segunda-feira, 4 de maio de 2015

Patagônia, 1155, 7; BH, 01º0202012; Publicado: BH, 040502015.

Minhas palavras são cor de sangue minhas
Letras cor de pus o ocaso é o lusco-fusco
Do fogo-fátuo dos cadáveres insepultos
Sou o tempo cheguei aqui junto com os
Primeiros morros quando as cordilheiras
Inda eram átomos separados as moléculas
Não formavam a matéria não havia luz no
Firmamento nem água na esfera na face
Viva das rochas reais maciças gravei em
Fogo os meus pensamentos só não os
Libertei não os liberei os seres indiferentes
Que vivem aprisionados nos blocos de
Pedras rústicas os que estavam nas pedras
Preciosas livres agora dão graças a mim
Sem merecer uma única oração versículo
Ou salmo nunca mais ouvi falar de mim
Nem os mudos aos quais ensinei a palavra
Nunca mais ouviram falar de mim nem os
Surdos dos quais desentupi os ouvidos
Os cegos os únicos que enxergavam com as
Mãos tiveram-nas decepadas minha
Imagem então não saiu mais detrás do
Espelho não fui mais tateado nas trevas em
Que habito quando de lá olho o
Surpreendente azul do firmamento
Refugio-me nas mais densas sombra
Das profundezas dos abismos colossais

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