segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

O que é que nos move que nos leva; BH, 02101202013; Publicado: BH, 03001202013.

O que é que nos move que nos leva
Eleva que nos traz? é o vento que
Nos espalha moinha é a chuva que
Nos molha? o que é que nos anima?
É o céu azul que nos envolve são as
Ondas do mar que nos despertam? o
Que é que nos une? o que é que nos
Separa? o que nos faz ter aversão
Uns aos outros a ponto de nem nos
Respeitar quanto mais nos amar?
O que é? o que é que nos empurra?
Não nos acende há o que poderia
Acender? que poderia nos deixar
Nas alturas? a voar o que é que nos
Diminui? porque gostamos de
Ser tão pequenos? não gostamos
De crescer fazemos questões de
Ser menores do que crianças o
Que é que acontece conosco? a
Filosofia não resolve a religião
Não resolve a política não resolve
A ciência não resolve a medicina
Não resolve nem a psiquiatria
Nem a psicanálise nem a psicologia
Nada nada resolve as nossas
Condições apelo à poesia apelo aos
Poemas às odes óperas romances
Escritas leituras literaturas fico
Mais sossegado com a ansiedade
Aplacada fico mais tranquilo apesar
De todo dia correr perigo com a
Minha estupidez com a minha
Ignorância que são as causas da
Minha angústia comigo é o que acontece

Como é que vou fazer para ver o sol raiar? BH, 02701202013; Publicado: BH, 03001202013.

Como é que vou fazer para ver o sol raiar?
Já subi na varanda sentei no parapeito
Deitei na plataforma não foi dessa forma
Que vi o sol raiar como é que vou fazer
Para ver o sol raiar? esconder atrás dum
Monte? subir numa montanha? escalar
Um pico? quero ficar aqui por perto
Não ir muito longe assim ficarei
Então em cima do muro que margeia
O jardim darei uma de girassol ficarei
Rente a grama disfarçado de
Borboleta joaninha ou capim verei o
Sol raiar bem aqui pertinho de mim
Um grilo um calango um sabiá um
Tico-tico um abacaxi uma maçã uma
Manga espada rosa tommy palmer ubá
Obá um maracujá já já verei o sol raiar
Lá onde as lavadeiras colocam as roupas
Para quarar a cantar a bater com os panos
Nas pedras sabão anil água esfregação a
Roupa ganha vida no varal numa encenação
Com o vento em tentação caio nessa sedução
A minha grande aflição de ver o sol raiar a
Vir da imensidão digo ao meu coração sossega
Leão se estourar o meu peito não sei não deste
Jeito perco a razão posso perder tudo menos o
Raiar do sol da varanda da casa do Morro dos
Velhacos

Luiz Inácio Lula da Silva: Horizontes da Integração Latino-Americana.



A volta de Michelle Bachelet à presidência do Chile é um fato muito auspicioso para a América do Sul e toda a América Latina. As notáveis qualidades humanas e políticas que ela demonstrou em seu primeiro governo e, posteriormente, no comando da ONU Mulheres, a entidade das Nações Unidas para igualdade de gênero, conferiram-lhe um merecido prestígio nacional e internacional. Sua liderança – ao mesmo tempo firme e agregadora – e o seu compromisso de vida com a liberdade e a justiça social, fazem de Bachelet uma referência importante em nosso continente.

A consagradora vitória que acaba de obter revela também que o povo chileno, tal como os outros povos da região, anseia por um verdadeiro desenvolvimento, capaz de combinar o econômico e o social, a expansão das riquezas com a sua equitativa distribuição, a modernização tecnológica com a redução das desigualdades e a universalização de direitos. E reivindica, além disso, uma democracia cada vez mais participativa.

Por outro lado, a eleição de Bachelet inegavelmente reforça o processo de integração sul-americana e latino-americana, na medida em que sempre apoiou com entusiasmo as iniciativas voltadas para o desenvolvimento compartilhado e a unidade política da região. Basta lembrar a sua contribuição decisiva para a criação e consolidação da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL), da qual foi a primeira presidente, e para a constituição da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC). Aliás, nunca houve na América Latina tantos governantes comprometidos com esse processo.

Estive no Chile durante o segundo turno das eleições justamente para debater as perspectivas da integração, participando de um seminário internacional promovido pela Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e o Instituto Lula.

Durante dois dias, 120 lideranças politicas, sociais e intelectuais dos nossos países fizeram um diagnóstico atualizado e debateram uma agenda concreta para o desenvolvimento e a integração regional.

Discutiu-se francamente a inserção da América Latina na economia mundial; a arquitetura político-institucional da integração; o papel das políticas sociais, especialmente no combate à pobreza; as cadeias produtivas supra-nacionais; as empresas translatinas; as conexões físicas e energéticas; a cooperação financeira e os mecanismos de investimento; os direitos humanos e laborais; a defesa do patrimônio ambiental e da diversidade cultural.

Há um grande consenso sobre a necessidade da integração, que interessa na prática a todos os nossos povos e países, independentemente da coloração ideológica dos respectivos governos. As diversas regiões do mundo estão se integrando e constituindo blocos econômicos e políticos, e não faria sentido que apenas a América Latina e o Caribe deixassem de unir-se. Nossos países viveram secularmente de costas uns para os outros e todos sabemos o quanto isso foi nefasto em termos de fragilidade geopolítica e de atraso socioeconômico. Não se trata de um movimento contra os países desenvolvidos, com os quais queremos incrementar nosso intercâmbio em todos os níveis, mas de legítima afirmação da nossa própria região. O aprofundamento da integração latino-americana – política, cultural, social, de infraestrutura, de mercados – é um caminho natural e lógico, destinado a aproveitar a nossa proximidade territorial e cultural e as nossas vantagens comparativas. Sem falar que, juntos, seguramente teremos mais força para garantir nossos direitos no âmbito global.

É opinião geral que, na última década, tivemos conquistas extraordinárias em matéria de parcerias e cooperação. Aumentou a confiança e o diálogo substantivo entre os nossos países, sem o que não se conseguiria criar a UNASUL e a CELAC. Mas as relações econômicas também se expandiram consideravelmente. O comércio, por exemplo, cresceu de modo impressionante. Em 2002, segundo a CEPAL, o fluxo total do comércio intra-regional na América do Sul era de U$33 bilhões; em 2011, já havia atingido os U$ 135 bilhões. No mesmo período, o fluxo no conjunto da América Latina passou de U$ 49 bilhões para U$ 189 bilhões. E o seu horizonte de crescimento é enorme, pois somos um mercado de 400 milhões de pessoas e até agora só exploramos uma pequena parte do nosso potencial de trocas.

O mesmo acontece com os investimentos produtivos. As empresas da região estão se internacionalizando e investindo nos países vizinhos. No caso brasileiro, tínhamos poucos investimentos industriais na América Latina. Hoje, são centenas de plantas, em mais de 20 países. E a recíproca, felizmente, é verdadeira: existe um número crescente de empresas argentinas, mexicanas, chilenas, colombianas e peruanas, entre outras, produzindo no Brasil para o mercado brasileiro.

É evidente, no entanto, que precisamos avançar muito mais. Devemos acelerar a integração, que pode ser mais profunda e abrangente. Para isso, com certeza, não bastam as visões de curto prazo. Tenho dito que necessitamos de um pensamento realmente estratégico, capaz de encarar os desafios da integração na perspectiva do futuro, dando-lhes respostas corajosas e inovadoras. Temos que ir, igualmente, além dos governos, por fundamentais que eles sejam. A integração é uma bela empreitada histórica que só se concretizará plenamente se lograrmos comprometer toda a sociedade civil dos nossos países, os sindicatos, os empresários, as universidades, as igrejas, a juventude.

É imprescindível construir uma vontade popular de integração. O principal é que todos compreendam o quanto podemos ganhar coletivamente na economia, na soberania política, na igualdade social, no desenvolvimento cultural e científico com a associação dos nossos destinos.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

O que fazes aí rapaz? procuro; BH, 02601202013; Publicado: BH, 02701202013.

O que fazes aí rapaz? procuro
A estrela que caiu do céu o
Exoplaneta no qual nasci o
Que fazes aí, rapaz? fisgo
Quasares com meu anzol
Amarrado na ponta da linha
Do horizonte como bom
Pescador quero fisgar um
Bem maior do que o sol
Que fazes aí rapaz? não sou
Mais rapaz rapaz fui quando me
Chamaste na outra eternidade
Nesta geração estou a um passo da
Posteridade mas não envelheceste
Estás aí há tanto tempo que me
Pareceu que foi ontem que nasceste
Espírito não envelhece estou sempre
Em espírito em entidade em ente
Em fantasma nunca em carne osso
De gente nunca em osso carne animal
Nunca em sangue oxigênio nunca
Suor a soar do jeito que estás
Aí nessa mesma posição nada
Dói em ti? as dores que sinto são
As dores que minto o choro que finjo
Consigo enganar muito bem
Quem pensa que só sabe chorar
Continuarei a chamar-te rapaz
Batizar-te-ei assim sem nome
Em latim sem nome grego ou outro
Ruim do que me chamares atenderei
Todos os meus nomes dos universos
São todos os meus nomes dos universos
Terás o infinito inteiro para
Decorá-los com os quais me decoro
Não perguntarei mais o que fazes
Aí se já percebi que és feito de todos
Os feitos de todos os olhos precisarei
Para enxergar todos os teus feitos

Quando chove em Minas Gerais; BH, 02601202013; Publicado: BH, 02701202013.

Quando chove em Minas Gerais
É uma tragédia só ou uma tragédia
Atrás doutra geralmente a nossa
Azia o Antônio Anastazia está fora
Do estado ou do país o vice que
Ninguém sabe quem é para que
Serve se enfiou mais ainda na sua
Insignificância o prefeito Márcio
Lacerda esconde-se nalgum lugar
Ignorado os bem pagos inúteis
Vereadores deputados estaduais
Nem Deus sabe aonde andam
Sobra mesmo ao povo só a solidariedade
Do povo o reconhecível prestativo
Heroico trabalho dos Bombeiros no
Resto Minas Gerais fica debaixo d'água
Grande parte da população de áreas
De risco debaixo de terra de lama
De barro dos dois fantoches
Pseudo-senadores Aético Neves
Muito bem situado no Rio de Janeiro
Zezé Perrela à população sofrida do
Estado cabe apenas se envergonhar
É uma pena estado que já teve tantas
Figuras históricas na política nacional
Hoje ser representado por inexpressivos
Seres sem estaturas de estadistas
Que o estado de Minas Gerais merece
A esperança é resgatar a parte mineira
Da Presidenta Dilma Vana Rousseff
Muito bem escondida pela mídia
Mantida com verbas do estado

Percebo que a Presidenta Dilma Vana Rousseff; BH, 02601202013; Publicado: BH, 02701202013.

Percebo que a Presidenta Dilma Vana Rousseff
O Ministro da Saúde Alexandre Padilha
Não têm conhecimentos do que seja o
Atendimento pelo SUS aqui em Minas
Gerais pedido de exame de vista só sai
Depois de meio ano ou mais pedido de
Raios X que foi feito dia 4/7 só foi
Efetuado no dia 26/12 isso parece
Ser algo normal corriqueiro por
Incrível que pareça na fila dos elevadores
Do PAM Carijós BH/MG os funcionários
Se pensam mais privilegiados do que o
Povo paciente simplesmente chegam
Entram na frente de todo mundo que
Está na fila a esperar o elevador com a
Maior falta de respeito educação já
Sabemos que por aqui prefeito é fantasia
Fantasma vereadores exercem
Algumas funções são em causas próprias
Governador é assombração que os
Mineiros já até esqueceram o nome os
Deputados da ALMG recebem seus
Vultosos salários compõem o grupo
De ausentes de imprestáveis políticos da
Atual safra do estado sei que o sonho do
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Era um SUS do primeiro mundo da
Presidenta Dilma Rousseff é um SUS do
Primeiro mundo mas a concepção
Precisa chegar ao seio do SUS fazer
Funcionários conscientes que não joguem
Por terra o projeto duma política de
Alto nível sem prefeito sem governador
Sem vereadores deputados atuantes que
Conjuguem o mesmo verbo do Governo Federal
Será impossível o SUS melhorar por aqui

Engraçado que o que me entristece; BH, 02601202013; Publicado: BH, 02701202013.

Engraçado que o que me entristece
É que nas horas das tragédias das
Enchentes ambientais dos desastres
Climáticos o único que é chamado
Para ser solidário é o povo o único
A ser chamado para colaborar com
Doações é o povo é o único que é
Lembrado não há ninguém na
Mídia para cobrar ou pedir ajuda
A um senador ou a um deputado
Federal ou estadual ao governador
Ao prefeito aos vereadores a mídia
Poderia cobrar de cada um um mês
De salário para os flagelados já não
Fazem nada pelo povo mesmo
Recebem altos salário muito além
Do que produzem doem um mês da
Salário essa cobrança seria uma
Maneira desses políticos trazerem de
Volta donde levam tanto por nada
Mas não o cobrado é sempre o povo
O que tem que comparecer é o povo
Não se ver um político desses apaniguados
Abençoados por Deus com o pé no
Barro donde foi formado é uma
Raça que não presta nem na hora duma
Solidariedade nem por demagogia por
Apologia ao fútil de aparecer bem na
Mídia essa raça serve para ser útil
Viram toupeiras tatus desaparecem
Escafedem-se dentro dos seus buracos
Cheirosos o povo atolado na lama é
Uma raça que não tem remorso não
Conhece arrependimento deitam a cabeça
No travesseiro sem a alma crescer um milímetro

Nos tempos do Francisco Buarque de Holanda; BH, 02601202013; Publicado: BH, 02701202013.

Nos tempos do Francisco Buarque de Holanda
Nosso verdadeiro Papa argentinos têm o deles
Também temos o nosso mas nos tempos do
Francisco Buarque de Holanda vivíamos
Numa ditadura sanguinária assassina
Cruel tínhamos que ter muita sutileza
Qualquer coisinha era sequestro tortura
Pau de arara choque elétrico afogamento
Hoje bem ou mal vivemos numa democracia
Com todos os seus defeitos ainda é
Referência aos olhos do mundo com
Péssimos políticos no legislativo
Muitos ainda resquícios da ditadura
Vestígios de militares linha dura nas
Instituições como ministros juízes de
Tribunais superiores simpatizantes de
Antigos torturadores que para os quais
A ditadura foi um mal necessário nossa
Democracia segue baqueada mas é a
Nossa democracia da ditadura não
Punimos não prendemos ninguém
Anistiamos torturadores sequestradores
Assassinos de revolucionários rebeldes
Fizemos com que antigos combatentes do
Regime militar num golpe jurídico midiático
Fossem condenados presos como bandidos
Com uma mídia conivente bajuladora
Conservadora tradicional ainda demorará para
Desfrutarmos duma democracia ampla geral
Total irrestrita o bom é que não precisamos
Mais de cautela não precisamos mais
De sutileza subterfúgios metáforas
Atalhos podemos abrir o verbo doa a
Quem doer pelo menos a liberdade
De expressão está garantida a nossa
Própria Presidenta Dilma Vana Rousseff
Prefere o barulho da imprensa do que
O silêncio dos anos de chumbo nos
Quais nosso Francisco Buarque de
Holanda na surdina fez muito barulho

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Não ainda não estou livre não; BH, 02501202013; Publicado: BH, 02601202013.

Não ainda não estou livre não
Bebi o vinho da liberdade não
Embriaguei-me com o néctar do
Livre não ainda não sou liberto
Ainda sou escravo cativo preso
Às mídias preso aos podres poderes
As asas da liberdade não se abriram
Sobre mim continuo condenado
Penitenciário presidiário interno
Não saí do casulo não saí do útero
A placenta não se arrebentou
O cordão umbilical algemou-me
Não inda não sinto-me em liberdade
Quero a liberdade a liberdade
Foge de mim a liberdade caiu
Nos braços da elite a liberdade
Abraçou a burguesia sou renegado
Só números sou só algarismos
Senhas simulacros sou bastardo só
Cartões cédulas notas notificações
Estou acorrentado aos padrões aos
Tabus aos dogmas às tradições
Continuo confinado na senzala
A comer sobras a comer restos da
Casa grande continuo atado ao
Pelourinho a ser açoitado a ser
Relhado pelo feitor a ser caçado
Pelo capitão-do-mato como a um
Bandido com o conservadorismo
Aquela democracia sonhada virou
Utopia ou só a possuem a aristocracia
Ou a plutocracia que bancam a
Segurança a garantia a confiança
Duma liberdade feita sob medida onde
Não me cabe me exclui de todo jeito

sábado, 21 de dezembro de 2013

Não acredito nem quero acreditar; BH, 01701202013; Publicado: BH, 02101202013.

Não acredito nem quero acreditar
Que não acontecerá nada com o
Joaquim Barbosa não é nada de
Morte ou de doença é acontecer
Algo que o leve de volta ao limbo
Donde veio algo precisa legá-lo
Ao ostracismo donde foi tirado um
Fato um boato um fado um fardo
Resgataram esse fantasma colocaram
Essa assombração ingrata no STF
Supremo Tribunal Federal
Agora julga de acordo com o que
Deseja o PIG o Partido da Imprensa
Golpista se o que dá mais ibope
Visibilidade são prisões de
Petistas prendam-se os petistas
Outros não são matérias no
Horário nobre do JN do Jornal
Nacional não incomodemos
Os outros se foi o Luiz Inácio
Lula da Silva que nomeou o
Joaquim Silvério Barbosa será a
Única herança maldita de Lula
Para o Brasil se um fator não
Jogar de novo no esquecimento
Teremos que suportar aquela
Cara irada só não é mais nojenta
Do que a cara do Gilmar Mendes
Mas também enche qualquer um
De asco não é possível que terei
Que me conformar terei que
Aceitar esse déspota a usar todo
O poder para se vingar do povo
Trabalhador brasileiro povo este
Que paga com muito suor os
Altos salários as mordomias
Que Joaquim Barbosa desfruta

Endoidou a velha mídia endoidou; BH, 02001202013; Publicado: BH, 02101202013.

Endoidou a velha mídia endoidou 
É inimiga do povo trabalhador brasileiro
Quer destruir os ganhos trabalhistas
Aproveita de pelegos de capachos da
Burguesia cães da elite para ir de
Contra qualquer vitória do trabalhismo
Endoidou quem governa agora é o
Judiciário atropelou a Democracia
Condenou réus inocentes sem provas
Prendeu em regime fechado quem
Estava em semiaberto demonstrou
Tanta pressa em condenar prender
Com uns com outros agora demonstra
Falta de tempo endoidou helicóptero
Carregado de cocaína causa menos
Indignação um preso político em
Procurar trabalho causa mais indignação
Só sei gritar endoidou ter a esperança
De que no ano que vem reelegerei à
Presidência da República a Presidenta
Dilma Vana Rousseff juntos derrotaremos
As forças malignas que só querem o mal do
Brasil vão fazer de tudo para impedir a
Nossa vitória mas temos um trunfo temos
Um respaldo o alicerce da nação do 
Povo trabalhador brasileiro isto golpistas
Não têm é o que nos dá a garantia
A certeza da vitória mais uma vez

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

O Brasil é um BMW.

Nova fábrica BMW em Araquari, SC.
Nasce hoje, para um Brasil maior amanhã.
Ultimamente, parece que está na moda questionar a capacidade do Brasil.
A capacidade do País de realizar, de crescer, de ser grande, de ser o país que todo mundo espera e precisa.
Permitam-nos discordar inteiramente dessa percepção. Para nós, o Brasil é um BMW.
Poucos países no mundo cresceram como este.
Cresceram em riqueza, cresceram em possibilidades, em autoafirmação e em plena liberdade.
O Brasil passou de mero espectador a vibrante realizador. Deixou de ser aquele sujeito que ficava à beira da estrada, só assistindo aos carros passarem, para virar motor do seu próprio destino.
Este país é único. Pensa novo. É original de fábrica na sua natureza, na sua língua, no seu povo.
Nenhum país hoje no mundo pode escolher um caminho que não passe pelo Brasil. Nada mais natural do que a BMW estar aqui.
Se alguns duvidam do Brasil, nós investimos 200 milhões de euros.
Se ficam com o pé atrás, nós pisamos no acelerador: vamos gerar mais de 3.500 empregos diretos e indiretos, numa fábrica com capacidade para produzir 32 mil carros por ano: BMW Série 1, Série 3, BMW X1, X3 e MINI Countryman.
Esta fábrica que hoje nasce em Araquari. Que vai incorporar o mesmo modelo de produção, excelência e controle de qualidade com que a BMW produz na Alemanha, trazendo mais know-how e tecnologia a este grande país.
A BMW acredita tanto no Brasil que este será um dos poucos países do mundo a poder fabricar os carros da marca. Um privilégio de pouquíssimos. Aliás, permitam-nos hoje também o privilégio de nos sentir um pouco brasileiros.
O Brasil não se compara a nenhum outro.
Seu estilo não tem igual no mundo. E breve, muito breve, ele vai estar ultrapassando, deixando para trás, falando sozinhos os que há pouco duvidavam da sua capacidade.
O Brasil é um BMW.
Por isso a gente já está se sentindo em casa.

Mário Quintana, Baú de espantos, Uma Historinha Mágica.



                                                                                                                                        Para Lili

Era um burrinho azul, vindo do céu.
Via-o de madrugada no meu sonho...
E eu sempre lhe servia em meu chapéu,
Bolas-de-inhaque feitas de arco-íris!

Nunca as achei por isso nos bazares
Quando a cidade desertava, exata,
E o sol restava da Cidade Oculta
Um passo leve de menina-flor...

E era um menino preguiçoso e triste
E quando ele sorria por acaso
Ninguém lhe fosse perguntar por quê!

Ele sabia histórias sem enredo,
Pois não queria que acabassem nunca:
 - Era um burrinho... uma menina... e...

Álvaro de Campos/Fernando Pessoa, Não: devagar.

Não: devagar.
Devagar, porque não sei onde quero ir.
Há entre mim e os meus passos
Uma divergência instintiva.
Há entre quem sou e estou
Uma diferença de verbo
Que corresponde à realidade.
Devagar...
Sim, devagar...
Quero pensar no que quer dizer
Este devagar...
Talvez o mundo exterior tenha pressa demais.
Talvez a alma vulgar queira chegar mais cedo.
Talvez a impressão dos momentos seja muito próxima...
Talvez isso tudo...
Mas o que me preocupa é esta palavra: devagar...
O que é que tem que ser devagar?
Se calhar é o universo...
A verdade manda /deus que se diga.
Mas ouviu alguém isso a Deus?

Mário Quintana, Antologia Poética, Silêncios.

Há um silêncio de antes de abrir um telegrama urgente
Há um silêncio de um primeiro olhar de desejo
Há um silêncio trêmulo de teias de apanhar uma mosca
E o silêncio de uma lápide que ninguém lê.

Casimiro de Abreu, Brasilianas Cânticos, Na Rede.

Nas horas ardentes do pino do dia
Aos bosques corri;
E qual linda imagem de castos amores,
Dormindo e sonhando cercada de flores
Nos bosques a vi!

Dormia deitada na rede de penas
 - O céu por dossel,
De leve embalada no quieto balanço
Qual nauta cismando num lago bem manso
Num leve batel!!

Dormia e sonhava - no serena
Qual um serafim;
Os cílios pendidos nos olhos tão belos,
E a brisa brincando nos soltos cabelos
De fino cetim!

Dormia e sonhava - formosa embebida
No doce sonhar,
E doce e sereno num mágico anseio
Debaixo das roupas batia-lhe o seio
No seu palpitar!

Dormia e sonhava - a boca entreaberta,
O lábio a sorrir;
No peito cruzados os braços dormentes,
Compridos e lisos quais brancas serpentes
No colo a dormir!

Dormia e sonhava - no sonho de amores
Chamava por mim,
E a voz suspirosa nos lábios morria
Tão terna e tão meiga qual vaga harmonia
De algum bandolim!

Dormia e sonhava - de manso cheguei-me
Sem leva rumor;
Prendi-me tremendo e qual fraco vagido,
Qual sopro da brisa, baixinho ao ouvido
Falei-lhe de amor!

Ao hálito ardente o peito palpita...
Mas sem despertar;
E como nas ânsias dum sonho que é lindo,
A virgem na rede corando e sorrindo...
Beijou-me - a sonhar!

domingo, 15 de dezembro de 2013

Nietzsche, Aurora, 512, Corajoso diante das coisas.

Aquele que, de acordo com sua natureza, é cheio
De atenções e de temor diante das pessoas,
Mas que possui imensa coragem diante
Das coisas, receia as relações novas e as novas
Intimidades e restringe as antigas, para que seu
Incógnito e seu radicalismo na verdade se confundam.

Tito Júlio Fedro, Fábulas, XXVII, O Cão, o Tesouro, e o Abutre.

A presente narrativa se aplica tanto ao avarento quanto a
Quem de origem humilde procura ser chamado de rico;
Um cão ao desenterrar uma ossada humana, encontrou um tesouro;
Por ter desrespeitado os deuses Manes (isto é, os despojos do defunto),
Foi-lhe inspirada a cobiça das riquezas a fim de
Expiar a penalidade à santa religião;
Enquanto monta guarda junto ao ouro,
Esquece-se do alimento e por isso pereceu de fome;
Um abutre sobrevoando a este disse:
"Ó cão, merecidamente estás prostrado;
Cobiçaste, de repente, riquezas régias, (bem tu)
Que nasceste numa encruzilhada e (foste) educado no esterco."

Tomás Antônio Gonzaga, Marília de Dirceu, LIRA XXXVII.

Convidou-me a ver seu Templo
O cego Cupido um dia;
Encheu-se de gosto o peito,
Fiz deste Deus um conceito,
Como dele não fazia.

Aqui vejo descorados
Os terníssimos amantes,
Entre as cadeias gemerem: 
Vejo nas piras arderem
As entranhas palpitantes.

A quem amas, enquanto avistas
(Diz Cupido) não aterra;
Quem quer cingir o loureiro
Também vai sofrer primeiro
Todo o trabalho da guerra.

Contudo, que te dilates
Neste sítio não convenho;
Deixa a estância lastimosa,
Vem ver a sala formosa
Aonde o meu sólio tenho.

Entrei noutro grande Templo;
Que perspectiva tão grata!
Tudo quanto nele vejo
Passa além do meu desejo,
E o discurso me arrebata.

É de mármore, e de jaspe
O soberbo frontispício;
É todo por dentro de ouro;
E a um tão rico tesouro
Inda excede o artifício.

As janelas não se adornam
De sedas de finas cores;
Em lugar dos cortinados,
Estão presos, e enlaçados
Festões de mimosas flores.

Em torno da sala augusta
Ardem dourados braseiros,
Queimam resinas que estalam,
E posta em fumo exalam
Da Panchaia os gratos cheiros.

Ao pé do trono os seus Gênios
Alegres hinos entoam;
Dançam as Graças formosas,
E aqui as horas gostosas
Em vez de correrem voam.

Estão sobre o pavimento
Igualmente reclinados,
Nos colos dos seus amores,
Os grande Reis, e os Pastores,
Das frescas rosas coroadas.

Mal o acordo restauro,
Me diz o moço risonho,
Como ainda não reparas
Em tantas coisas tão raras,
De que este Templo componho?

Sabes a história de Jove?
Aqui tens o manso Touro,
Tens o Cisne decantado,
A Velha em que foi mudado,
Com a grossa chuva de ouro.

Aplica, Dirceu, agora
Os olhos para esta parte,
Aqui tens a Lira d'ouro
Que inda estima o pastor louro;
E a rede que enlaça a Marte.

Vês este arco destramente
De branco marfim ornado?
À casta Deusa servia,
E o perdeu quando dormia
Do gentil Pastor ao lado.

Vês esta lira? com ela
Tira Orfeu ao bem querido
Dos Infernos onde estava:
Vês este farol? guiava
Ao meu nadador de Abido.

Vês estas duas espadas
Ainda de sangue cheias?
A Tisbe, e a Dido mataram;
E os fortes pulsos ornaram
De Píramo, e mais de Enéias.

Sabes quem vai no navio,
Que neste mar se levanta?
É Teseu. Vês esse ponto?
É de Cídipe, assim como
São aqueles de Atalana.

Vês agora estes retratos,
Que destros pincéis fizeram,
Ah! que pinturas divinas!
Todas são das heroínas,
Que mais vitórias me deram.

Repara nesse semblante,
É o semblante de Helena;
Lá se avisa a Grega armada,
E aqui de Tróia abrasada
Se mostra a funesta cena.

Vês est'outra formosura?
É a bela Deidamia;
Lá tens Aquiles ao lado,
De uma saia disfarçado,
Como com ela vivia.

Cleópatra é quem se segue:
Ali tens lançando a linha 
Marco Antônio sossegado,
Ao tempo em que Augusto irado
Com armada nau caminha.

Aqui Helena se figura;
Vê um sábio dos maiores,
Qual infame delinquente,
Ir desterrado, somente
Por causa dos seus amores.

Este é o de Ônfale o retrato;
Aqui tens (quem o diria!)
Ao grande Hércules sentado
Com as mais damas no estrado,
Onde em seu obséquio fia.

Anda agora a est'outra parte,
Conheces, Dirceu, aquela?
Onde vais, lhe digo, explica,
Que beleza aqui nos fica,
Sem fazeres caso dela?

Ergo o rosto, ponho a vista
Na imagem não explicada,
Oh, quanto é digna de apreço!
Mal exclamo assim, conheço
Ser a minha doce amada.

O coração pelos olhos
Em terno pranto saia,
E no meu peito saltava;
Disfarçando amor, olhava 
Para mim a furto, e ria.

Depois de passado tempo,
A mim se chega, e me abala; 
Desperto de tanto assombro;
Ele bate no meu ombro,
E assim afável me fala: 

Sim, caro Dirceu, é esta
A divina formosura,
Que se destina Cupido;
Aqui tens o laço urdido
Da tua imortal ventura.

Um Nume, Dirceu, um Nume,
Que os trabalhos de um humano
Desta sorte felicita,
Não é como se acredita,
Não é um Nume tirano.

Olha se cega Fortuna,
De tudo quanto se cria,
Ou nos mares, ou na terra,
Em seus tesouros encerra
Outro bem de mais valia?

Lisas faces cor-de-rosa,
Brancos dentes, olhos belos,
Lindos beiços encarnados,
Pescoço, e peitos nevados,
Negros, e finos cabelos,

Não valem mais que cingires,
Com braço de sangue imundo,
Na cabeça o verde louro?
Do que teres montes de ouro?
Do que dares leis ao mundo?

Ah! ensina, sim, ensina
Ao vil mortal atrevido,
E ao peito que adora terno,
Que tem, para um o Inferno,
Para outro um Céu, Cupido.

Aos resto Amor me convida,
Eu chorando a mão lhe beijo,
E lhe digo: Amor, perdoa
Não seguir-te: pois não voa
A ver mais o meu desejo.

Fim da primeira Parte de
Marília de Dirceu de
Tomás Antônio Gonzaga.

Babilak Bah, VOOMIRAGEM, Em meio a entulhos.

Em meio a entulhos, sentimentos confusos e sangue seco
Um vento leve esmurra a pele com suavidade
O tempo desnudo de dores, são 40 graus de febre na babilônia
O parto das horas a larga a percepção do pequeno fariseu, herdeiro da última utopia
Compreende a infância adulta do faraó em sua agonia na cidade de Deus
Perde-se em falas, erra acertando o olhar no alvo, mira Manaíra e Prometeu
Nega-se enxugar com profundidade em terceira dimensão
Atropela o óbvio, esbarra em sensações no meio do tudo, aproximando-se como se
Fosse primavera no meio do lixo, brota as profecias de Zebebeu
Nasce a joia mais rara, no meio do meio, despenca um edifício
Martelada poda pensamentos, olhar semiacordado acorda tormentos do eu
Tanto olho finge ver o que os olhos gritam
Dormem verdadeiras mentiras na pseudoconsciência dos eus
Nutre-se da fala da árvore do conhecimento com paixões errôneas e irreais
Devido a ignorância dos meios...

Babilak Bah,
VOOMIRAGEM,
Esfinge.

Onde habita
Nesta igreja
Escura
As pétalas do sol
De portas e janelas abertas
Para os olhos do mundo?


Manuel Bandeira, Estrela da Vida Inteira, Desesperança.

Esta manhã tem a tristeza de um crepúsculo.
Como dói um pesar em cada pensamento!
Ah, que penosa lassidão em cada músculo...

O silêncio é tão largo, é tão longo, é tão lento
Que dá medo... O ar, parado, incomoda, angustia...
Dir-se-ia que anda no ar um mau pressentimento.

Assim deverá ser a natureza um dia,
Quando a vida acabar e, astro apagado, a Terra
Rodar sobre si mesma estéril e vazia.

O demônio sutil das nevroses enterra
A sua agulha de aço em meu crânio doído.
Ouço a morte chamar-me e este apelo me enterra...

Minha respiração se faz como um gemido.
Já não entendo a vida, e se mais a aprofundo,
Mais a descompreendo e não lhe acho sentido.

Por onde alongue o meu olhar de moribundo,
Tudo a meus olhos toma um doloroso aspecto:
E erro assim repelido e estrangeiro no mundo.

Vejo nele a feição fria de um desafeto,
Temo a monotonia e apreendo a mudança.
Sinto que a minha vida é sem fim, sem objeto...

 - Ah, como dói viver quando falta a esperança!

                                            Teresópolis, 1912

Llewellyn Medina, Inventário, Estes versos desencontrados.

Estes versos desencontrados
Que sangrando lanço no papel
Traduzem sentimentos caros e reservados.

São mais do que uma necessidade
Estes versos...
São o registro de um tempo
Que anseia pela eternidade.

São à imagem da razão
Estes versos que agora externo
São o registro de sentimentos
Uma necessidade do coração.

Estes versos
São como duendes que dançam
Na imaginação estéril
Como algo descartável e inútil.
Quem quer saber destes versos?

Não importa
Estes versos que escrevo em contrição.
Escrever versos é um ofício tão fútil...
Somente os poetas dele se ocupam.
Mas às vezes são como uma biografia
Uma mágica
Uma revelação.

Quem vai ler estes versos desencontrados
Que tão sofridamente lanço no papel?

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Oh Drummond recita para mim aí; BH, 01201202013; Publicado: BH, 01201202013.

Oh Drummond recita para mim aí
"E agora José?" sussurra aqui ao
Meu ouvido baixinho do jeito que
Gostas de falar ou se preferires
Cicias ao cantar como fez o cantor
Paulo Diniz é que estou a sentir-me
Um José o chão saiu de debaixo
Dos meus pés o ar fugiu dos meus
Pulmões não ouço mais o som do
Bater das ondas do mar nos meus
Tímpanos Minas Drummond
Minas acabou-se literalmente não
Há mais políticos lembras da
Educação de antigamente do teu
Tempo do meu virou pó lembras
Da cultura dos poetas dos escritores
Todos fugiram para o Rio de Janeiro
Não houve jeito, Drummond "tem
Uma pedra no meio do caminho" tem
Um elefante branco que o povo
Carrega nas costas não consegue
Pagar as mineradoras acabam com
As nossas águas destroem nossas
Serras ferem nossas montanhas
Põem fogo no que resta da nossa
Natureza para acabar de devastar
Atrás do minério o mineiro mudou
Não é mais político não cobra mais
Nada dos falsos políticos os jornais
Mineiros são todos custeados pelo
Governo do estado pela verba
Desviada da educação agora
Drummond? agora José? agora
Minas Gerais?

Jurista prega que Barbosa reembolse gastos com prisão de réus do mensalão


Na última segunda-feira foi ao ar a edição de dezembro do programa Contraponto, que, desta feita, entrevistou o jurista Dalmo de Abreu Dallari e o jornalista Paulo Moreira Leite, editor de Brasília da revista IstoÉ e autor do livro “A Outra História do Mensalão”.
O programa repercutiu sobretudo no You Tube, onde já alcança 4 mil visualizações – o que, para um programa sobre política com uma hora e meia de duração, é bastante. Porém, a entrevista de Dallari foi editada para caber dentro dos quatro blocos de 15 minutos do programa.
Conforme prometido por este Blog, aqui está sendo disponibilizada, logo abaixo, a íntegra da entrevista desse importante jurista – que, vale repetir, por sua clareza e lucidez faz pensar que a vida começa aos 80 anos, a faixa de idade dele.
Entre outros pontos da entrevista de Dallari que não foram ao ar está sua afirmação de que os gastos ordenados pelo ministro Joaquim Barbosa para levar a cabo a prisão dos condenados do mensalão deveriam ser cobrados de quem os ordenou, por terem sido “desnecessários”.
Assista, abaixo, à íntegra da entrevista que esse jurista tão importante concedeu a este blogueiro. Para quem é da área do Direito, as opiniões de Dallari não deixam dúvida de que, no mínimo, há algo de muito errado com o julgamento do mensalão.  


Minas Gerais demotucana é outro mundo; BH, 01201202013; Publicado: BH, 01201202013.

Minas Gerais demotucana é outro mundo
Temos um governador com o bizarro nome
De Antônio Augusto Anastazia um vice
Bisonho chamado de Alberto Pinto Coelho
Ambos párias parasitas dos cofres públicos
Mineiros nunca fizeram nada por merecer
A grana que mamam das verbas do estado
Minas Gerais demotucana nada acontece
Lobby das famílias dos ônibus não deixa
Sair o metrô o governador é inimigo
Declarado da educação dos professores
Dos senadores do estado um foi eleito
Aqui leva vida nababesca no Rio de
Janeiro o outro cujo filho é deputado
Estadual, tiveram um helicóptero apreendido
Com carga de cocaína pura a valorosa
Imprensa muito bem servida com o
Dinheiro das propagandas ignorou
Solenemente o caso cultura saúde são
Palavras proibidas nas conversas segurança
É a da PMMG matadora de pobres
Pretos nos aglomerados na periferia da
PCMG que é praticamente ausente no
Estado a ALMG nem se fala nem sei
Para que serve qual a utilidade que
Benefício causa ao povo donde extrai
Tanto dinheiro para mantê-la Minas Gerais
Demotucana formou um povo apolítico
Analfabeto político omisso anestesiado pelo
Antônio Augusto Anastazia, um povo que
Não reclama participa de nada inda garante
Futuro promissor a esses políticos que
Pilham o estado demotucano de Minas Gerais
Em preterência do próprio futuro do povo 
Minas Gerais demotucana é outro mundo

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Há um cego aos berros à porta; BH, 01001202013; Publicado: BH, 01101202013.

Há um cego aos berros à porta
Que queres que faça cego
Inconveniente? que eu veja Senhor
Para que queres ver cego
Indiscreto? quero aprender a
Escrever a ler Senhor para
Que queres aprender a ler a
Escrever cego insolente? é que
Quero escrever poesias escrever
Poemas Senhor como queres
Escrever poemas escrever poesias
Se nunca enxergastes nada cego
Sem noção? é que tenho uma
Profunda vontade de ser poeta
Senhor faças-me rir poeta cego
Audacioso? faças-me chorar
Poeta cego ousado? nem
Com a minha fama de milagreiro
Chegarei a tanto Senhor
Enxergar podes fazer-me
Enxergar? bem isso aí modéstia
À parte tiro de letra assim que
A minha sombra encostar em ti
Passarás a enxergar agora te
Transformar em poeta não
Consigo de jeito nenhum ficarei
Feliz em ter a visão de volta
Senhor agradecerei deixarei ao
Destino se um dia merecer uma
Inspiração deixarei à minha sorte
Se um dia merecer a imaginação
Criatividade a primeira poesia
Que irei fazer na cidade será
Para expressar a minha gratidão
Esqueças cego falastrão

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Uma década vencendo a fome, por Luiz Inácio Lula da Silva.


O Brasil comemorou recentemente o 10 º aniversário do Bolsa Família, um modelo para muitos programas recentes de distribuição de renda ao redor do mundo.

Por meio do Bolsa Família, 14 milhões de famílias, ou 50 milhões de pessoas – um quarto da população do Brasil – recebem uma renda mensal desde que mantenham as crianças na escola e que dêem a elas assistência médica, incluindo todas as vacinações regulares. Mais de 90% dos pagamentos são feitos para as mães.

Nesses dez anos desde o início do programa, aproveitamento escolar das crianças melhorou, as taxas de mortalidade infantil caíram e 36 milhões de pessoas saíram da extrema pobreza.

Os números são eloquentes, mas não bastam para expressar a transformação na vida de cada um.

Não existe estatística para medir a dignidade – e é disso que se trata quando a mãe e o pai podem oferecer aos filhos três refeições por dia. Não há nos orçamentos uma rubrica chamada esperança – e é disso que se trata quando os pais veem as crianças frequentar a escola para ter um futuro melhor.

Por ter proporcionado essa mudança na vida das pessoas, o Bolsa Família está mudando o curso da História em meu país; as Nações Unidas o consideram o maior programa de distribuição de renda do mundo. Muitos governos têm adotado a transferência de renda no combate à fome. Por isso é importante compreender as razões do êxito do Brasil e os obstáculos que ele enfrentou para colocar o Bolsa Família em prática.

Como em tantos países da América Latina, da África e da Ásia, durante muito tempo o Brasil foi governado só para uma pequena minoria de seus habitantes, a elite. A maioria dos brasileiros era virtualmente invisível, vivendo em uma não-pátria, que desconhecia seus direitos e lhes negava oportunidades.

Nós começamos a mudar esta isso implementando um conjunto de políticas sociais combinado com a valorização do salário mínimo e a expansão ao crédito bancário. Isso dinamizou uma economia que criou 20 milhões de empregos formais nos últimos 10 anos, finalmente integrando a maioria da população ao processo econômico e social.

O Bolsa Família ajudou a provar que sim,  é possível acabar com a fome quando os governos têm vontade política para colocam os pobres no centro de suas ações. Muitos achavam utópico esse objetivo. Talvez não compreendessem que isso era absolutamente necessário para colocar o país na rota do desenvolvimento.

Alguns diziam, de boa fé, que para combater a fome o correto seria entregar alimentos às famílias, e não dinheiro. Mas não basta receber alimentos para matar a fome. É preciso ter a geladeira para conservá-los, o fogão e o gás para cozinhar. E as pessoas precisam se vestir, cuidar da higiene pessoal e da limpeza da casa. As famílias não precisam do governo para dizer a elas o que elas devem fazer com o dinheiro. Elas sabem quais são suas prioridades.

Ainda hoje, certas reações ao Bolsa Família mostram que é mais difícil vencer o preconceito do que a fome. A mais cruel dessas manifestações foi acusar o programa de estimular a preguiça. Isso significa dizer que a pessoa é pobre por indolência, e não porque nunca teve uma chance real. Significa transferir, para o pobre, a responsabilidade por um abismo social que só favorece os ricos.

Na verdade, mais de 70% dos adultos inscritos no Bolsa Família trabalham regularmente,  e complementam a renda com o dinheiro do programa. O Bolsa Família constitui o apoio indispensável para começar a romper o ciclo da pobreza de pai para filho.

Críticos comparavam a transferência de renda a uma simples esmola, nada além de caridade. Só quem nunca viu uma criança desnutrida, e a angústia da mãe diante do prato vazio, pode pensar dessa forma. Para a mãe que o recebe, o dinheiro que alimenta os filhos não é caridade: é um direito de cidadania, do qual ela não vai abrir mão.

Um efeito de longo prazo do Bolsa Família é que ele dá poder a quem é pobre:  eleitores que têm uma renda básica garantida não precisam mais pedir favores. Eles não precisam trocar seus votos por comida ou por um par de sapatos, como era comum nas regiões mais pobres do Brasil. Ele se torna mais livre, o que, para alguns, não é conveniente.

Há, por fim, os críticos que acusam o programa de elevar o gasto público. São os mesmos que dizem que cortar salários e destruir empregos é bom para a economia. Mas dinheiro público aplicado em gente, em saúde e educação não é gasto: é investimento. E o investimento no Bolsa Família está na raiz do crescimento do Brasil.

Cada 1 real – cerca de US$ 0,44 – investido no programa agrega 1,78 real ao PIB, de acordo estimativas do governo brasileiro. O Bolsa Família movimenta o comércio e a produção dos bens consumidos pelas famílias. Muito dinheiro, nas mãos de poucos, serve apenas para alimentar a especulação financeira e concentrar riqueza e renda. O Bolsa Família mostrou que um pouco de dinheiro, nas mãos de muitos, serve para alimentar pessoas, impulsionar o consumo e a produção, atrair investimentos e gerar empregos.

O orçamento do Bolsa Família para este ano é de 24 bilhões de reais, cerca de US$ 10 bilhões, o que é menos de 0,5% do PIB brasileiro. Desde 2008, Estados Unidos e União Europeia já gastaram US$ 10 trilhões para salvar bancos em crise. Apenas uma fração desse dinheiro investida em programas como Bolsa Família poderia acabar com a fome no mundo e lançar a economia global numa nova era de prosperidade.

Felizmente, cada vez mais países estão escolhendo o combate à pobreza como caminho para o desenvolvimento. Já é tempo de os organismos multilaterais estimularem isso promovendo a troca de conhecimento e o estudo das boas experiências de transferência de renda ao redor do mundo. Seria um grande impulso para a vencermos a fome em todo o mundo.

sábado, 7 de dezembro de 2013

As diversões os passatempos da elite; BH, 0701202013; Publicado: BH, 0701202013.

As diversões os passatempos da elite
Da burguesia da direita brasileiras
São o achincalhar o linchamento
Daqueles que lutaram contra a Ditadura
Nas vozes dos seus representantes no
PIG Partido da Imprensa Golpista
Caem de pau em Luiz Inácio Lula da
Silva Presidenta Dilma Vana Rousseff José
Genoíno Neto José Dirceu muitos
Outros que arriscaram a própria vida
Pela Democracia Liberdade brasileiras
O que são inegáveis segundo a História
Mas os reacionários não aceitam
Quando encontram comparsas como os
Aboletados no STF Supremo Tribunal
Federal reconhecida fortaleza de
Proteção a verdadeiros bandidos
Defensores da Ditadura esquecem a
Impessoalidade esquecem a imparcialidade
Partem famintos às vísceras das vítimas
A expor até às entranhas aos holofotes da
Mídia conivente, numa verdadeira caç
Política às claras demonstram toda
Aversão ao Partido dos Trabalhadores
Numa luta incessante a todo custo
Querem lançar o povo trabalhador
Brasileiro contra o Partido dos Trabalhadores
Numa universal incoerência já que o
Povo se identificou com o partido
Um é sangue oxigênio doutro
Engendrados ambos num único ideal
O engrandecimento do Brasil


                                                                            BH, 0701202013.

O PIG o Partido da Imprensa Golpista; BH, 0701202013; Publicado: BH, 0701202013.

O PIG o Partido da Imprensa Golpista
O STF o Supremo Tribunal Federal a
PGR a Procuradoria Geral da República
O MPF o Ministério Público Federal
O MPE o Ministério Público Estadual
O TCU o Tribunal da Contas da União
Protegem quem querem são corporativistas
Mantêm as suas mordomias benesses
Privilégios pelo que já provei comprovei
Qualquer denúncia que chega em qualquer
Órgão desses for contra o PT o Partido
Dos Trabalhadores vira logo escândalo
Manchetes para os jornais matérias
Para as televisões processos nos
Tribunais mas se é denúncia contra o
PSDB o Partido da Social Democracia
Brasileira aí a conversa é outra
Descaracterizam a denúncia
Desconhecem as provas cabais
Protegem-se num conluio de
Amantes em alcovas bordéis
Também pudera quem já desviou
Tantos bilhões com A Pivataria
Tucana juntou outros tantos com
O imortal FHC vulgo Fernando Henrique
Cardoso o Príncipe da Privataria tem
Muito bem como pagar a fome a
Sede de poder dos amigos que são
Protetores livram do mal amém é
Viver muito tempo sem trabalhar
Levar vida nababesca com a grana
Plantada nas hortas dos paraísos fiscais


                                                                    BH, 0701202013.

Rádio Farofa: negros como as noites que não têm luar:

Mesmo depois de 93 músicas, ainda ficou faltando todo mundo. É porque a música brasileira é negra, como as noites que não têm luar. E a coletânea black Brasil ganha um significado a mais com a despedida de Nelson Mandela.
1. Paulo Diniz, “Como?” (1972) – de Luis Vagner, para Paullo Diniz, a versão original.
2. Hyldon, “Estrada Errada” (1976) – Nas garras do desejo de levar uma vida livre por aí.
1971 Tony & Frankye3. Tony & Frankye, “Depois da Chuva no Posto 4″ (1971) – samba-rock psicodélico carioca por Luis Vagner Tom Gomes.
4. Alcione, “Nega Mina” (1982) – o Maranhão mestiço que canta, belo como ninguém mais.
1975 Galeria do Amor5. Agnaldo Timóteo, “Galeria do Amor” (1975) – negro, reacionário – e gay.
6. Candeia, “Dia de Graça” (1978) – hoje é manhã de carnaval, há esplendor. As escolas vão desfilar garbosamente. Aquela gente de cor, com a imponência de um rei, vai pisar na passarela.
7. Negritude Jr., “Cohab City/ Vem pra Cá” (1995) – a salsa de Netinho.
8. Tim Maia,  ”Jhony” (1979) – o pagode do Tião.
9. Martinho da Vila, “Salve a Mulatada Brasileira” (1975) – o axé do Martinho.
2003 Carlito Marrón10. Carlinhos Brown, “Carlito Marrón” (2003) – o baile-funk do Carlinhos.
11. Carlos Dafé, “Zi Cartola” (1983) – samba de raiz do Dafé.
1982 Sandra Sá12. Sandra de Sá, “Olhos Coloridos” (1982) – comovidíssimos, e vendo tudo colorido.
13. Z’África Brasil, “Z’Africanos” (2007) – poder da batucada, na tonalidade do atabaque africano.
14. Aparecida, “Todo Mundo é Preto” (1976) – todo mundo é preto, kalunga!
15. Clementina de Jesus, “Cangoma Me Chamou” (1970) – levanta, povo, cativeiro já acabou!
16. Chico César, “Respeitem Meus Cabelos, Brancos” (2002) – respeitem.
17. Alaíde Costa, “Pai Grande” (1976) – pai grande (de Milton Nascimento), mãe pequena, bossa negra.
1974 Elza Soares18. Elza Soares, “Deusa do Rio Niger” (1974) – deusa, deusas.
1969 Eva 200119. Evinha, “Samba Negro” (1969) – deusas, deusa.
20. Ellen Oléria, “Linhas de Nazca” (2012) – o nome delas (nosso) é encruzilhada.
21. KamauRincón Sapiência Thalma de Freitas, ”Tambor” (2008) – pra celebrar, se lembrar.
22. Luiz Melodia, “Ébano” (1975) – meu nome é Ébano, venho te felicitar tua atitude.
23. Cravo e Canela, “Lá Vem o Negão” (1994) – lá vem.
24. Alcione, “Meu Ébano” (2005) – cheio de paixão.
25. Luiz Wanderley, “Baiano Burro Nasce Morto” (1959) – baiano é “raça”?
1969 Eis o _Ôme_26. Noriel Vilela, “Saudosa Bahia” (1969) – no terreiro eu vi o candomblé, comi o acarajé, provei o munguzá.
1975 Carimbó e Sirimbó no Embalo do Pinduca Vol. 427. Pinduca, “Coco da Bahia” (1975) – coco da Bahia, em Belém do Pará?…
28. Luiz Wanderley, “Trabalha Paulista” (1961) – paulista é “raça”?
29. Luiz Gonzaga, “Paraíba” (1952) – Paraíba. Masculina. Mulher. Macho. Sim. Senhor.
30. Nilo Amaro e Seus Cantores de Ébano, “Uirapuru” (1962) – Música caipira, sertaneja, negra, brasileira.
31. Negra LiQuelynahLeilah Moreno Cindy, “Antônia” (2007) – Antônia sou eu, Antônia é você.
1970 Talento e Bossa de Jair Rodrigues32. Jair Rodrigues, “Irmãos Coragem” (1970) – irmãos, é preciso coragem.
1979 Fêmea Brasileira33. Lady Zu Totó, “Hora de União” (1979) – o samba é soul, e o soul é samba, ambos são negros e importantes como a noite.
34. Roberto Ribeiro, “Heróis da Liberdade” (1980) – Tiradentes é “raça”?
35. Milton Nascimento, “Cravo e Canela” (1972) – morena, quem temperou?
36. Ruy Maurity, “Nem Ouro, Nem Prata” (1976) – sou brasileira, faceira, mestiça, mulata.
37. Novos Baianos, “Preta Pretinha” (1972) – chegou a hora dessa gente bronzeada.
38. Os Originais do Samba, “Nego Veio Quando Morre” (1977) – defunto pobre de luxo não precisa?
2010 MP3 - Música Popular do 3º Mundo39. Rael, “Eles Não Tão Nem Aí” (201o) – estão?
40. O Rappa, “Ilê Aiyê” (1996) – é o mundo multicolorido.
41. Olodum, “Revolta Olodum” (1989) – retirante ruralista, lavrador, nordestino, Lampião – negro.
42. Banda Black Rio, “De Onde Vem” (1980) – de onde vem?, para onde vai?
43. Art Popular, “O Canto da Razão” (1993) – ouvindo o som dos tantãs, a tristeza vai embora.
1972 2 Índia44. Cascatinha & Inhana, “Índia” (1972) – índia negra como as noites que não têm luar – versão anos 1970 para o clássico caipira de 1952.
45. Thaíde & DJ Hum, “Sr. Tempo Bom” (1996) – que tempo bom, que volta sempre e sempre e sempre.
46. Hyldon, “Foi no Baile Black” (2013) – recém-saída do forno, por Hyldon, e Dexter, e Mano Brown.
47. Paulo Diniz, “Ponha um Arco-Íris na Sua Moringa” (1970) – porque, como diriam os poetas Gil & Jorge, negro é a soma de todas as cores.