voltaste a morte foi mais ligeira

por ser tão pequenininho te colocou na algibeira

agora ninguém nunca mais sabe de ti

só sei de ti porque sou justamente um ninguém

se fosse um alguém teria te feito feliz repleto pleno

se fosse um alguém estarias aqui completo comigo

não teus resquícios teus vestígios teus detalhes

não tuas marcas tuas impressões ruas imagens

teus simulacros não me perdoarei

nem deus me fará me perdoar quem poderia

conceder-me o perdão serias tu mas morrestes

passageiro da agonia da angústia da ânsia da

ansiedade do desespero agora sou o desesperado

flagelado refugiado escondo-me da verdade para

não enfrentá-la como nunca a enfrentei a verdade

é esta tua ausência na presença da tua morte

BH, 0170502024; Publicado: BH, 0160802024.

David Bowie- 04 Sound and Vision

a rosa da palestina

pensem nas crianças palestinas decapitadas

pensem nas que mudas telepáticas em choque

pensem nas meninas das peles queimadas

que ficaram cegas inexatas cinzas da hora

pensem nas mulheres que rotas alteradas

vagam pelos êxodos desesperadas

pensem nas feridas tatuadas não cicatrizadas

como rosas cálidas mas oh não se esqueçam

da rosa da rosa da rosa da palestina

a rosa hereditária sem pai sem mãe sem filho

a rosa radioativa do fóstoro branco

estúpida inválida que queima sem parar

a rosa com cirrose sem cura 

a antirosa atômica química física inorgânica

sem cor sem perfume sem vida só morte

sem rosa sem nada nem a solidariedade 

da humanidade da raça humana mundial

BH, 0110802024; Publicado: 0110802024

(Queira me perdoar Vinícius de Morais)

Mozart: Horn Concertos

sangra coração velho septuagenário

sangra coração velho septuagenário

coração de preto coração de pobre coração de puta

sagra coração velho enferrujado de esqueleto de

osso com bolor de caveira de múmia de sarcófago

de favela peneira de balas perdidas tantas quantas

o infinito maldito pode mandar a matar o povo

periférico que chama candidamente de bandido

sangra coração de travesti essa ternura de violência

não vai acabar enquanto houver burguesia enquanto

houver elite a função deste velho coração é sangrar

em vão prostrado fundido fodido no chão derrotado

a paz não venceu o perdão não chegou podes

continuar a sangrar em hemorragia hemorrasapa

hemorraperereca hemorrarã o sangue a derramar no 

mar no oceano a tingir o rio nilo eufrates tigre santo

antônio todos os santos o rio da minha aldeia global

metafísica oval é o sangue de inocentes indigentes é

o sangue ralo reles plebeu escuro de fundo de muro

não é o sangue azul puro raro de se ver de ariano no

gueto nas valas nas sarjetas ao inferno aberto sangra

bem de perto aberto aqui do meu peito deserto

coração velho septuagenário sangra ordinário

Keith Richards Greatest Hits

estou por aí a perambular molambo farrapo

estou por aí a perambular molambo farrapo

trapo pelos ralos tubos tubulações arcabouços

calabouços esgotos escroto a levar uma vida

anormal depois que partiste sem mim abstrato

rato oblíquo devido ao peso da tua ausência a

corcunda acentuou-se a corcova aumentou

corcovado sigo desolado jogado de lado para lado

fora das paralelas fora das perpendiculares

sem saber como estás sem noção carcaça sucata

carniça caveira esqueleto expulso de cemitérios

catacumbas túneis cavernas grutas locas tocas

malocas maluco reprimido oprimido nem

chorar o que  mais sabia fazer por ti por mim

choro mais sequei por dentro por fora desde

que foste embora audacioso ousado bruto sem

pensar que me deixarias aqui nesta situação

sem atuação coadjuvante peremptório terminal

trópico de capricórnio linha do equador círculo 

polar ártico círculo polar antártico trópico de

câncer paralelo meridiano em tudo que eras me

equilibrei ícaro caíro caí funambulo saltimbanco

sonâmbulo sorumbático meditabundo atônito

ainda a tentar entender o que é o viver sem ti

sem mim pois nem comigo vivo mais só agonia

angústia ânsia asfixia axila vencida louco para

partir ao teu encontro se soubesse onde estás

tomar tuas mãos tua cabeça de mármore teus

ossos de puro marfim mas ai de mim malgrado 

meu que destino foi esse que deus me deu que

não foi o teu que egocêntrico tanto o queria

BH, 020802024; Publicado: BH, 020802024.