De que que vou morrer
Talvez até morra de câncer
Em algum lugar do corpo
Talvez nem morra
Sofra até o final
Aids mete-me medo
Lepra é possível
Tuberculose não sei
De que que vou morrer?
Assassinado não quero
Atropelado também não
Morro do coração
A melhor morte que existe
Já pensaste
Morrer matado
Pelo principal órgão do corpo
O centro da emoção
Da felicidade e da paixão
O órgão máximo da máquina
Para de funcionar
Vais para o beleléu
Graças a Deus
Graças ao Diabo
Quem habita o meu ser?
Não sei não posso saber
Nem sou o que habito
Meu próprio ser
Continuo a perguntar
De que devo morrer
Pois a coisa mais certa
Que sei
É que no segundo próximo
Devo morrer
Não sei de que
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