domingo, 17 de maio de 2015

Monte Simplon, 550, 10; BH, 0160502012; Publicado: BH, 0170502015.

Passei a vida a viver como ferida que
Virou pereba que nunca cicatrizava
Pois a casca era sempre arrancada
Por unhas ásperas virei uma lesão
Com cafubira pelo corpo todo com
Catapora sarampo passei a vida um
Desencanto minha avó me rezava
Benzia-me minha espinhela caída
Caía pegava cobreiro quebranto
Caxumba dordói minha avó passava
Limão nas queimaduras clara de
Ovos batidas muitas pingas
Cigarros de palha depois minha avó
Tinha que ser carregada pela rua
Fora depois na erisipela minha
Avó já havia ido corria perigo
Pois não tinha mais a reza da minha
Avó não tinha mais o capitão feito à
Mão de arroz farinha feijão na
Gamela faz um capitão para mim
Minha avó pedia o meu coração
Meus olhos minhas mãos um dia
Acordei de caganeira piriri do bravo
Amassaram um mato numa caneca
Com água de pote a caganeira
Deu um bote lá se foi o piriri que
Sorte minha vida sempre foi pequena
A casinha em que minha avó morava
Em cima do barranco tinha mais coisas
Que gostava do que minha vida

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