sábado, 30 de abril de 2011

Tenho a língua solta; RJ, 080601981; Publicado: BH, 0300402011.

Tenho a língua solta
Sei que peixe morre
Pela boca mas não
Estou nem aí falo
Mesmo meto a
Língua meto o pau
Mato a cobra mostro
A cobra não tenho
Medo do que vai me
Acontecer não gosto
De covardia nem
De injustiça sou
Do povo pelo povo
Para o povo não paro
O povo nem deixo o
Povo alerto ao povo
Não iludo ao povo
Não minto nem
Engano não tenho
Freio na goela
Denuncio grito falei
Mato a cobra mostro
O pau sou contra a
Opressão a exploração
Sou a favor da emancipação
Total do proletariado
Do povo humilde fraco
Desamparado abandonado
Sem uma chance opinião
Nada sou livre falo o que
Penso não tenho cabresto
Nem freio na boca tenho
A garganta dilacerada nem
Mesmo a morte pode me calar

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