domingo, 17 de maio de 2015

Monte Simplon, 550, 6; BH, 0160502012; Publicado: BH, 0170502015.

Todos os montes são formados por todos os montes
Como todos os nomes são formados por todos os nomes
Todas as ruas são formadas por todas as ruas
Todas as águas são formadas por todas as águas
Todos os rios são formados por todos os rios
Todos os universos são formados por todos os universos
Ainda que ocorram milhares de explosões universos fora
Todas as explosões são explosões formadoras de universos
Um universo nunca é só um universo
São infinitos universos infinitos a se renovarem infinitamente
Já o poeta é o menor de todos os seres entre os seres menores
Por mais que todos os universos conspirem a favor
Jamais passará dum poeta um poeta menor a ser menos
Dentre todos os poetas menores
Será sempre um poeta sem inspiração
Criatividade para viver para morrer
Rarefeito ou totalmente vazio
O poeta não tem uma molécula de ar para sobreviver
Sufoca-se no próprio vácuo
Contenta-se com o nada
Não faz a revolução que o tirará do limbo fantasmagórico
Ectoplasma sem espasmos
Sem a espuma branca da água azul do mar
Todos os poetas não são todos os poetas
Mas todos os poetas são todos os poetas
Do caminho do espermatozoide para o óvulo
À quebra de todos os elementos no caos da formação universal

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