domingo, 24 de maio de 2015

Rio Grande do Norte, 916, 8; BH, 020702012; Publicado: BH, 0240502015.

Desconfortável estou desconfortável
De pé corpo encurvado para a frente
Posição incômoda joelhos arqueados
A sustentar todo peso do corpo morto
Dou passos errantes em pequeno espaço
Como se vivesse numa jaula arrasto-me
Arfo arquejo bufo de desgosto parece-me
Que expus todo lixo da burguesia as
Tripas da elite as vísceras as sobras os
Restos mortais aos pedaços em sacos plásticos
Na calçada em frente ao pé duma árvore
Todos olham-me de dentro de seus vidros
Animal em exposição nunca viram algo
Parecido com um ser humano pois já
Descaracterizados não têm mais a
Noção do que é ser um exemplar da
Raça humana embriagados viciados
Ébrios bêbedos aculturados exóticos
Sem educação iletrados apedeutas
De vastas ignorâncias estupidezes
Nada fazem para amenizá-las só sabem
Pedir a Deus em orações que resolva
Tudo não incomodam outros deuses
Pois só acreditam em um mas clamam
Por todos os santos por todas as santas
Padroeiras à espera do milagre maior
Impossível a vida eterna aqui na terra
Donde nunca sairão pois são feitos de barros

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