sábado, 16 de maio de 2015

Sempre Vivas, 181, 15; CONT, 0100502012; Publicado BH, 0160502015.

Amiúde o meu ataúde não é confortável
Nem chique tal a um sarcófago também
Pudera sou uma quimera diáfano não
Perpetuo-me nem nestas desarranjadas
Letras nestas linhas desconexas
Alimentadas por palavras vãs formadas
Por letras profanas pagãs muitas vezes
Blasfemas toda frase com a qual tento a
Posteridade é póstuma todo período
Como o qual almejo a eternidade é
Mórbido por mais que olhe cobice o
Azul do céu o meu rosto bizarro não
Está refletido naquela imensidão
Diminuo-me mais fico para atrás a
Quebrar os espelhos que não
Refletem-me no real a desfazer átomos
Moléculas matérias todo qualquer
Vestígio de mortal que atormenta-me
Põe-me em ansiedade chacoalho o
Esqueleto osso por osso como se
Fosse uma cascavel a destilar veneno
Em meus ouvidos ecoam as vozes
Surdas daqueles fetos que são arrancados
Dos seus úteros são gritos uivos berros
Urros como a maldade cuja semente
Não foi pulverizada do seio da humanidade
Age na hora em que finge inocência
Depois de mais um banquete de dor

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