domingo, 17 de maio de 2015

Monte Simplon, 550, 5; BH, 0160502012; Publicado: BH, 0170502015.

Meus olhos inúteis não servem para nada
Como sou não sabem apreciar o azul do céu
Meus olhos baços inexpressivos mortos
Olhos de assassinos que matam o infinito
São olhos de criminosos que matam a
Posteridade a eternidade meus olhos
Sem fundo que matam o mundo são olhos
De desertos empoçados de areia frios
Cinzentos como as geleiras milenares das
Trevas dos planetas extintos meus olhos
Famintos canibais olhos de fominha de
Morta fome são capazes de secar verdes
Hortas vastos pomares e devastar animais
Prósperos trigais meus olhos de vendavais
Tempestades destelhadores de casas
Desmoronadores de muralhas formadores
De dunas salinas meus olhos cavadores
De fendas profundas em rochas estelares
Que desviam ao avesso tempestades
Solares meus olhos inúteis matadores de
Passarinhos em gaiolas furadores de bolas
De meninos em campinhos de peladas um
Dia de porre depois de ter tomado todas
As pingas que meus antepassados tomaram
Podeis pagar para verdes os arrancarei
Édipo rei os lançarei às lavas dos mais
Nervosos vulcões meus olhos sem corações
De pretos africanos de escravos acorrentados
Batidos pisados ralados relhados em
Pelourinhos ensanguentados

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